Frango, picapes e fusca: conheça a história da ‘chicken tax’, uma das tarifas mais famosas dos EUA
Publicado 14/02/2025 • 18:56 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 14/02/2025 • 18:56 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Picapes importadas da Europa pagam 25% de tarifa nos EUA
Unsplash
Após o presidente Donald Trump ter assinado uma medida para impor tarifas recíprocas para países que já cobram essas taxas de produtos americanos, o governo dos Estados Unidos afirmou que uma nova rodada pode atingir as importações de veículos produzidos na Europa.
O governo dos Estados Unidos afirmou que um relatório comparou as relações comerciais dos EUA com 132 países, e notou que os exportadores americanos enfrentam tarifas mais altas em mais de dois terços das vezes.
Esse é justamente o caso dos veículos: a União Europeia impõe uma tarifa de 10% sobre carros importados, enquanto os EUA aplicam uma taxa de 2,5%. Portanto, há uma possibilidade concreta de os americanos instalarem taxas para proteger a própria indústria automobilística.
Não seria a primeira vez: uma das tarifas mais famosas da história dos EUA, a “Chicken Tax” (taxa do frango), foi imposta pelos EUA em 1964 e opera até hoje sobre caminhões pequenos (vans de carga e picapes) importados do continente europeu.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a agricultura industrial se desenvolveu de forma rápida nos EUA, e eles conseguiram baixar os preços de produtos como o frango, que se tornou um alimento básico para os americanos.
O excedente era exportado para a Europa, que ainda sofria com o pós-guerra. Os agricultores europeus, que tentavam se recuperar do conflito, começaram a reclamar dos produtores americanos, que, de acordo com eles, monopolizavam os mercados de frango no continente.
No fim de 1961, os países europeus aplicaram tarifas sobre o frango vindo dos EUA para estimular a produção dos fazendeiros locais. O efeito foi rápido: no ano seguinte, o americanos perderam cerca de um quarto de suas vendas na França e na Alemanha.
Houve tentativas de negociação entre os países, mas não foram pra frente.
Durante esse mesmo período, a indústria automobilística americana enfrentava uma grande crise. Os preços dos veículos das montadoras americanas eram altos, e enfrentavam um novo concorrente: os carros alemães.
O fusca, carro fabricado pela montadora alemã Volkswagen, popularizou-se nos EUA nesse período.
O sindicato de trabalhadores da indústria automobilística ameaçou entrar em uma greve geral dias antes das eleições presidenciais de 1964.
Para retaliar contra as tarifas ao frango impostas pela Europa e favorecer a indústria nacional de automóveis, o presidente Lyndon Johnson aprovou uma tarifa de 25% sobre caminhões pequenos, amido de batata, dextrina e conhaque importados do continente europeu.
Essas tarifas ficaram conhecidas como “Chicken Tax”, a taxa do frango, porque foram uma reciprocidade da tarifa que os europeus impuseram ao frango americano.
As vendas de picapes e vans de cargas europeias nos EUA despencaram em 1964.
Nas décadas seguintes, o amido de batata, a dextrina e o conhaque foram retirados da Chicken Tax, mas ela permanece até os dias de hoje sobre a importação de caminhões pequenos da Europa.
Em seu primeiro mandato, Trump já defendeu a Chicken Tax e sugeriu a aplicação de tarifas semelhantes em outros veículos.
“A razão pela qual o negócio de pequenos caminhões nos EUA é tão grande é que, durante muitos anos, tarifas de 25% foram impostas a caminhões pequenos que entram no nosso país. Se fizéssemos isso com a chegada de carros, muitos mais veículos seriam construídos aqui”, afirmou o presidente na época.
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