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O que é o G20? Entenda a importância de o Brasil presidir as discussões do grupo

Publicado 13/11/2024 • 10:45

Naty Falla

KEY POINTS

  • Na segunda-feira (18), líderes dos países que compõem o G20 vão se encontrar no Rio de Janeiro para a reunião de cúpula do grupo deste ano. 
  • Em dezembro de 2023, o Brasil assumiu pela primeira vez a presidência rotativa do Grupo dos 20.
  • A CNBC Brasil conversou com especialistas para responder às principais dúvidas sobre um dos mais importantes eventos diplomáticos e econômicos do mundo.
Imagem G20

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Divulgação/G20

Na segunda-feira (18), Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, Xi Jinping, da China, Cyril Ramaphosa, da África do Sul e outros líderes dos países que compõem o G20 vão se encontrar no Rio de Janeiro para a reunião de cúpula do grupo deste ano. 

Em dezembro de 2023, o Brasil assumiu pela primeira vez a presidência rotativa do Grupo dos 20. O mandato, que tem a duração de um ano, se encerrará no próximo dia 30 de novembro. 

A cúpula (reunião de alto nível) marca o encerramento das atividades lideradas pelo país que exerce a presidência rotativa do grupo. Nesse evento, chefes de Estado e de Governo validam os acordos discutidos durante o ano e definem direções para enfrentar desafios globais.

Mas, afinal, o que é e qual a importância do Brasil presidir e sediar as discussões do G20? A CNBC Brasil conversou com o cientista político e professor de relações internacionais Maurício Santoro e com Arthur Murta, professor de RI da PUC-SP, para responder às principais dúvidas sobre um dos mais importantes eventos diplomáticos e econômicos do mundo. 

O que é o G20?

O G20 é um fórum internacional formado pelas 19 maiores economias do mundo e por dois blocos regionais, a União Europeia e a União Africana.

O grupo foi criado em 1999 em resposta à crise financeira global do fim dos anos 1990 com o objetivo de discutir iniciativas econômicas, políticas e sociais para o fortalecimento da economia internacional e o desenvolvimento socioeconômico global. “É um arranjo internacional que tem crescido em tamanho e na importância”, afirma Murta.

“Diversos países sentiram a necessidade de maior cooperação global para enfrentar problemas econômicos, em um ambiente que fosse mais amplo do que o G7 (que reúne apenas as grandes potências ocidentais) e mais restrito do que a ONU, que tem quase 200 integrantes”, diz Santoro.

Quais são os países que compõem o G20?

  • África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.

Qual a importância do G20?

Os países e as instituições que formam o G20 concentram cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.

Santoro explica que o grupo é um espaço importante para discutir temas de economia internacional e é um dos poucos fóruns multilaterais que ainda mantém grande relevância, “mesmo com o enfraquecimento do diálogo entre grandes potências e o fortalecimento de governos nacionalistas e protecionistas, que se opõem a esse tipo de articulação diplomática.”

O professor Arthur Murta diz que o grupo é uma possibilidade de coordenar a governança global, a fim de ampliar, melhorar e aprofundar os mecanismos das principais economias do mundo. “As decisões tomadas por esses países impactam diretamente a gestão global”.

Qual a importância de o Brasil presidir e sediar as discussões do grupo?

O ano em que o país exerce a presidência e sedia a cúpula é uma excelente oportunidade de influenciar na pauta das discussões e colocar em destaque temas prioritários para cada governo. “Se bem executadas, essas atividades reforçam a liderança internacional dos anfitriões”, diz Santoro. 

A presidência traz destaque não apenas para o país em si, mas para as questões regionais. Além disso, faz com que o Brasil tenha a capacidade de definir a agenda das discussões no âmbito do G20.

“Ou seja, durante todas as reuniões preparatórias, o Brasil tem pautado temas que são caros hoje para política externa brasileira”, complementa Murta. “Estamos em um ciclo realmente importante, em que os países emergentes estão tendo a capacidade de pautar essa agenda.”

Qual o principal objetivo do Brasil no encontro?

“Construindo um mundo justo e um planeta sustentável” é o slogan da presidência brasileira do G20. Santoro explica que o governo selecionou três temas principais para a cúpula: 

  • combate à pobreza/fome;
  • mudança climática e transição energética;
  • reforma das instituições econômicas globais.

Quais são os maiores desafios para o G20?

Tanto para Santoro quanto para Murta, o principal desafio para o G20 é alcançar algum tipo de consenso em um mundo dividido. “O foco é conseguir que os países consigam tomar decisões coletivas, o que fortalece a governança global e a construção da paz”, explica Murta. 

Outros desafios do G20 são as mudanças climáticas e a necessidade da transição econômica para a economia sustentável, além da desigualdade econômica e social. 

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