Ações de empresas de beleza registraram grandes perdas esta semana, depois que companhias como E.l.f. Beauty e Estee Lauder relataram lucros decepcionantes e reduziram suas previsões.
A E.l.f. encerrou sua pior semana desde agosto de 2018, com as ações despencando quase 29% no período de cinco dias. Na quinta-feira (6), a marca de cosméticos divulgou uma receita acima do esperado para seu terceiro trimestre fiscal, mas ficou aquém nos lucros ajustados por ação e reduziu sua previsão anual para entre US$ 1,3 bilhão e US$ 1,31 bilhão (aproximadamente R$ 6,5 bilhões a R$ 6,55 bilhões, na cotação atual), abaixo da faixa anterior de US$ 1,32 bilhão a US$ 1,34 bilhão (R$ 6,6 bilhões a R$ 6,7 bilhões).
Desafios e estratégias no setor de beleza
O CEO Tarang Amin disse à CNBC em uma entrevista sobre os resultados que o setor de cosméticos como um todo caiu 5% em janeiro, o que ele atribuiu a uma “ressaca” dos descontos de fim de ano.
Analistas do Morgan Stanley, D.A. Davidson e UBS rebaixaram a ação para neutra ou peso igual após o relatório, citando a redução nas previsões.
As ações da Estee Lauder caíram 22% na semana, marcando a pior semana desde novembro. Na terça-feira (2), a empresa anunciou que cortaria entre 5.800 e 7.000 empregos até o final do ano fiscal de 2026 e que a demanda reduzida no varejo na Ásia prejudicaria suas vendas líquidas no terceiro trimestre.
A notícia fez as ações despencarem, apesar de um desempenho acima do esperado em receita e lucro por ação no segundo trimestre.
“De uma maneira simples, perdemos nossa agilidade. Não aproveitamos as oportunidades de maior crescimento”, disse o CEO Stéphane de La Faverie, que assumiu o cargo em 1º de janeiro, durante a teleconferência de resultados.
Pressão sobre outras empresas do setor
As ações da Ulta Beauty e da Coty também ficaram sob pressão esta semana, caindo 9% e quase 8%, respectivamente. Foi a pior semana da Ulta desde abril, e a pior semana da Coty desde outubro.
Na teleconferência de resultados da E.l.f. Beauty na quinta-feira (6), Amin mencionou que a empresa notou “um pouco de fraqueza” na Ulta, um dos varejistas da marca, em janeiro.
O setor de beleza, assim como outros nos EUA, enfrenta a ameaça de que as tarifas corroam seus lucros. Na terça-feira (4), a China anunciou tarifas sobre importações dos EUA em resposta às tarifas adicionais de 10% do presidente Donald Trump sobre produtos chineses.
A E.l.f., por exemplo, fabrica cerca de 80% de seus produtos na China, mas Amin disse à CNBC que a empresa ficou “aliviada” ao ver Trump impor tarifas de apenas 10%, quando ele anteriormente havia sugerido taxas de até 60%.
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