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Brasil

Taxação do aço e do alumínio prejudica parceria entre Brasil e EUA, avalia CNI

Publicado 12/03/2025 • 21:42 | Atualizado há 9 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A taxação de 25% imposta pelos EUA sobre o aço e alumínio do Brasil compromete a competitividade do setor e afeta a relação de complementariedade entre os dois países.
  • Em 2024, o Brasil exportou US$ 31,6 bilhões em produtos da indústria de transformação para os EUA e é o quarto maior fornecedor de ferro e aço para o mercado norte-americano.
  • A CNI defende o diálogo como caminho para reverter a medida e atuar junto ao governo brasileiro para preservar a parceria estratégica com os Estados Unidos.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou preocupação com a decisão dos Estados Unidos de impor uma taxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio provenientes do Brasil. A medida, que entrou em vigor nesta quarta-feira (12), afeta diretamente a competitividade da indústria nacional e coloca em risco a histórica relação de complementariedade entre os setores produtivos dos dois países.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, criticou a decisão e destacou que a parceria entre Brasil e Estados Unidos sempre se baseou na valorização das vantagens competitivas de cada nação. “Historicamente, nossa relação com os EUA sempre valorizou as vantagens competitivas de cada país, com ganhos mútuos, sobretudo nestes segmentos. A taxação mostra total falta de percepção da complementariedade que construímos ao longo dos anos”, afirmou.

Impacto econômico e relação comercial

A indústria de transformação brasileira tem nos Estados Unidos seu principal parceiro comercial, especialmente em produtos de maior intensidade tecnológica, no comércio de serviços e nos investimentos bilaterais. Em 2024, as exportações brasileiras da indústria de transformação para os EUA totalizaram US$ 31,6 bilhões. O Brasil também se destaca como o quarto maior fornecedor de ferro e aço para o mercado norte-americano, com 54% das exportações desses produtos destinadas aos EUA.

Segundo Alban, a decisão norte-americana desconsidera a importância do Brasil na cadeia de fornecimento de aço e alumínio. “Temos uma exportação complementar de produtos intermediários, que permitem que os EUA agreguem valor em toda uma linha de equipamentos, inclusive automotivos. E o Brasil é um dos grandes compradores desses bens”, ressaltou.

Diálogo como caminho para solução

O presidente da CNI reconheceu os esforços do governo brasileiro para reverter a medida e defendeu uma postura firme nas negociações. Para ele, a forma mais adequada de solucionar o impasse é por meio do diálogo. “Obviamente, existem decisões políticas e estratégicas de cada país, especialmente num mundo integrado, mas acho que a forma mais adequada de solucionar os impasses é o diálogo. A CNI, conjuntamente com as associações setoriais, atuará junto ao governo brasileiro para encontrar a melhor saída para a situação”, garantiu.

Diante do impacto da taxação sobre a economia brasileira, a CNI continuará mobilizada para sensibilizar as autoridades norte-americanas sobre a relevância da manutenção de uma relação comercial equilibrada e benéfica para ambos os países.

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