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China: adoção de código aberto desafia visão tradicional sobre IA
Publicado 24/03/2025 • 10:20 | Atualizado há 7 meses
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Publicado 24/03/2025 • 10:20 | Atualizado há 7 meses
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Uso de ferramentas com IA vem crescendo no Brasil
Pixabay
A China tem adotado modelos de IA de código aberto, uma tendência que, segundo analistas e especialistas do setor, está impulsionando a inovação e a disseminação da tecnologia no país. Alguns veem esse movimento como um possível “momento Android” para o setor.
A mudança tem sido liderada pela startup DeepSeek, cujo modelo R1, lançado no início do ano, desafiou o domínio tecnológico dos EUA e levantou questionamentos sobre os altos investimentos das gigantes da tecnologia em grandes modelos de linguagem e data centers.
Embora o R1 tenha chamado atenção por seu desempenho e custos reduzidos, analistas apontam que seu maior impacto foi acelerar a adoção de IA de código aberto.
“O sucesso da DeepSeek prova que estratégias open-source podem levar a uma inovação mais rápida e ampla adoção”, afirmou Wei Sun, analista principal de IA da Counterpoint Research, destacando que muitas empresas já implementaram o modelo.
O impacto da DeepSeek se reflete em grandes empresas chinesas, como a Baidu, que também começou a abrir seus modelos.
No dia 16 de março, a empresa lançou o Ernie 4.5 e o modelo de raciocínio Ernie X1 gratuitamente para usuários individuais. A série Ernie 4.5 será disponibilizada como código aberto até o final de junho.
Especialistas apontam que a decisão da Baidu simboliza uma mudança mais ampla na China, afastando-se de estratégias baseadas em licenciamento proprietário.
“A Baidu sempre defendeu um modelo de negócios fechado e era contrária ao código aberto, mas disruptores como a DeepSeek mostraram que modelos abertos podem ser tão competitivos e confiáveis quanto os proprietários”, disse Lian Jye Su, analista-chefe da Omdia, à CNBC.
O termo “código aberto” se refere a softwares cujo código-fonte é disponibilizado publicamente para modificação e redistribuição.
Modelos de IA considerados open-source já existiam antes da DeepSeek, como o Llama, da Meta, e o Gemma, do Google.
No entanto, alguns especialistas argumentam que esses modelos não são realmente abertos, pois suas licenças impõem restrições ao uso e modificação, além de não tornarem públicos seus conjuntos de dados de treinamento.
O R1 da DeepSeek, por outro lado, é distribuído sob a licença MIT, uma das mais permissivas, permitindo uso irrestrito, modificação e redistribuição, inclusive para fins comerciais.
No mês passado, a equipe da DeepSeek realizou uma “Semana do Código Aberto”, divulgando mais detalhes técnicos sobre o desenvolvimento do modelo.
Embora o modelo R1 seja gratuito, a startup monetiza sua API (Interface de Programação de Aplicações), que permite integrar suas capacidades a aplicativos de terceiros. Ainda assim, os custos anunciados para a API são bem inferiores aos dos serviços oferecidos pela OpenAI e Anthropic.
A OpenAI e a Anthropic, por sua vez, adotam modelos de negócios fechados, cobrando usuários e empresas pelo acesso aos seus modelos, cujos algoritmos e conjuntos de dados não são disponibilizados publicamente.
Além da Baidu, gigantes chinesas como Alibaba e Tencent têm ampliado suas iniciativas de código aberto.
O Alibaba Cloud anunciou recentemente a abertura de seus modelos de IA para geração de vídeo, enquanto a Tencent lançou cinco novos modelos open-source com capacidade de converter texto e imagens em visuais 3D.
Empresas menores também estão adotando essa tendência. A ManusAI, que recentemente apresentou um agente de IA que afirma superar o Deep Research, da OpenAI, anunciou que pretende abrir seu código.
“Isso não seria possível sem a comunidade de código aberto, por isso estamos comprometidos em retribuir”, disse o cofundador Ji Yichao em um vídeo de demonstração.
Já a Zhipu AI, uma das principais startups chinesas de IA, declarou que 2025 será “o ano do código aberto” na China.
Segundo Ray Wang, fundador da Constellation Research, a DeepSeek forçou empresas chinesas a adotar esse modelo.
“Com a DeepSeek gratuita, é impossível para outras concorrentes chinesas cobrarem pelo mesmo serviço. Elas precisam migrar para um modelo open-source para se manterem competitivas”, disse Wang.
O especialista em IA e empresário Kai-Fu Lee acredita que essa dinâmica também pressionará a OpenAI, argumentando que será difícil justificar seus preços enquanto concorrentes gratuitos e poderosos surgem no mercado.
“A maior lição da DeepSeek é que o código aberto venceu”, afirmou Lee, cuja startup chinesa 01.AI criou uma plataforma para empresas que utilizam o DeepSeek.
A OpenAI, que deu início à revolução da IA com o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, não deu sinais de que pretende abandonar seu modelo de negócios fechado. A empresa, originalmente sem fins lucrativos, está cada vez mais se estruturando para fins lucrativos.
Para Wei Sun, da Counterpoint Research, OpenAI e DeepSeek representam abordagens opostas no setor. Segundo ela, a IA pode se dividir entre empresas open-source, que inovam com base no trabalho umas das outras, e companhias fechadas, que enfrentam desafios para sustentar modelos de ponta a custos elevados.
A ascensão do código aberto também levanta dúvidas sobre os altos investimentos em empresas como a OpenAI.
A Microsoft já injetou US$ 13 bilhões na companhia e está negociando uma nova rodada de investimentos que pode chegar a US$ 40 bilhões, elevando sua avaliação para US$ 340 bilhões.
Em setembro, a CNBC confirmou que a OpenAI projetava perdas de cerca de US$ 5 bilhões, com receitas estimadas em US$ 3,7 bilhões.
A CFO da empresa, Sarah Friar, declarou que alcançar US$ 11 bilhões em faturamento neste ano “definitivamente está no campo das possibilidades”.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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