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Democratas conquistam Nova York, Virginia e Nova Jersey e acendem alerta para Trump
Publicado 05/11/2025 • 07:22 | Atualizado há 4 horas
Publicado 05/11/2025 • 07:22 | Atualizado há 4 horas
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Os Democratas conquistaram vitórias expressivas em três eleições nos Estados Unidos e reacenderam o otimismo dentro do partido após anos de domínio político de Donald Trump. As eleições desta terça-feira (4) mostraram um movimento de reorganização do centro político norte-americano e trouxeram sinais de desgaste do trumpismo em estados competitivos.
As candidatas Abigail Spanberger, na Virgínia, e Mikie Sherrill, em Nova Jersey, venceram as eleições para governador com margens superiores a 13 pontos percentuais. Com perfis moderados e histórico ligado à segurança nacional, ambas focaram as campanhas em temas econômicos, como custo de vida e geração de renda, enquanto associaram seus adversários ao ex-presidente e à ala mais radical do Partido Republicano.
Em Nova York, o democrata socialista Zohran Mamdani venceu a disputa para prefeito, simbolizando o fortalecimento de novas lideranças e ampliando o debate interno sobre os rumos do partido. Apesar das diferenças ideológicas, as vitórias reforçam uma tendência: a base democrata voltou a se mobilizar com intensidade.
Com 91% dos votos apurados, Mamdani somava 1.036.051 votos (50,4%), superando o ex-governador Andrew Cuomo, que concorreu como independente e recebeu 854.995 votos (41,6%). O republicano Curtis Sliwa ficou em terceiro, com 146.137 votos (7,1%). No total, mais de 2 milhões de eleitores participaram da eleição, confirmando o maior comparecimento em uma disputa municipal desde 2013.
Os resultados por bairro mostram uma ampla vantagem democrata nos distritos de maioria negra e latina, além de um avanço em áreas tradicionalmente moderadas. Mamdani venceu com folga em regiões como Bushwick (+67 pontos), Harlem (+45) e Crown Heights (+43), todas no Brooklyn. Cuomo teve melhor desempenho em zonas de alta renda e maioria branca, como o Upper East Side, onde venceu por 24 pontos, e Midwood, com margem de 57 pontos. O resultado consolidou o avanço democrata nas áreas de aluguel e uso de transporte público — segmentos que registraram margens médias de +20 e +29 pontos, respectivamente, a favor de Mamdani.
A distribuição dos votos por bairros reforça a leitura de que Nova York se mantém como bastião democrata, mas com novas dinâmicas: Mamdani ampliou o apoio entre eleitores negros e hispânicos em relação à primária de junho e conseguiu virar o Bronx, que havia ficado dividido nas prévias. A seguir, a apuração detalhada nas principais zonas eleitorais da cidade:
| Bairro / Zona Eleitoral | Margem | Mamdani (%) | Cuomo (%) | Total de votos |
|---|---|---|---|---|
| Upper East Side | Cuomo +24 | 36 | 60 | 90.390 |
| Upper West Side | Mamdani +5 | 51 | 45 | 85.951 |
| Bedford-Stuyvesant | Mamdani +57 | 77 | 20 | 48.030 |
| Astoria | Mamdani +39 | 66 | 27 | 45.362 |
| Crown Heights | Mamdani +43 | 71 | 27 | 41.958 |
| Williamsburg | Mamdani +26 | 61 | 35 | 38.673 |
| Washington Heights | Mamdani +32 | 64 | 32 | 36.246 |
| Harlem | Mamdani +45 | 71 | 26 | 35.395 |
| Midwood | Cuomo +57 | 19 | 76 | 30.803 |
| Bushwick | Mamdani +67 | 82 | 15 | 29.197 |

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Os resultados mostraram que os republicanos ainda enfrentam dificuldades para se desvincular da imagem de Trump. Na Virgínia, a candidata Winsome Earle-Sears alcançou 42% dos votos — praticamente o mesmo índice de aprovação do ex-presidente no estado. Em Nova Jersey, Jack Ciattarelli, também alinhado ao trumpismo, obteve 43% das preferências, número idêntico à popularidade de Trump na região.
Para analistas, o recado é claro: em distritos competitivos, candidatos republicanos precisam construir uma identidade própria e ampliar o discurso para além da base mais fiel do ex-presidente. “Esses resultados são um alerta precoce. Você não tem as forças de Trump, mas herda seus problemas”, afirmou Michael DuHaime, ex-diretor político do Comitê Nacional Republicano.
Embora o comparecimento eleitoral em anos não presidenciais costume ser menor, os Democratas conseguiram mobilizar quase o mesmo número de eleitores que em 2024. Spanberger recebeu 84% dos votos que o partido obteve na Virgínia na eleição presidencial, enquanto Earle-Sears somou apenas 69% do total republicano. Em Nova Jersey, Sherrill conquistou 81% da votação democrata de 2024, contra 70% do desempenho republicano.
Os dados reforçam que o discurso econômico moderado e o apelo à estabilidade podem reconectar os Democratas aos eleitores independentes e suburbanos, grupo que foi determinante para a vitória de Trump em 2024 e agora mostra sinais de mudança.
Apesar do resultado positivo, o partido ainda enfrenta divergências entre sua ala centrista e o campo progressista. A vitória de Mamdani em Nova York aprofunda essa discussão e oferece munição política aos republicanos, que tentam rotular o partido como “gastador e socialista”.
Aliados de Trump minimizaram as derrotas, apostando que os efeitos de cortes de impostos e políticas econômicas aprovadas por seu governo serão mais sentidos nos próximos meses. Ainda assim, analistas enxergam as eleições como um termômetro: o caminho para 2026 passa pela reconstrução do centro político — e, por ora, ele parece mais favorável aos Democratas do que ao ex-presidente Donald Trump.
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