‘O Brasil precisa proteger sua indústria sem retaliação direta’, diz analista de investimentos sobre tarifa de aço de Trump
Publicado 11/02/2025 • 13:27 | Atualizado há 3 meses
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Publicado 11/02/2025 • 13:27 | Atualizado há 3 meses
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Arthur Horta
Reprodução: Redação Times Brasil
A decisão de Donald Trump de taxar o aço pode afetar as exportações brasileiras em até 6 bilhões de dólares. O decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, marcando uma nova fase na política comercial do país.
Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, nesta terça-feira (11), o analista de investimentos da GTF Capital, Artur Horta, comentou os impactos dessa decisão para o Brasil, tanto a curto quanto a longo prazo.
De acordo com Horta, a medida, que entrará em vigor no dia 4 de março deste ano, pode fazer com que o Brasil perca suas vantagens competitivas no mercado norte-americano.
“A competitividade do Brasil no mercado dos Estados Unidos é sustentada pelo preço atraente do aço. O Brasil é um dos maiores fornecedores de aço para o país, conseguindo produzir a um custo mais baixo do que o mercado norte-americano. Se as tarifas forem aplicadas, o preço do aço brasileiro aumentará, e o Brasil perderá essa vantagem competitiva”, afirmou.
Ele também destacou os impactos dessa medida no curto e no longo prazo, caso ela permaneça durante todo o mandato de Trump.
“O Brasil exporta uma grande parte de sua produção de aço para os Estados Unidos, que representa 25% do total importado, sendo 16% vindo diretamente do Brasil. Com a taxação, o Brasil perderá sua competitividade no mercado americano, e as siderúrgicas norte-americanas terão que cobrir essa demanda com preços mais altos”, explicou.
Horta ainda apontou que, se as tarifas forem mantidas por um longo período, a indústria siderúrgica brasileira enfrentará sérias dificuldades.
“A indústria precisará reduzir os preços internamente para absorver o aço que não será mais exportado, o que pode impactar os empregos no setor. Essa redução de preços pode prejudicar a capacidade das empresas de manter os mesmos níveis de produção, resultando em uma perda significativa de empregos e afetando a economia como um todo”, completou.
Além disso, Horta observou que, embora o Brasil seja diretamente impactado, os Estados Unidos também sofrerá as consequências dessa política.
“O efeito imediato será o aumento da inflação, com os produtos ficando mais caros, o que pode levar ao aumento das taxas de juros. Isso pode gerar uma instabilidade econômica. Para minimizar os impactos, as empresas americanas podem correr para comprar aço de outros países, como Brasil e Canadá, antes que os preços subam ainda mais”, afirmou.
Ele também ressaltou que a indústria siderúrgica americana pode se beneficiar com a medida.
“A indústria siderúrgica dos EUA será uma das principais beneficiadas, podendo ampliar sua participação no mercado, já que 25% da produção de aço americana é voltada para exportação. Isso gera uma vantagem competitiva para essas siderúrgicas. Já o impacto em outros mercados, como Brasil, Canadá e países do Mercosul, será mais limitado. Embora o preço do aço possa cair, o efeito será restrito pela consolidação da capacidade global de produção. Portanto, apesar das vantagens temporárias para os EUA, o cenário global estabilizado impede grandes mudanças a longo prazo”, finalizou.
Segundo Horta, o Brasil não deve retaliar os Estados Unidos com tarifas, pois isso poderia prejudicar ainda mais sua economia.
“O Brasil representa apenas 1,3% das importações dos no exterior. Retaliar, especialmente sobre produtos como maquinários e tecnologia, impactaria nossa economia sem causar um efeito significativo nos pais”, explicou.
Horta também enfatizou que o Brasil precisa encontrar formas de proteger sua indústria sem recorrer à retaliação direta.
“Devemos investir em nossa indústria e garantir sua competitividade no cenário global. Setores como a indústria química e de produtos orgânicos, por exemplo, podem crescer e se fortalecer sem depender tanto do mercado dos Estados Unidos. O que o Brasil precisa fazer é buscar alternativas que assegurem a proteção de suas indústrias chave”, concluiu.
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Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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