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Grupo Mateus: o que é CMMV? Entenda cálculo que gerou crise na empresa
Publicado 27/11/2025 • 07:11 | Atualizado há 2 horas
Publicado 27/11/2025 • 07:11 | Atualizado há 2 horas
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Grupo Mateus: o que é CMMV? Entenda cálculo que gerou crise na empresa. Foto: divulgação/Grupo Mateus.
Grupo Mateus: o que é CMMV? Entenda cálculo que gerou crise na empresa. Foto: divulgação/Grupo Mateus.
Nos últimos dias, o Grupo Mateus tem sido alvo de críticas no mercado financeiro devido ao ajuste contábil que identificou em balanço o erro de R$ 1,1 bilhão no balanço patrimonial de 2024. Segundo a rede nordestina, isso aconteceu pela falha no cálculo do CMMV — isto é, o Custo Médio das Mercadorias Vendidas.
Mas, afinal, como funciona o CMMV?
O cálculo de Custo Médio da Mercadoria Vendida (CMMV), é uma variação do cálculo de Custo da Mercadoria Vendida (CMV). Logo, para entender um, é necessário compreender o outro.
Existem diferentes formas de estipular o CMV. De acordo com a FIA Business School, é possível calcular a partir do inventário permanente ou periódico. Nesse caso, o que muda é com que frequência mercadorias são adicionadas ou retiradas do estoque.
Em seguida, é necessário diferenciar o que é custo e o que é despesa. Isso porque o primeiro diz respeito aos gastos diretamente relacionados com a atividade da empresa, enquanto o segundo refere-se a manutenção geral, como água, luz e afins.
Ultrapassado este ponto, recorre-se à fórmula em sua versão mais básica: CMV = EI + C – EF. Nesse caso, as siglas significam:
A princípio, essa forma de calcular o CMV serve como indicador da lucratividade da atividade comercial, ajudando a estipular preço de revenda e a determinar a margem de contribuição dos produtos em relação às contas da empresa.
No entanto, para descobrir quanto cada mercadoria custou para a companhia – caso do Grupo Mateus –, é necessário recorrer ao cálculo baseado no saldo monetário.
Leia mais: Grupo Mateus: quem é o dono da 3ª maior rede de supermercados do Brasil?
Leia mais: Grupo Mateus: ‘não houve erro contábil nos estoques mas uma revisão técnica’
O cálculo do CMV pelo saldo monetário serve para demonstrar quanto a empresa gastou para vender um produto. Para isso, a conta parte do estoque inicial, somada as compras do período e subtrai o estoque final — sempre usando o custo médio de aquisição.
A título de exemplo, a FIA Business School explica a partir de uma loja de bicicletas imaginária, que começa o mês com 10 unidades no estoque. Ao longo dos trinta dias, outras 10 bicicletas são compradas, até que no fim do mês só restam 5. Com um custo médio de R$ 100 por unidade, basta aplicar a fórmula: CMV = EI + C – EF.
Ou seja, o estoque inicial vale R$ 1.000, enquanto as compras somam mais de R$ 1.000. Já o estoque final é representado pelo valor de R$ 500. Assim, o CMV do período chega a R$ 1.500. É esse o custo das 15 bicicletas vendidas — independentemente do preço que foi cobrado ao cliente.
Em seguida, para descobrir o lucro bruto, utiliza-se a conta RCM = V – CMV. Nesse caso, as siglas representam:
Portanto, se as vendas totalizaram R$ 3.000, o resultado da conta mercadorias é de R$ 1.500. Ou seja, a loja vendeu por um valor superior ao que pagou para repor o estoque. Entretanto, vale frisar que as fórmulas apresentadas podem ter variações, com algumas incluindo devoluções, impostos e até frete.
Bom, mas onde está o Grupo Mateus nisso tudo?
Assim como explicado pelo Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC em reportagem, as polêmicas do Grupo Mateus começaram pela alteração na forma de calcular a valorização do estoque de 2024, que era parte do balanço patrimonial de 2024.
Em comunicado ao mercado, a rede varejista afirmou que o ajuste não ocorreu por falhas operacionais ou problemas de inventário, mas sim por uma revisão mais ampla da estrutura de custeio.
Na verdade, o Grupo Mateus reforçou que adotou um novo sistema de apuração de estoques e CMV, para torná-lo mais coerente. A mudança foi motivada pelo aumento do volume de operações, da complexidade tributária dos estados onde atuam e pelo próprio crescimento do negócio.
Consequentemente, ao aplicar essa nova metodologia, a companhia recalculou os saldos de 2023 e 2024 para manter comparabilidade, conforme o CPC 23. Por fim, o Grupo Mateus defendeu-se em nota, afirmando que a revisão do CMMV é fruto de um processo de evolução dos controles internos, não de erros sistêmicos ou tributários. Os valores que a rede perdeu nessa transição foram abordados nesta reportagem do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
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