BARCELONA — A chinesa Huawei não é a única fabricante de smartphones a adicionar uma terceira tela aos seus dispositivos.
Na feira Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, várias empresas estavam mostrando suas inovações tecnológicas em displays.
O gigante sul-coreano da tecnologia Samsung revelou seus novos dispositivos conceito “trifold” no evento: o Flex G e o Flex S. Isso acontece após a gigante chinesa Huawei ter lançado, no mês passado, seu novo Mate XT, um smartphone de 3.499 euros (cerca de 3.678,56 dólares) com três telas, nos mercados internacionais.
A Samsung enfatizou que seus modelos Flex G e S são somente dispositivos conceito — ou seja, não espere encontrá-los nas prateleiras tão cedo.
Ainda assim, é um sinal de onde os fabricantes de smartphones estão vendo a próxima onda de inovação.
“Mar de Semelhanças”
O mercado de smartphones atingiu uma espécie de platô nos últimos anos, com muitos modelos não se afastando muito da forma padrão de um dispositivo retangular. A Apple deu o tom de como seriam os dispositivos em nossos bolsos quando lançou o primeiro iPhone em 2008. Mas agora os fabricantes de smartphones estão tentando tirar o mercado desse chamado “mar de semelhanças”.
Na terça-feira, a startup britânica de tecnologia de consumo Nothing lançou seu novo Phone (3a), um modelo econômico de 329 euros (356,28 dólares) com um design peculiar e um sistema de luzes LED que acende quando você recebe chamadas ou notificações.
O cofundador da Nothing, Akis Evangelidis — que está planejando uma mudança para a Índia enquanto a startup planeja uma expansão agressiva no país — disse à CNBC que a empresa está tentando agitar o mercado de smartphones com algo mais divertido e único.
Usando o mercado indiano como exemplo, Evangelidis disse: “As pessoas estão se afastando das necessidades puramente funcionais quando se trata de produtos. Elas aspiram a marcas que tenham mais um benefício emocional, e acho que é aí que está a oportunidade.”
Inovação no Display
A startup chinesa de smartphones Tecno apresentou seu próprio smartphone dobrável, o Phantom Ultimate 2, no MWC. Assim como o dispositivo Flex S da Samsung, ele possui duas dobradiças e forma um “S” quando você dobra as telas. No entanto, embora os fabricantes de smartphones estejam trabalhando agressivamente para lançar novos dispositivos dobráveis, a categoria ainda é uma área relativamente nichada no mercado.
Além disso, os smartphones dobráveis podem representar um grande salto para o consumidor médio.
Primeiro, eles tendem a ser mais volumosos do que os smartphones tradicionais devido à tela adicional. E também não são baratos. De acordo com dados da empresa de pesquisa de mercado IDC, o preço médio de venda de smartphones dobráveis é quase três vezes mais alto do que o dos smartphones convencionais — cerca de 1.218 dólares contra 421 dólares para os modelos não dobráveis.
Embora o mercado de smartphones dobráveis tenha crescido 6,4% ano após ano, para 19,3 milhões de unidades, a categoria “representa apenas 1,6% das remessas globais totais”, segundo Francisco Jeronimo, vice-presidente de dispositivos da EMEA na IDC.
No entanto, este ano no MWC, as empresas de telefonia mostraram que estão melhorando no desenvolvimento de smartphones dobráveis que atendem melhor aos usuários do dia a dia.
Por exemplo, a Oppo apresentou seu novo dispositivo Find N5 nesta semana. Ele tem apenas duas telas, mas é muito mais fino do que outros smartphones dobráveis concorrentes, como o Samsung Galaxy Fold 6.
Atualmente, a Samsung ocupa a posição de liderança no segmento global de dispositivos dobráveis. Em 2024, a empresa detinha uma participação de mercado de 32,9%. A Huawei ficou logo atrás, com 23,1%, enquanto a Motorola foi a terceira maior fabricante de smartphones dobráveis, com uma participação de mercado de 17%.
E, apesar dos preços elevados, essas empresas apostam que os consumidores estarão dispostos a pagar por uma experiência de qualidade superior.
O Flex G tem três telas e se dobra para dentro e para fora, mais ou menos como um livro. Já o Flex S tem um formato mais em zigue-zague, projetado para se parecer com a letra “S” — daí o nome.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
