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Economia em foco Artur Horta

Em movimento de alto risco, Lula aposta em Gleisi para articulação política

Publicado 28/02/2025 • 18:20 | Atualizado há 1 uma semana

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Artur Horta

Artur Horta é jornalista especializado em economia e investidor profissional nos mercados de ações e commodities.

O Palácio do Planalto confirmou o que muita gente temia (ou previa): Gleisi Hoffmann é a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais. Em um movimento que parece mais uma jogada de risco do que uma estratégia política bem calculada, Lula decide dobrar a aposta e colocar uma de suas mais fiéis aliadas em um cargo que exige diálogo e articulação – duas palavras que não são notadas frequentemente no vocabulário político da nova ministra.

Gleisi assume a função antes ocupada por Alexandre Padilha, outro petista, que foi para a Saúde e abriu a primeira vaga da reforma ministerial.

Agora, a ex-presidente do PT passa a comandar a pasta responsável por fazer a ponte entre o Executivo e os outros poderes, algo que, na teoria, deveria ser um movimento para fortalecer a base governista. Na prática? A escolha de Gleisi provoca incômodo até dentro de algumas alas do PT, especialmente entre aquelas que dependem de um trânsito mais suave no Congresso para aprovar emendas e garantir nomeações.

A verdade é que Lula ainda acredita que sua intuição política de décadas passadas continua infalível. Mas os tempos mudaram, e essa decisão parece mais uma tentativa de retribuição a Gleisi pela lealdade irrestrita durante seus anos mais difíceis. Foi ela quem segurou as pontas do partido quando Lula estava preso, organizando vigília em frente à Polícia Federal e atravessando a turbulenta campanha de 2018.

Recompensar aliados não é novidade, mas quando isso acontece às custas da governabilidade, o preço pode ser alto.

E o que o Centrão acha disso tudo? Bom, não precisa de bola de cristal para imaginar. O mais provável é que esperassem um nome mais palatável, como Isnaldo Bulhões ou pelo menos alguém do próprio PT com bom trânsito em Brasília, como José Guimarães ou Jaques Wagner. Mas Lula decidiu ignorar as expectativas e colocar no cargo alguém que já coleciona embates, inclusive, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As desavenças entre os dois já foram públicas e desgastaram a unidade do governo, especialmente na área econômica.

O mercado reagiu de maneira negativa à nomeação, o que se refletiu imediatamente na queda da bolsa e na alta do dólar. O receio não se restringe a mais populismo, mas também a uma maior dificuldade nas negociações com o Congresso, especialmente no que diz respeito às pautas econômicas.

E o timing dessa mudança também é um detalhe importante: Gleisi assume a SRI às vésperas da votação do Orçamento de 2025. Sua primeira missão será encarar um Congresso que defende cada centavo das verbas impositivas como se fossem uma questão de sobrevivência, enquanto ela tenta negociar algum resquício de espaço para o governo.

No fim das contas, essa nomeação escancara um problema maior: Lula parece acreditar que a crise política é apenas uma questão de narrativa. Mas os desafios de sua gestão vão muito além da comunicação. Ele subestima a pressão crescente sobre o governo e ignora que, sem ajustes reais na gestão e na articulação política, a tendência é de que as dificuldades econômicas e institucionais se aprofundem nos próximos meses.

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