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Novas marcas de cosméticos miram as crianças da geração TikTok
Publicado 28/11/2025 • 15:30 | Atualizado há 10 minutos
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Publicado 28/11/2025 • 15:30 | Atualizado há 10 minutos
KEY POINTS
Divulgação / Evereden
Crianças devem usar máscaras faciais de beleza? Embora os dermatologistas desaconselhem a prática, cada vez mais marcas de cosméticos buscam se aproximar de uma geração habituada aos vídeos de skincare e maquiagem do TikTok.
A atriz canadense Shay Mitchell anunciou, em novembro, o lançamento de sua marca de cosméticos, Rini, voltada para crianças a partir de três anos. Em seu site, a marca oferece máscaras hidratantes e de outros tipos, com formatos de unicórnio ou panda, por cerca de 5 euros (6 dólares) cada.
Outras empresas seguem o mesmo caminho. A Evereden, criada em 2018 também nos Estados Unidos, vive um momento de expansão com mais de 100 milhões de dólares em receitas, vendendo sprays, loções tônicas e cremes hidratantes destinados a pré-adolescentes.
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“Crianças não precisam de cosméticos nem de produtos para o cuidado da pele”, afirma Laurence Coiffard, professora de Farmácia na Universidade de Nantes, na França, e especialista em cosmetologia. “Elas precisam apenas de produtos de higiene diária — pasta de dente e gel de banho — e protetor solar quando expostas ao sol”, explica à AFP.
Nas redes sociais, tornou-se frequente ver meninas muito jovens testando as chamadas “rotinas” de beleza e cuidados com a pele. Conhecidas como “Sephora Kids” — em alusão à famosa rede francesa de cosméticos —, algumas começam aos sete anos a imitar suas influenciadoras favoritas no TikTok ou YouTube.
No entanto, o que parece brincadeira traz riscos, alertam os profissionais. O uso de cosméticos adultos repletos de substâncias químicas implica a exposição a disruptores endócrinos e fitoestrógenos. Segundo Coiffard, estudos científicos demonstram que esses componentes podem alterar o desenvolvimento hormonal e aumentar o risco de alergias cutâneas.
Para estudar o fenômeno, Molly Hales e Sarah Rigali, pesquisadoras da Universidade Northwestern de Chicago, passaram-se por meninas de 13 anos no TikTok durante vários meses. Elas analisaram 100 vídeos de beleza publicados por 82 perfis de menores de idade e publicaram o estudo em junho na revista americana Pediatrics.
Em um dos vídeos, uma menina desenvolveu uma erupção cutânea com queimaduras após aplicar 14 produtos diferentes no rosto. Outra relatou acordar às 4h30 da manhã para realizar sua “rotina” de beleza antes de ir para a escola. “Fiquei surpresa com a magnitude do que vi nesses vídeos, principalmente com a quantidade de produtos que essas meninas utilizavam”, disse Hales à AFP.
Os vídeos apresentavam uma média de seis produtos diferentes, incluindo cremes antirrugas para adultos, com um preço médio de 145 euros (168 dólares). Algumas marcas apareciam de forma desproporcional, como Glow, Drunk Elephant ou The Ordinary, que se posicionam como alternativas saudáveis e naturais em comparação a outras empresas químicas.
Nos 25 vídeos mais vistos analisados por Hales, os produtos continham, em média, de 11 a 21 substâncias potencialmente irritantes para a pele infantil.
Novas marcas, como Rini, Evereden e Saint Crewe, alegam que estão orientando pré-adolescentes e adolescentes para alternativas mais adequadas. “As crianças são naturalmente curiosas e, em vez de ignorar isso, podemos aceitar e oferecer produtos seguros e suaves nos quais os pais confiem”, afirmou Shay Mitchell, cofundadora da Rini, em sua conta no Instagram, onde tem 35 milhões de seguidores.
Além dos possíveis efeitos físicos prejudiciais, esses produtos “perpetuam um modelo de beleza” e normalizam o uso de itens “muito caros e que consomem muito tempo”, adverte Hales.
No plano psicológico, “o risco é dar à criança uma imagem de si mesma distorcida, até mesmo erotizada”, disse Pierre Vabres, membro da Sociedade Francesa de Dermatologia, em uma conferência em Paris neste mês. Ele lembrou: “Da mesma forma que uma criança não é um adulto em miniatura, um cosmético não é um brinquedo”.
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