CEO sorriso: de moquecas à onboardings, a estratégia de Julio Brito, da Swile no Brasil
Publicado 14/03/2025 • 19:46 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 14/03/2025 • 19:46 | Atualizado há 4 horas
Ele chega sorridente, mostrando o par de tênis (para os inteirados, “sneakers”) que combinam com o terno italiano azul jeans bem cortado. “Estou me sentindo moderno, nada mal para quem tem quase 60, né?”. Julio Brito é general manager da empresa de benefícios flexíveis francesa Swile. Ele se senta, pede uma quiche e um suco de laranja para não ficar muito tempo sem comer antes das entrevistas que ia dar naquela noite – a mim e à Chris Pelajo, do Jornal Times, do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
Julio comanda uma startup que nasceu na França em 2018, prometendo mais que que um simples vale-refeição, mas um cartão com uma série de benefícios, inclusive premiações. Em 2021, a empresa desembarcou no Brasil, se tornou unicórnio (mais de US$ 1 bilhão de valor de mercado), com a aquisição da Vee Benefícios e aporte de US$ 200 milhões do Softbank. A meta é alcançar o break even já neste ano, antecipando o programado para 2026.
Nasceu no Mato Grosso, mas é neto de baiano e vive há mais de 20 anos em Salvador, onde conheceu sua esposa e teve seus três filhos. Fica em São Paulo durante a semana e voa para ver a família aos fins de semana. Dorme 5 horas por noite, faz caminhada pelas manhãs e leva a leveza da Bahia para as relações diárias com os colaboradores.
Entrou como menor aprendiz no Banco do Brasil em 1980, onde trabalhou por 16 anos. Pediu demissão, enfrentando resistência de sua família e amigos. Em seguida, ele se mudou para Manaus, onde recrutou funcionários e estabeleceu a operação de uma empresa, antes de passar por outras cidades, como Salvador, Belo Horizonte, e São Paulo. Trabalhou também na Cielo, onde foi promovido a diretor de vendas e mais tarde se envolveu com o Banco Safra, onde o projeto de adquirência foi postergado devido à crise da Grécia.
Após um tempo na holding de shopping centers canadense Ancar Ivanhoé, ele foi convidado para a Alelo, onde permaneceu por sete anos, lidando com operações de benefícios, adquirência e mobilidade. Posteriormente, recebeu um convite para ser CEO de uma nova empresa, a Swile, com a missão de iniciar operações no Brasil. Ele assumiu a posição de CEO no início de 2022, e a empresa teve um crescimento significativo, aumentando de 70 mil para quase 800 mil usuários ativos, além de dobrar o número de funcionários.
Esta semana, inclusive, a Swile vai inaugurar um novo escritório, na região da avenida Paulista. Antes, ficava na Berrini, na zona sul de São Paulo – e era, segundo Julio, muito longe para os colaboradores.
Para estar mais perto de quem lidera, Julio, cujo hobby é cozinhar, faz moqueca de camarão e de quando em quando faz brunchs com os funcionários e participa de todos os processos de onboarding da empresa. Carnaval e filmes de Natal são outras paixões de Julio.
A seguir, trechos das entrevista completa:
Times Brasil: Me conta um pouco da sua trajetória até chegar aqui. Sei que você passou pelo setor bancário, administração. Como foi esse caminho?
Julio Brito: Eu nasci em Mato Grosso, numa família humilde. Meu pai era caminhoneiro, minha mãe costureira e professora. Minha cidade tem 4 mil habitantes hoje, mas quando nasci devia ter uns mil. Comecei a trabalhar cedo: fui ajudante de pedreiro, vendedor ambulante, balconista.
TB: Como foi sua entrada no mercado financeiro?
JB: Em 1980, o Banco do Brasil chegou à minha cidade com um programa de inserção para jovens carentes. Entrei como menor aprendiz e passei 16 anos no banco, rodando por várias cidades. Foi em Salvador que conheci minha esposa e casei.
TB: E a transição para o setor de cartões?
JB: Na época, o dinheiro de plástico estava crescendo no Brasil. A Visanet, hoje Cielo, estava expandindo. Vi nisso uma oportunidade. Minha agência era campeã de antecipação de recebíveis de cartão. Sempre acreditei que o dinheiro de plástico era o futuro.
TB: Como surgiu o convite para a Swile?
JB: Após a reforma trabalhista de 2017, vi potencial nos benefícios flexíveis. A Swile adquiriu uma empresa no Brasil e me convidou para ser CEO. O processo de seleção durou cinco meses, com várias entrevistas na França e no Brasil.
TB: Como estava a empresa quando você assumiu?
JB: Com menos de dois meses de operação, 70 mil usuários e 114 funcionários.
TB: Como está a empresa hoje?
JB: Já temos quase 800 mil usuários e dobramos o número de funcionários. Também antecipamos o break-even em um ano.
TB: Como você se define como líder?
JB: Gosto de dividir responsabilidades, não sou centralizador. Acredito que trabalhar com gente é desafiador, mas gratificante. Não tenho sala, faço brunchs a cada 45 dias com funcionários de base e participo do onboarding de todos.
TB: Tem alguma ação inusitada que fez com os funcionários?
JB: Um dia levei uma moqueca para almoçar com eles. Todos postaram sobre isso, e foi um sucesso.
TB: Quais são seus hobbies?
JB: Gosto de cozinhar, caminhar, ir à praia e assistir filmes. Assisto a filmes de Natal toda semana, o ano inteiro. E gosto de Carnaval, há 22 anos passo o Carnaval na Bahia, pulando nos blocos de trio elétrico.
JB: A minha carreira com mais de 40 anos, eu falei, poxa, eu gostaria de não encerrar, mas fazer uma transição de carreira, porque o meu aspiracional hoje, no futuro, é trabalhar com mentoria, em conselhos, porque eu acho que com toda essa bagagem, com toda essa experiência minha no mundo cooperativo e na vida, eu posso contribuir com várias empresas no futuro.
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