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Vítima do sucesso: Mirassol terá de gastar milhões para manter padrão exigido pela Libertadores
Publicado 03/12/2025 • 14:50 | Atualizado há 45 minutos
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Publicado 03/12/2025 • 14:50 | Atualizado há 45 minutos
KEY POINTS
JP Pinheiro - Agência Mirassol
Reinaldo, do Mirassol
Mais do que a vitória por 2 a 0 contra o Vasco da Gama fora de casa, na noite da última terça-feira (2), que garantiu o time direto na fase de grupos da Libertadores de 2026, o resultado expôs um dilema que o Mirassol ainda tenta medir.
O clube assinou a melhor campanha de um estreante na elite, virou assunto nacional, figurou entre os primeiros colocados e jogou holofotes para uma cidade de 65 mil moradores. Para se ter uma ideia do feito, o Mirassol foi o segundo melhor time paulista da competição, desbancando Corinthians, São Paulo e Santos. Também superou figurões do cenário nacional com investimentos milionários, como Atlético MG, e dois dos três últimos vencedores da Libertadores, Fluminense e Botafogo.
O salto técnico e esportivo, no entanto, trouxe um efeito colateral que poucos clubes experimentam com tanta rapidez: a necessidade imediata de investimentos milionários para cumprir as exigências estruturais e operacionais para jogar competições de alto nível – eram custos que não faziam parte do planejamento de curto prazo.
Ao contrário do que acontece com equipes recém-promovidas, que jogam para evitar a zona de rebaixamento, o Mirassol se tornou vítima do próprio sucesso. O campeonato acima das expectativas, apesar da estrutura financeira, empurra o clube para uma grande mudança de gastos com elenco até adequações estruturais exigidas pela Conmebol.
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A primeira exigência é a criação de um time feminino. O regulamento da Conmebol exige que todos os participantes da Libertadores tenham um departamento de futebol feminino estruturado. O Mirassol já conta com a base física e as instalações que facilitam esse início.
Mas montar um time feminino não é só juntar onze atletas, treinador e colocar pra jogar. A operação envolve custos de formação de elenco, comissão técnica, rouparia, alimentação, logística e hospedagem nas competições.
Em conversa com membros do clube, o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC soube, em primeira mão, que todo o departamento feminino de futebol será formado e estará em atividade até o dia 2 de janeiro, totalmente do zero, com os valores ainda indefinidos.
Outro ponto na pauta é a capacidade do Estádio Municipal José Maria de Campos Maia. Hoje, o “Maião” comporta cerca de 15 mil torcedores, mas a Conmebol exige o mínimo de 20 mil lugares para partidas da Libertadores — especialmente a partir da fase de mata-mata.
Caso a adequação não seja feita a tempo, o clube terá de mandar jogos em outra cidade. A direção do time afirmou à reportagem que vai fazer uma reforma visando ampliação e modernização, mas que o projeto ainda não está pronto.
Para se ter uma ideia dos custos, Sérgio Schildt, presidente da Recoma, empresa especializada na construção de arenas esportivas, afirmou que o preço aproximado para expandir o estádio varia entre US$ 2 mil e US$ 5 mil por assento, dependendo das condições do local, das exigências e das escolhas do cliente. Com esse valor em mente, o clube de Mirassol terá de desembolsar, no mínimo, R$ 2 milhões, para ampliar seu estádio para 20 mil lugares.

Outra exigência envolve algo fora do controle do clube: a necessidade de um aeroporto com estrutura internacional em um raio de até 150 km do estádio. A Conmebol impõe o padrão para viagens de delegações estrangeiras e arbitragem.
O Mirassol tenta viabilizar com autoridades estaduais e federais um processo de internacionalização temporária do Aeroporto Estadual Professor Eribelto Manoel Reino, em São José do Rio Preto. Essa informação foi confirmada com a concessionária ASP (Aeroportos Paulistas), que administra o terminal.
Para essa adaptação, o aeroporto precisa ter estrutura para instalar Polícia Federal, Receita Federal, Vigiagro e Anvisa — que ampliam custo operacional e dependem de aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Sem essa certificação, o clube teria limitações para receber jogos em casa nas fases avançadas do torneio.
Além da infraestrutura externa, o sucesso em campo pressiona a folha salarial. Para manter peças importantes, o Mirassol terá de revisar contratos, elevar salários e competir com clubes de maior orçamento.
Reforços para disputar a Libertadores também encarecem o planejamento financeiro. Sem receitas volumosas como os times tradicionais, como grandes cotas de TV ou vendas de atletas, o clube precisará equilibrar o risco e a ambição.
O impacto do “efeito Libertadores” também reforça o interesse de novos investidores. O Mirassol se tornou um caso raro no futebol brasileiro: gestão organizada, contas equilibradas e desempenho esportivo acima da média.
O modelo atrai fundos e empresas que buscam clubes estruturados, com menor passivo trabalhista e potencial de valorização de ativos — como venda de jogadores, naming rights e parcerias estratégicas.
E mesmo com toda essa vitrine, o Mirassol optou pela gratidão, e manterá o seu patrocinador máster, a fabricante de refrigerantes Poty, da cidade vizinha de Potirendaba, antiga parceira dos tempos de vacas magras do clube que veste amarelo. Eles estampam a camisa do clube há 18 anos.
E agora, o time que subiu para “apenas se manter” se vê obrigado a crescer mais rápido que previa. O sucesso inesperado gerou receita, mas também abriu um ciclo de despesas altas e imediatas. A Libertadores será um divisor de águas — e pode ser o início de uma transformação estrutural no interior paulista, desde que o Mirassol consiga sustentar, fora de campo, o salto que deu dentro dele.

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