Wegovy, da Novo Nordisk.

CNBC Novo Nordisk oferecerá Wegovy, medicamento para perda de peso, por meio de telemedicina

Plano de Negócios Rodrigo Loureiro

Queda nas ações da Azzas 2154 mostra que “roupa suja se lava em casa”

Publicado 14/03/2025 • 13:55 | Atualizado há 2 meses

Foto de Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é jornalista especializado em economia e negócios, com experiência nos principais veículos especializados do Brasil e MBA pela FIA em parceria com a B3. Além de comandar esta coluna, é comentarista nos programas Agora e Real Time, onde analisa as principais movimentações do mercado.

IPO da Azzas 2154 na B3

Foto: Reprodução Instagram

As ações do grupo Azzas 2154, empresa criada a partir da fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma, estão operando com queda agressiva no pregão desta sexta-feira (14). Mais do que os resultados insatisfatórios divulgados no último balanço, o mercado teme que a empresa esteja enfrentando problemas com seus sócios.

De acordo com reportagem veiculada pelo Pipeline, Alexandre Birman e Roberto Jatahy estão negociando um divórcio. Os dois são os principais acionistas e gestores da companhia que foi criada há menos de oito meses. Fontes ouvidas pela reportagem dizem que a companhia enfrenta problemas de integração.

Segundo o Pipeline, Jatahy não mais se reporta para Birman. O executivo que comandou o Grupo Soma durante mais de três décadas presta explicações apenas para o conselho de administração da Azzas. A prática é considerada incomum, uma vez que Birman é o CEO do grupo que foi criado com a fusão.

Por se tratar dos dois principais nomes do negócio, a saída de qualquer um deles da operação é vista como problemática para o mercado. Um cenário provável poderia envolver a cisão da operação, mas com algumas mudanças. A Hering, por exemplo, passaria a ser uma marca da Arezzo.

Para que esse plano saia do papel, Birman teria que comprar a participação de Jatahy na operação. O problema é como fazer isso. O preço para a compra das ações precisaria ser sedutor (neste caso, a desvalorização recente das ações da Azzas pode auxiliar Birman, já que o papel ficou mais barato). 

Somadas, as participações de Birman e Jatahy equivalem a 33,7% do total. Por ora, a Azzas ainda não se manifestou sobre uma possível mudança em seu quadro societário. O restante das ações está em circulação no mercado. Outros investidores relevantes são: Canada Pension Plan (5,1%) e Westwood (5,4%).

Desde o começo do ano as ações da Azzas caíram mais de 24% na bolsa de valores brasileira. O que fez o valor de mercado da empresa chegar a R$ 4,5 bilhões. Em um retrato maior, partindo de agosto do ano passado, quando a companhia concretizou a fusão, a desvalorização das ações já ultrapassa 52%. 

Os resultados do último balanço não colaboraram com uma volta do otimismo dos investidores. Em seu primeiro trimestre completo após a fusão, a Azzas teve crescimento de 13,4% na receita, que somou R$ 3,4 bilhões. Já o lucro líquido caiu 36% para R$ 169 milhões - resultado que também ficou abaixo da estimativa do mercado.

MAIS EM Rodrigo Loureiro