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Tarifas do Trump

Trump ‘destrói’ credibilidade com aliados e beneficia China, diz ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton

Publicado 15/04/2025 • 12:57 | Atualizado há 7 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Bolton acusa Trump de isolar aliados com tarifas, beneficiando a China, que se posiciona como alternativa estável no cenário global.
  • O ex-conselheiro defende uma frente unida com aliados contra a China, em vez de guerras tarifárias que minam a credibilidade dos EUA.
  • Enquanto Trump gera instabilidade, Xi Jinping fortalece alianças no Sudeste Asiático, expandindo a influência chinesa às custas da liderança americana.
Ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton

Ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton (à dir), em entrevista à CNBC.

Reprodução/CNBC

As ações do presidente dos EUA, Donald Trump, para responsabilizar a China no comércio internacional provavelmente sairão pela culatra, já que as amplas tarifas globais aplicadas pelos americanos atingem tanto aliados quanto rivais, afirma o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton.

“Certamente esta não é a maneira de tratar seus amigos. Você não os esbofeteia publicamente e diz: ‘Vou tarifá-los a menos que vocês melhorem nas negociações comerciais’”, disse Bolton a Dan Murphy da CNBC na segunda-feira (14).

“E, de fato, o único país que realmente merece uma guerra comercial — a China — é colocado por nós em uma posição estrategicamente muito melhor, entrando em guerra de tarifas com nossos melhores amigos. Se tivéssemos nos unido, talvez tivéssemos tido um impacto no comportamento da China. Portanto, este não é apenas um erro econômico, o que claramente é. [Mas também] É um erro estratégico que custará caro aos Estados Unidos se esta política tarifária não for revertida.”

A CNBC entrou em contato com a Casa Branca pedindo um posicionamento, mas não obteve retorno.

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Tarifaço

Trump lançou os mercados globais no caos em 2 de abril, que ele chamou de “Dia da Libertação”, divulgando novas tarifas de importação sobre quase todos os países e territórios com base em um cálculo que os economistas criticaram e chamaram de absurdo.

Uma tarifa geral de 10% sobre bens importados foi imposta globalmente, enquanto muitos países enfrentaram taxas muito maiores com base no déficit comercial dos EUA com eles — uma medida que Trump descreveu como “recíproca”, apesar de a métrica não estar relacionada às tarifas.

Em poucos dias, o mercado viu trilhões de dólares de riqueza serem apagados, e um aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA. Após o caos, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas maiores, mas manteve a medida geral de 10% em todos os países, incluindo os aliados mais próximos de Washington, bem como as tarifas anteriores de 25% impostas ao México e ao Canadá.

Na mesma ocasião, ele aumentou os impostos sobre a China, que já havia respondido com suas próprias tarifas sobre produtos dos EUA.

As duas maiores economias do mundo intensificaram os impostos em uma escalada de retaliações, com a atual tarifa dos EUA sobre importações chinesas em 145% e a tarifa da China sobre importações dos EUA em 125%. A China prometeu “lutar até o fim”; o governo Trump anunciou recentemente uma isenção para eletrônicos importados da China, incluindo smartphones.

União com aliados faria mais sentido

Bolton concordou com a convicção de Trump de que a China deveria ser responsabilizada pelo que ele descreveu como práticas comerciais desleais e violações, incluindo roubo de propriedade intelectual, proteção e subsídio de certas indústrias para criar concorrência desleal e “manipulação da Organização Mundial do Comércio”.

“Se você quer lidar com esse problema, certamente faria sentido se reunir com o Japão, Coreia, Singapura, outros países asiáticos, países europeus, outros ao redor do mundo que foram vitimados pela China da mesma forma que os EUA foram”, disse Bolton.

“Em vez disso, estamos travando uma guerra com nossos amigos e realmente prejudicando nossa capacidade de lidar efetivamente com a China.”

Xi em uma ofensiva de charme

Líderes internacionais criticaram as ações de Trump. Na terça-feira, o primeiro-ministro francês François Bayrou disse que “o presidente dos Estados Unidos iniciou um furacão” que destruiu a confiança em todo o mundo, de acordo com uma tradução da Reuters.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro chinês Xi Jinping embarcou no que alguns observadores estão chamando de uma ofensiva de charme pelo Sudeste Asiático, visitando primeiro o Vietnã, seguido de viagens programadas para a Malásia e Camboja.

“Xi Jinping está tentando construir aliados”, disse Bolton. “Se Trump tivesse algum senso, ele estaria fazendo a mesma coisa; em vez disso, ele está alienando nossos aliados. … O dano que está sendo feito a nós, credibilidade, nossa boa-fé, a confiança das pessoas nos EUA construída ao longo das últimas oito décadas — desde o fim da Segunda Guerra Mundial — Trump está destruindo. E a China, de todos os lugares, está dizendo, você sabe, somos realmente uma ilha de estabilidade no meio de toda essa turbulência. Eu não acho que Trump entenda isso.”

O líder chinês “não vai parar no Sudeste Asiático”, disse Bolton. “Sabemos que, mesmo antes das tarifas começarem a ser impostas… seu povo havia falado com a Coreia do Sul e o Japão para ter uma frente comum contra as tarifas dos EUA. Isso é simplesmente insanidade do ponto de vista dos EUA, que permitiríamos que isso acontecesse.”

 

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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