A Europa corre o risco de se tornar um “museu” se não suavizar as restrições rigorosas sobre as tecnologias de inteligência artificial e adotar um ambiente de desregulamentação, afirmou o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, nesta quinta-feira (20).
“Acho que realmente precisamos avançar na Europa. A economia americana e a economia chinesa cresceram muito mais rapidamente em comparação com as economias europeias nos últimos 20 anos”, disse o premier aos participantes do evento Techarena, em Estocolmo.
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“Se não mudarmos isso, a Europa vai, de fato, se tornar uma espécie de museu em comparação com outras partes do mundo”, acrescentou.
A fala de Kristersson se junta a um coro de líderes europeus que participaram da Cúpula de Ação em Inteligência Artificial de Paris na semana passada, ressaltando a necessidade de a região se tornar um jogador mais competitivo na corrida global pela IA.
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou um investimento de 109 bilhões de euros (cerca de R$ 647,9 bilhões) em IA, que inclui compromissos tanto de investidores estrangeiros, como os Emirados Árabes Unidos e fundos de investimentos dos EUA e Canadá, quanto de empresas domésticas como Iliad, Orange e Thales.
Na ocasião, Macron comparou o tamanho do compromisso de investimento ao projeto Stargate, de investimento privado em IA no valor de 500 bilhões de dólares, anunciado pelo presidente Donald Trump no mês passado.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também afirmou que a União Europeia mobilizaria um total de 200 bilhões de euros (208,6 bilhões de dólares) para investimentos em IA na Europa.
Nesse contexto, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, criticou a Europa, argumentando que os oficiais do continente se concentraram demais na regulamentação da IA, em vez de abraçar seu potencial de crescimento.
Apontando os Estados Unidos como “líder” na tecnologia, Vance disse que os EUA querem que seus aliados europeus adotem uma atitude mais favorável à tecnologia do que têm feito até agora.
“Para criar esse tipo de confiança, precisamos de regimes regulatórios internacionais que fomentem a criação de tecnologia de IA, em vez de sufocá-la, e precisamos que nossos amigos europeus, em particular, encarem essa nova fronteira com otimismo, em vez de com apreensão”, disse Vance aos participantes da cúpula em Paris.
‘Não é bom o suficiente’ Executivos de tecnologia já criticaram a União Europeia por adotar uma abordagem regulatória excessivamente rigorosa para a IA. O marco regulatório da IA da União Europeia, que entrou em vigor este ano, é o primeiro conjunto abrangente de regras com o objetivo de proteger contra os riscos associados à IA.
“Para competir no novo contexto geopolítico, a Europa precisa se tornar um lugar onde os negócios e a inovação possam prosperar”, disse Kristersson nesta quinta-feira. “Isso significa menos regulamentação. Significa mais acesso a capital e talento.”
Ele acrescentou: “Como as coisas estão agora, temos empresas com dificuldades para usar a tecnologia mais recente devido às incertezas com a legislação europeia, empresas fundadas na Europa se mudando para os EUA devido à falta de acesso ao capital. Isso simplesmente não é bom o suficiente.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC
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