Ibaneis reabre autódromo reformado pelo BRB dez dias após banco ser alvo da PF

A reabertura do Autódromo Internacional de Brasília, celebrada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) nesta quinta-feira (27), recoloca o Banco de Brasília (BRB) no centro do noticiário político e econômico do Distrito Federal. A praça esportiva, fechada há 12 anos, passou por uma reforma de R$ 60 milhões, bancada integralmente pelo banco estatal, que administra o espaço desde 2023 e prevê investir outros R$ 40 milhões nas próximas etapas das obras.

A solenidade ocorre apenas dez dias depois de o BRB ter se tornado alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a tentativa de compra do Banco Master pelo banco estatal. A transação, repetidamente defendida por Ibaneis e por seus principais auxiliares, passou a ser questionada após a PF apontar indícios de fraude estimada em R$ 12 bilhões envolvendo carteiras de crédito adquiridas pelo BRB. O Banco Central decretou a liquidação do Master no mesmo dia da operação.

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Questionado durante o evento no autódromo, Ibaneis afirmou ter “total confiança” no novo presidente do BRB, Nelson Souza, nomeado após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, que comandava o banco desde 2019. “Ele tem toda a liberdade para montar sua diretoria e conduzir a apuração”, disse o governador, ao reforçar o apoio à nova gestão.

Autódromo reformado

O governo aposta que a modernização do autódromo ,que receberá a etapa da Stock Car neste fim de semana, vai impulsionar o turismo e movimentar a economia local. Ibaneis afirmou que o espaço reformado deve atrair eventos e visitantes, inclusive estrangeiros.

O circuito, que já sediou Fórmula 1 na década de 1970, recebeu novo asfalto, reforço nos guard rails, áreas de segurança ampliadas e a reforma de camarotes, que receberão convidados do BRB, patrocinadores e autoridades. As próximas etapas incluem a entrega dos boxes, do kartódromo, de um centro médico e do futuro “racing center”, que deverá abrigar lojas, museu e áreas de eventos, o que eleva o investimento total para R$ 100 milhões.

A programação de reabertura, que inicialmente incluía um show gratuito de Bell Marques idealizado pelo ex-presidente do BRB, acabou cancelada após a operação da PF. A Stock Car, porém, foi mantida, com capacidade estimada para 30 mil pessoas por dia.

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O protagonismo do BRB no autódromo se soma a uma estratégia mais ampla de exposição da marca em eventos esportivos e culturais, política intensificada na gestão de Paulo Henrique Costa, hoje afastado. O banco também é responsável por renomear o Estádio Nacional Mané Garrincha como Arena BRB, pagando R$ 2,5 milhões anuais pela marca, e patrocina todos os times do Candangão, além do campeão, que recebe prêmio de R$ 1 milhão.

Fora do DF, a instituição estatal é uma das patrocinadoras mais expressivas do Flamengo, com aportes que chegam a pelo menos R$ 40 milhões ao ano somando contrato máster, outras ativações e o acordo com o banco digital Nação BRB Fla. O vínculo com o clube coincide com a proximidade pessoal de Ibaneis com dirigentes rubro-negros e com sua presença histórica em delegações do time.

No automobilismo, o BRB patrocina pilotos como Felipe Nasr, Enzo Elias e Lucas Foresti, além de ter desembolsado R$ 1,6 milhão para apoiar a equipe Alpine na Fórmula 1. Só em 2024, o banco destinou mais de R$ 28 milhões em patrocínios, sendo R$ 16,6 milhões apenas no esporte.

Amanda Souza

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