Setor de luxo europeu mostra sinais de recuperação, mas ameaças tarifárias podem impactar o futuro
Publicado seg, 24 fev 2025 • 12:07 PM GMT-0300 | Atualizado há 1 dias
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Publicado seg, 24 fev 2025 • 12:07 PM GMT-0300 | Atualizado há 1 dias
KEY POINTS
Foto: Hermès/Divulgação
O setor de luxo da Europa, que passou por dificuldades, está mostrando sinais de recuperação após uma temporada de resultados positivos. No entanto, a fraqueza contínua na China e a possibilidade de tarifas dos EUA podem fazer com que até as marcas mais exclusivas disputem a fatia do bolso do consumidor.
“2024 tem sido um dos piores anos para o setor. Acreditamos que haverá uma espécie de normalização ao longo de 2025, especialmente no segundo semestre”, disse Simone Ragazzi, gerente de portfólio da Algebris Investments, em uma videoconferência com a CNBC na semana passada.
A fabricante da bolsa Birkin, Hermes, registrou um aumento nas vendas do quarto trimestre no início deste mês, ampliando seu desempenho acima das expectativas, ao final de uma temporada de resultados amplamente positivos, durante a qual até marcas de moda em dificuldades, como LVMH e a dona da Gucci, Kering, superaram as previsões para o trimestre.
Esses resultados reforçam as previsões anteriores de uma recuperação tão aguardada para o setor, após a Richemont, dona da Cartier, ter registrado o maior faturamento trimestral da história no período de três meses até dezembro.
“A conclusão parece ser que o pior já passou — provavelmente, o terceiro trimestre de 2024 — e estamos vendo uma recuperação cíclica em andamento, impulsionada principalmente pelos consumidores dos EUA e da Europa”, disse Luca Solca, analista sênior de bens de luxo globais na Bernstein, por e-mail.
No entanto, ainda persistem incertezas sobre a recuperação do consumo chinês — um pilar de longa data do mercado de luxo — e a possibilidade de tarifas dos EUA prejudicarem o setor e além dele.
As vendas fracas na China continuaram a ser um tema recorrente nos relatórios do quarto trimestre, com L’Oréal e a Gucci da Kering — dois grupos especialmente expostos ao mercado — destacando a queda nas vendas no país.
Ao mesmo tempo, possíveis tarifas sobre empresas europeias sob a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, junto com a incerteza macroeconômica mais ampla, foram pontos destacados nas chamadas de resultados.
Zuzanna Pusz, chefe de bens de luxo da Europa no UBS, disse à CNBC que, caso tarifas adicionais sejam impostas, as empresas provavelmente repassariam esses custos aos consumidores por meio de aumentos de preços — algo que tanto a Kering quanto a Hermes sinalizaram que poderiam fazer. No entanto, ela observou que algumas empresas teriam mais dificuldade em justificar novos aumentos de preços do que outras.
“Já estamos saindo de aumentos de preços pesados. Se as empresas enfrentarem tarifas de 25%, será difícil compensar esses custos”, concordou Ragazzi, observando que isso poderia ser “muito doloroso” para algumas empresas.
O setor de luxo da Europa é peculiar, pois a maioria de suas operações não pode ser replicada em mercados estrangeiros como os EUA — uma das intenções principais das tarifas de importação de Trump. Colocar o rótulo “Feito na Itália” em uma jaqueta de couro, por exemplo, depende do produto ser produzido lá.
Isso sugere que as empresas de luxo poderiam ser isentas das medidas mais punitivas, disse Pusz. No entanto, na medida em que as tarifas comerciais afetem economias-alvo, como a da China — ao aumentar os preços gerais e prejudicar o sentimento do consumidor — isso pode ser uma preocupação para o setor.
“Qualquer coisa que impacte negativamente a economia da China seria um risco”, afirmou Pusz em uma videoconferência no início deste mês.
Isso, por sua vez, pode agravar a divergência existente entre as empresas de luxo mais bem-sucedidas e as de pior desempenho, concordaram os analistas.
“Seja por tarifas ou outros choques, quando o consumidor precisa comprar menos, ele se torna ainda mais seletivo e vai investir ainda mais nas marcas de que gosta”, afirmou Pusz.
Carole Madjo, chefe de pesquisa de bens de luxo europeus no Barclays, observou que algumas marcas de luxo foram punidas recentemente por “falta de inovação [e] preços elevados” e que terão que justificar ainda mais seus preços.
“Com o macroeconomia se tornando mais desafiadora para a base de consumidores… eles estão comprando menos, mas comprando melhor”, disse Madjo à CNBC no programa “Squawk Box Europe” no início deste mês. “O setor está agora ciente de todas essas questões e está tentando começar a encontrar soluções.”
Os analistas concordaram que marcas de maior qualidade e aquelas expostas ao público consumidor de alto padrão tendem a continuar liderando, pelo menos no curto prazo.
“Marcas de qualidade podem se destacar ainda mais diante dos desafios idiossincráticos da indústria”, disse Solca, da Bernstein, em uma nota na semana passada, destacando a força contínua de marcas como Richemont e Hermes, e citando Moncler e Burberry como perspectivas de crescimento.
“A grande questão é o que significa luxo nos dias de hoje”, observou Ragazzi. “O que se torna cada vez mais evidente é que a boa vontade ou o legado que as marcas tinham no passado meio que desapareceu.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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