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Nestlé faz acordo com Embrapa para ampliar prática regenerativa em suas culturas

Publicado 17/11/2025 • 13:35 | Atualizado há 5 horas

KEY POINTS

  • Parceria entre Nestlé e Embrapa acelera agricultura regenerativa e reduz emissões nas cadeias de leite e cacau.
  • Acordo anunciado na COP30 impulsiona pesquisa, bioeconomia e sistemas agroflorestais com foco em descarbonização.
  • Nestlé e Embrapa avançam em práticas regenerativas, integração científica e padronização de dados climáticos no Brasil.
Nestlé e Embrapa promovem agricultura regenerativa nas culturas de Cacau e Leite

Embrapa

Nestlé e Embrapa promovem agricultura regenerativa nas culturas de Cacau e Leite

Durante a COP30, a Nestlé Brasil anunciou um acordo de cooperação com a Embrapa para avançar em soluções de agricultura regenerativa nas principais cadeias produtivas da companhia no país, especialmente leite, cacau e café.

A parceria inaugura uma nova fase na relação entre as duas instituições, agora voltada à ciência aplicada, mensuração de emissões e desenvolvimento de tecnologias adaptadas às condições brasileiras.

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O acordo é considerado estratégico para que a empresa avance em sua meta global de neutralidade de carbono até 2050 e acelere o uso de práticas de baixo carbono no campo. Para a Embrapa, representa a ampliação do alcance de pesquisas científicas que dialogam diretamente com a transição agroambiental brasileira.

Por que Embrapa: ciência, tecnologia e políticas públicas

A escolha da Embrapa como parceira central não é apenas técnica — é estrutural.

“A Embrapa é um pilar do conhecimento agropecuário brasileiro. Trabalhar com uma instituição que domina ciência tropical, biomas, genética e manejo nos permite desenvolver soluções que façam sentido para o produtor real, nas condições reais do campo brasileiro”, diz Barbara Sollero, head de agricultura regenerativa da Nestlé Brasil.

Ela reforça que a transição para modelos regenerativos depende da combinação entre pesquisa científica, transferência de tecnologia e formulação de políticas públicas.

“Não existe agricultura regenerativa sem ciência. Não existe transição climática sem transferência de tecnologia. E não existe escala sem políticas públicas — e a Embrapa está exatamente na interseção desses três caminhos”, afirma.

Primeiros projetos: emissões no leite e sistemas agroflorestais para o cacau

Os dois primeiros estudos contemplados pelo acordo já estão definidos:

  1. Leite — impacto de dietas nas emissões de metano
    A pesquisa analisará o perfil de emissão de vacas em lactação submetidas a diferentes dietas. A ideia é entender, com precisão científica, como a alimentação influencia o metano entérico e quais combinações geram menor impacto climático. “O leite é uma cadeia complexa. Para reduzir emissões de forma consistente, precisamos medir com precisão. É impossível transformar o que não se mede. Esse estudo nos dá resposta científica para orientar o produtor sobre o que realmente funciona em emissões, produtividade e bem-estar animal”, explica Sollero.
  2. Cacau — fortalecimento de sistemas agroflorestais na Amazônia
    O segundo projeto vai testar arranjos produtivos para cacau em sistemas agroflorestais mais eficientes, especialmente na Transamazônica. A proposta une produção, biodiversidade e recomposição florestal. “O cacau brasileiro tem um potencial extraordinário. A Amazônia oferece condições únicas para produzir qualidade com regeneração. O que estamos fazendo com a Embrapa é destravar esse potencial com ciência, genética e desenho de sistemas agroflorestais que aumentam produtividade, capturam carbono e restauram a paisagem”, afirma.

A Embrapa reforça que a produção de cacau sombreado em sistemas agroflorestais é o modelo recomendado para a Amazônia no contexto da descarbonização agrícola.

Guia Nacional para Pegada de Carbono no Leite é lançado na COP30

Durante o anúncio, Nestlé e Embrapa apresentaram o Guia Nacional para a Coleta de Dados de Pegada de Carbono no Leite, criado para padronizar a medição de emissões em fazendas leiteiras.

Medir a pegada de carbono da cadeia envolve solo, forragem, nutrição, manejo, insumos e dados de rebanho — um processo complexo e pouco padronizado no país.

“Inventariar carbono em uma fazenda leiteira não é simples: envolve solo, alimento, rebanho e manejo. É quase um ecossistema inteiro sendo medido. O guia nasce para padronizar essa coleta e dar credibilidade aos dados. É uma inovação aberta para toda a cadeia láctea”, diz Sollero.

Três décadas de parceria e um novo capítulo na agricultura regenerativa

A relação entre Nestlé e Embrapa tem quase 30 anos. Em 2006, as instituições desenvolveram o Programa de Boas Práticas em Fazendas de Leite, cujo manual se tornou referência para instruções normativas nacionais.

Em 2021, a cooperação incorporou ciência para reduzir emissões na cadeia leiteira. Agora, ganha amplitude com acesso a mais de 40 unidades da Embrapa em todo o país.

“Este acordo reafirma nossa convicção de que a ciência, quando aliada à prática, transforma sistemas alimentares. É um passo importante rumo à neutralidade de carbono até 2050”, disse Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil.

Chancela internacional

O acordo recebeu aval do Nestlé Institute of Agricultural Sciences (NIAS), criado na Suíça para acelerar pesquisas em regeneração, biodiversidade e resiliência climática.

Para Sollero, essa integração é estratégica:

“A parceria conecta ciência global à prática local, validando soluções em condições tropicais e permitindo que o conhecimento chegue ao campo com mais rapidez.”

O papel do produtor: protagonista, não espectador

A transformação da agricultura regenerativa depende diretamente do produtor rural.

“O produtor é protagonista dessa transição. Ele não é espectador, não está na ponta recebendo ordens. É o centro da transformação. Nosso papel é dar ciência, suporte técnico e caminhos claros para que práticas regenerativas sejam viáveis, rentáveis e escaláveis”, afirma Sollero.

“Agricultura regenerativa é necessidade”

No encerramento, a head de agricultura regenerativa reforça que o Brasil tem potencial único para liderar o tema globalmente.

“A agricultura regenerativa não é uma tendência. É uma necessidade. E o Brasil tem tudo para liderar: clima, pesquisa, biodiversidade e produtores altamente capacitados. Quando Embrapa e Nestlé trabalham juntas, aceleramos o futuro.”

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