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Governo recorre à Caixa para destravar empréstimo bilionário aos Correios

Publicado 06/12/2025 • 09:45 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • O governo Lula acionou a Caixa para viabilizar o empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios após o Tesouro rejeitar uma proposta de cinco bancos, considerada cara demais mesmo com garantia soberana
  • Paralelamente, a equipe econômica avalia um crédito extraordinário para socorrer a estatal, mas enfrenta dificuldades técnicas para justificar a medida, já que os Correios acumulam prejuízos desde 2022 e o prazo para crédito especial já expirou
  • A solução precisa ser anunciada até 20 de dezembro, quando vencem o 13º salário e a folha do mês; a estatal registra rombo de R$ 6,1 bilhões em 2025 e projeta necessidade total de R$ 20 bilhões até 2026 para executar seu plano de reestruturação
correios

Marcos Oliveira/Agência Senado

Sede dos Correios

O governo Lula mobilizou a Caixa Econômica Federal para viabilizar o empréstimo de R$ 20 bilhões solicitado pelos Correios, depois que o Tesouro Nacional rejeitou uma proposta apresentada por cinco bancos, por considerar que os juros cobrados eram altos demais para uma operação com garantia soberana.

Conforme apurou o jornal Folha de S.Paulo, os Correios precisam honrar o pagamento da segunda parcela do 13º salário no dia 20 de dezembro e a folha de pagamento no fim do mês. Sem a entrada dos recursos, há risco de atraso nos compromissos e impacto direto no funcionamento da estatal em período de pico da demanda, às vésperas do Natal.

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Caixa entra no circuito

A Caixa participou das conversas iniciais, mas não havia apresentado proposta concreta nas duas rodadas de negociação conduzidas pelos Correios. Internamente, o banco manifestava reservas quanto à operação.

Nos últimos dias, a Casa Civil passou a pressionar a instituição financeira, que agora se diz disposta a participar dentro dos parâmetros definidos pelo Tesouro, com juros mais baixos.

O Tesouro estipula custo máximo de até 120% do CDI para operações com garantia da União, algo próximo de 18% ao ano. A proposta anterior, feita por BB, BTG Pactual, Citibank, ABC Brasil e Safra, pedia quase 136% do CDI, cerca de 20% ao ano. O governo considerou a taxa abusiva, já que a garantia soberana reduz praticamente a zero o risco de inadimplência.

A equipe econômica também criticou o Banco do Brasil, que apoiou a proposta do sindicato de bancos privados, e deve buscar explicações da instituição.

Em paralelo ao empréstimo, o governo discute a possibilidade de um aporte direto do Tesouro, inclusive via crédito extraordinário, instrumento que permite liberar recursos de forma imediata para situações urgentes e imprevisíveis.

Técnicos da equipe econômica reconheceram, porém, que há dificuldade em justificar a “imprevisibilidade”, requisito constitucional para esse tipo de medida.

Os Correios acumulam prejuízos desde 2022 e já registram déficit de R$ 6,1 bilhões até setembro de 2025. Alertas sobre a necessidade de capitalização vêm sendo feitos há mais de um ano.

O tema foi tratado nesta semana na Junta de Execução Orçamentária (JEO), formada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão).

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Limites orçamentários apertam o prazo

A alternativa mais convencional, enviar ao Congresso um projeto de crédito especial, não é mais possível, já que o prazo para solicitações se encerrou em 29 de novembro, conforme a LDO de 2025. Alterar a data exigiria aprovar uma nova lei e sancioná-la antes do envio do pedido, o que técnicos avaliam ser inviável até o fim do ano.

Com isso, o governo trabalha com uma janela estreita para dar uma resposta até 20 de dezembro, prazo considerado limite para evitar atrasos salariais.

Além de cobrir salários e dívidas imediatas, o empréstimo integra o plano de reestruturação dos Correios para 2026, que projeta uma necessidade total de R$ 20 bilhões. O plano inclui:

  • renegociação de dívidas com fornecedores e bancos;
  • um novo PDV para cortar ao menos 10 mil postos;
  • revisão da estrutura de cargos e salários;
  • mudanças no plano de saúde da empresa.

Sem uma solução até o fim do ano, integrantes do governo avaliam que a situação da estatal pode deteriorar rapidamente.

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