Ibovespa B3 já supera 155 mil pontos com otimismo diante do provável fim do shutdown nos EUA

O Ibovespa B3 abriu em alta na manhã desta segunda-feira (10), impulsionado pelo otimismo internacional com o provável fim da paralisação do governo americano. O movimento reflete a melhora do apetite ao risco e a recuperação dos mercados globais, após semanas de volatilidade.

Às 11h22, o principal índice da bolsa brasileira avançava 0,90%, a 155.447 pontos.

O dólar opera em queda de 0,35%, negociado a R$ 5,31, acompanhando o avanço de moedas emergentes como o peso mexicano, o peso chileno e o zloty polonês. O real figura entre as divisas com melhor desempenho nesta manhã.

Na semana passada, o Ibovespa B3 acumulou alta de 3%, em sua 13ª valorização consecutiva, e ultrapassou os 150 mil pontos, em nova marca histórico. O índice busca agora o 14º pregão seguido de ganhos, aproximando-se dos 155 mil pontos.

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Otimismo com o fim do shutdown impulsiona bolsas

Os mercados internacionais sobem com o avanço das negociações no Senado dos EUA, que aprovou um projeto para encerrar o shutdown mais longo da história recente. A proposta ainda precisa passar pela Câmara dos Representantes, mas já trouxe alívio aos investidores.

O EuroStoxx 50 avança 1,6%, o S&P 500 futuro sobe 0,9% e o Nasdaq futuro ganha 1,4%. Na Ásia, o Nikkei 225 encerrou o dia em alta de 1,3%, e o Shanghai Composite, de 0,5%.

Segundo o economista André Perfeito, da Garantia Capital, o mercado global se anima com a perspectiva de uma solução para o impasse fiscal americano, embora o problema de fundo ainda persista.

“O mercado se anima com o provável fim do shutdown, mas isso não resolve o desequilíbrio fiscal dos EUA. A medida apenas ganha tempo diante da piora dos indicadores”, afirmou.

Perfeito observa que a moeda americana tem se desvalorizado tanto em cenários de melhora quanto de deterioração de risco, o que indica um desequilíbrio mais profundo na percepção dos investidores.

“Quando sinais positivos e negativos produzem o mesmo efeito no câmbio, é sinal de que algo muito sério já aconteceu no centro da percepção de risco”, disse o economista. “A batalha pelos R$ 5,30 deve se intensificar.”

Contexto interno: foco na política monetária e resultados corporativos

No Brasil, a agenda de hoje está esvaziada, mas os investidores continuam atentos à divulgação de resultados do 3º trimestre, após o pregão. O Relatório Focus trouxe poucas alterações, com destaque para a revisão do IGP-M de 2025, que passou de alta de 0,95% há quatro semanas para queda de 0,22%.

A semana passada foi marcada pela manutenção da Selic em 15% pelo Copom, reforçando a sinalização de estabilidade prolongada. Apesar da saída líquida de R$ 1,35 bilhão de investidores estrangeiros, o mercado brasileiro manteve o bom humor com balanços sólidos e expectativa de continuidade dos fluxos domésticos.

Bolsas globais e commodities

Nas commodities, o petróleo Brent sobe 0,1%, a US$ 63,70 por barril, e as Treasuries americanas operam em leve alta, com abertura de até 4 pontos-base. O índice do dólar (DXY) permanece estável, aos 99,6 pontos.

Analistas destacam melhora generalizada no exterior

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o início da semana reflete uma “reversão técnica” dos movimentos recentes.

“As bolsas asiáticas subiram após os temores com o setor de tecnologia e a inflação da China veio acima do esperado, ajudando na recuperação do sentimento global. Na Europa e nos EUA, a melhora é impulsionada pela perspectiva de fim do shutdown”, afirmou.

Na mesma linha, analistas da Ajax Asset Management avaliam que o otimismo externo tende a sustentar o desempenho do Ibovespa B3 ao longo do dia. “Os ativos de risco se recuperam acompanhando o potencial encerramento da paralisação americana. As bolsas avançam, o dólar perde força e as moedas emergentes se apreciam”, disseram em nota.

Destaques corporativos movimentam o Ibovespa B3

Entre as empresas listadas na bolsa, o lucro líquido da M. Dias Branco cresceu 73,3% no terceiro trimestre, alcançando R$ 216,1 milhões, impulsionado pela melhora de margens e pelo controle de custos. Já a Mater Dei reportou lucro de R$ 26,9 milhões, queda de 64,4% na base anual, refletindo maiores despesas financeiras e custos operacionais.

A Guararapes comunicou que a subsidiária Riachuelo submeteu ao Cade a análise de uma possível venda integral das operações do shopping Midway Mall, em Natal, incluindo as empresas Midway Shopping Center e Midwest Estacionamento.

A Oncoclínicas informou que não alcançou a subscrição mínima de novas ações prevista em seu aumento de capital de até R$ 2 bilhões durante o período de preferência dos acionistas, e tentará atingir a meta com a subscrição de sobras.

A Oi, em recuperação judicial, pediu à 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro autorização para manter suas operações temporariamente caso a empresa entre em estado de insolvência.

A gestora Sprucegrove elevou sua participação na Odontoprev para 5,08%, equivalente a 27,7 milhões de ações. Já a Totvs encerrou seu programa de recompra, após adquirir 2,25 milhões de ações ordinárias.

Entre os balanços esperados para depois do fechamento do mercado, estão os resultados de Even, Ferbasa, Grupo SBF, Hidrovias do Brasil, JSL, MBRF (Marfrig e BRF), Movida, Natura, Sabesp, São Martinho, Technos, Azzas 2154, Braskem e Itaúsa.

Novo horário do Ibovespa B3

Devido ao fim do horário de inverno nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York passou a fechar às 18h (horário de Brasília), e a B3 ajustou seu horário de funcionamento para acompanhar o novo expediente do mercado americano.

Allan Ravagnani

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