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O que os Correios vão explicar em coletiva nesta segunda (29) sobre a crise bilionária?

Publicado 28/12/2025 • 19:56 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • Correios participam nesta segunda-feira (29) de negociação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho, em rodada que pode definir os termos do acordo coletivo 2025/2026; se não houver consenso, o TST deve arbitrar a decisão no dia seguinte
  • A estatal deve detalhar na coletiva sua situação financeira, com prejuízo acumulado superior a R$ 6 bilhões até setembro de 2025 e estimativa de perdas de cerca de R$ 10 bilhões no fechamento do ano
  • O plano de reestruturação em curso prevê medidas como PDV, fechamento de agências e revisão de benefícios, condicionando a liberação do empréstimo de R$ 12 bilhões contratado com aval do Tesouro Nacional

Os Correios participam nesta segunda-feira (29), às 14h, de uma rodada de negociação com sindicatos dos trabalhadores, mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). No mesmo dia, a estatal deve apresentar informações sobre sua situação financeira, o plano de reestruturação e os próximos passos da empresa.

O encontro ocorre às vésperas de uma possível decisão judicial impositiva. Caso não haja acordo, a Seção de Dissídios Coletivos do TST deve arbitrar, já na terça-feira (30), os termos do acordo coletivo 2025/2026, com decisão vinculante para empresa e sindicatos.

Na coletiva, os Correios devem apresentar dados que embasam sua posição nas negociações. Até setembro de 2025, o prejuízo acumulado da empresa ultrapassava R$ 6 bilhões, e a estimativa para o fechamento do ano é de cerca de R$ 10 bilhões. Projeções internas indicam que, sem mudanças estruturais, o déficit pode chegar a R$ 23 bilhões em 2026.

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Esse cenário levou o governo federal a autorizar um empréstimo de R$ 12 bilhões, com aval do Tesouro Nacional, contratado junto ao Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil. Os recursos são condicionados à execução de um plano de reestruturação e devem ser usados, no curto prazo, para honrar salários atrasados, precatórios e dívidas acumuladas.

Outro ponto central da coletiva deve ser a justificativa para a rigidez na proposta salarial. A empresa ofereceu reajuste de 5,13%, equivalente à inflação, proposta rejeitada pela maioria dos sindicatos. Do lado dos Correios, o argumento é que qualquer aumento real de salários ampliaria um custo estrutural já insustentável, comprometendo o próprio plano de recuperação financeira exigido pelos bancos e pelo Tesouro.

A estatal deve insistir que a paz trabalhista é condição essencial para executar a reestruturação e evitar novos bloqueios de recursos públicos.

Plano de reestruturação

A coletiva também deve esclarecer os pilares do plano de reestruturação 2025/2027, que inclui mudanças profundas na operação:

  • Programa de Demissão Voluntária (PDV) para até 15 mil empregados, reduzindo o quadro atual de cerca de 83 mil trabalhadores;
  • Fechamento de até 1.000 agências, sob o argumento de que cerca de 85% operam com prejuízo;
  • Venda de imóveis, com expectativa de arrecadar aproximadamente R$ 1,5 bilhão;
  • Revisão de benefícios, incluindo planos de saúde e adicionais;
  • Retorno ao trabalho presencial, com redução de regimes remoto e híbrido;
  • Busca por novas parcerias privadas, como a criação de um marketplace próprio;
  • Meta de retorno ao lucro em 2027, após dois anos de estabilização.

Desde 16 de dezembro, os Correios enfrentam greve, que se intensificou no dia 23 após a rejeição da proposta coletiva. O TST já determinou que 80% do efetivo seja mantido em atividade durante a paralisação, com multa diária de R$ 100 mil por sindicato em caso de descumprimento, o que reduz significativamente o poder de pressão dos grevistas.

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Se não houver acordo nesta segunda-feira, a decisão caberá ao Judiciário trabalhista, que tende a buscar um meio-termo, como reajuste modesto, preservação parcial de benefícios e validação das medidas de austeridade.

Na coletiva, os Correios também devem contextualizar a crise como parte de um problema estrutural do modelo de empresa pública, após 13 trimestres consecutivos de prejuízo. O rombo já levou o governo a bloquear R$ 7,2 bilhões de gastos de outros ministérios e do PAC para cobrir déficits da estatal.

O presidente Lula descartou uma eventual privatização, mas sinalizou que mudanças profundas são inevitáveis ao afirmar que “uma empresa pública não pode ser a rainha do prejuízo”.

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