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Amcham: Menos de um terço dos exportadores brasileiros conseguiram compensar perdas com tarifaço

Publicado 19/12/2025 • 09:20 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • Amcham aponta que apenas 6 de 21 setores exportadores do Brasil compensaram perdas com sobretaxas dos EUA
  • Tarifaço dos Estados Unidos gerou queda de US$ 1,5 bilhão nas exportações brasileiras entre agosto e novembro
  • Estudo da Amcham mostra que diversificação de mercados não substitui vendas brasileiras aos EUA
AMCHAM Setor de pesca sofre dificuldades com tarifaço dos EUA.

Setor de pesca sofre dificuldades com tarifaço dos EUA. Divulgação/Agência Pará

Um estudo inédito da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) aponta que apenas seis dos 21 setores exportadores brasileiros conseguiram compensar as perdas provocadas pelas sobretaxas de 40% e 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil.

Entre agosto e novembro de 2025, todos os setores analisados registraram queda nas exportações para o mercado americano na comparação com o mesmo período de 2024. A redução total das vendas somou US$ 1,5 bilhão. Em termos relativos, a retração das exportações para os Estados Unidos foi maior do que a variação das vendas globais em praticamente todos os setores, com exceção do segmento de material de transporte.

Diversificação de mercados não evita perdas

Segundo a Amcham, a estratégia de redirecionar exportações para terceiros mercados se mostrou insuficiente para mitigar os efeitos do tarifaço na maior parte dos casos. Em 15 dos 21 setores avaliados, o desempenho das exportações globais não foi capaz de compensar a queda das vendas para os Estados Unidos.

As perdas acumuladas desses 15 setores chegaram a US$ 1,2 bilhão no período analisado. Os maiores impactos foram observados nos setores de alimentos, como mel e pescados, plástico e borracha, madeira, metais e material de transporte.

Por outro lado, seis setores conseguiram compensar integralmente as perdas no mercado americano por meio do aumento das exportações para outros destinos. São eles: produtos vegetais; gorduras e óleos; químicos; pedras preciosas; máquinas e aparelhos elétricos; e máquinas e instrumentos mecânicos.

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Diferença de produtos limita compensação

O estudo também destaca que, em vários casos, o crescimento das exportações para outros mercados ocorreu em produtos diferentes daqueles tradicionalmente vendidos aos Estados Unidos, o que indica uma compensação apenas parcial do ponto de vista da pauta exportadora e das empresas envolvidas.

No setor de máquinas e aparelhos elétricos, por exemplo, as exportações para os Estados Unidos recuaram US$ 104,5 milhões, enquanto as vendas para o restante do mundo cresceram US$ 650 milhões no mesmo período. Apesar disso, os principais produtos afetados no mercado americano não apresentaram desempenho equivalente em outros destinos.

As exportações de transformadores caíram 23,1% para os Estados Unidos e 40,9% para o resto do mundo. Já os geradores tiveram queda de 54,6% no mercado americano e crescimento de apenas 2,3% nos demais mercados.

Para a Amcham, os dados indicam que o mercado dos Estados Unidos não é facilmente substituível para as exportações brasileiras, seja pelo tamanho e diversidade da demanda, seja pelo maior valor agregado da pauta importada e pelas especificações técnicas exigidas.

Amcham defende avanço nas negociações

A entidade avalia que os impactos das sobretaxas são difíceis de reverter apenas por meio da diversificação de mercados, sobretudo para produtos industriais.

“O estudo sugere que não é possível compensar plenamente as vendas da maioria dos produtos exportados para os Estados Unidos por meio do seu redirecionamento a outros destinos. A estratégia de diversificação é positiva, mas não substitui o papel do mercado americano, cujo tamanho, escala e características são únicos”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

Segundo ele, os resultados reforçam a urgência de avanços nas negociações bilaterais para melhorar as condições de acesso dos setores exportadores brasileiros ainda sujeitos às sobretaxas. A Amcham informou que seguirá atuando de forma técnica no diálogo com governos e empresas dos dois países, com foco na redução das tarifas e no fortalecimento do comércio e dos investimentos bilaterais.

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