Gigante do petróleo BP é vista como alvo ideal de aquisição
Publicado 15/04/2025 • 15:56 | Atualizado há 16 horas
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Publicado 15/04/2025 • 15:56 | Atualizado há 16 horas
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BP.
Unsplash.
A gigante britânica do petróleo BP voltou aos holofotes como um dos principais alvos para aquisição. No entanto, analistas do setor de energia questionam se algum dos candidatos mais prováveis irá, de fato, avançar com a ideia.
A empresa, que enfrenta dificuldades e realiza sua assembleia-geral anual na quinta-feira, busca resolver uma espécie de crise de identidade ao implementar uma reformulação profunda.
Na tentativa de recuperar a confiança dos investidores, a BP anunciou em fevereiro que vai cortar os investimentos em energias renováveis e aumentar os gastos anuais em seu negócio principal, de petróleo e gás. O CEO Murray Auchincloss afirmou que essa mudança já começou a atrair “interesse significativo” por parte de compradores de ativos considerados não essenciais.
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A guinada na estratégia verde da BP acontece após um longo período de desempenho inferior ao de suas concorrentes do setor, com o preço das ações em baixa reacendendo as especulações sobre uma possível fusão com a rival local Shell. As gigantes americanas Exxon Mobil e Chevron também são apontadas como potenciais interessadas na petroleira, avaliada em £ 54,75 bilhões (US$ 71,61 bilhões).
A Shell se recusou a comentar os rumores. Porta-vozes da BP, Exxon e Chevron também não responderam ao pedido de comentário feito pela CNBC.
“Sem dúvida, a BP é um alvo potencial de aquisição. Não há dúvidas quanto a isso”, disse Maurizio Carulli, analista de energia e materiais da Quilter Cheviot, em entrevista por chamada de vídeo à CNBC.
“Eu colocaria a pergunta ‘será que a Shell vai fazer uma oferta pela BP?’ dentro de um contexto mais amplo de consolidação no setor de recursos, tanto petróleo quanto mineração — especialmente no último ano, muitas empresas passaram a acreditar que comprar é melhor do que construir”, acrescentou.
No setor de energia, por exemplo, a Exxon Mobil concluiu a compra de US$ 60 bilhões da Pioneer Natural Resources em maio do ano passado, enquanto a Chevron ainda tenta adquirir a Hess por US$ 53 bilhões. No entanto, esse acordo segue envolto em incertezas jurídicas, com uma audiência de arbitragem marcada para o próximo mês.
No setor de mineração, os rumores ganharam força no início do ano com as especulações sobre uma possível fusão entre as gigantes Rio Tinto e Glencore. Ambas as empresas se recusaram a comentar à época.
“Até Exxon e Chevron chegaram a conversar no auge da pandemia, então dizer que isso seria improvável seria ainda mais ousado”, afirmou Allen Good, diretor de pesquisa em ações da Morningstar, em entrevista por telefone à CNBC.
“Eu não descartaria nada. O setor de petróleo e gás enfrenta uma crise existencial. As opiniões divergem sobre quando essa crise vai realmente se concretizar. Eu acho que ainda estamos a décadas disso”, disse Good.
No caso da Shell, Good avalia que uma eventual aproximação com a BP teria mais o perfil de uma fusão entre as duas companhias britânicas do que de uma aquisição direta — embora não acredite que isso vá acontecer no curto prazo.
Questionado sobre a possibilidade de a Chevron tentar comprar a BP caso o acordo com a Hess fracasse, Good disse que não descartaria a hipótese.
“A BP claramente não tem o mesmo potencial de crescimento que a Hess, mas poderíamos ver uma situação em que, como no caso da Shell, a Chevron adquire a BP, corta muitos custos. Certamente o escritório central deixaria de ser em Londres… mas isso não resolve a questão do crescimento fora da Bacia do Permiano para a Chevron. Então, nesse caso, eu ficaria um pouco cético”, avaliou.
“As empresas estão tentando agradar os acionistas, e há duas formas principais de fazer isso: reduzir custos e devolver dinheiro aos investidores. Se conseguirem manter esse modelo, provavelmente seguirão por esse caminho”, completou.
Michele Della Vigna, chefe de pesquisa em recursos naturais da EMEA no Goldman Sachs, descreveu a reformulação estratégica recente da BP como “muito inteligente” e “bem pensada”, mas reconheceu que pode não ser suficiente para satisfazer investidores ativistas.
Segundo reportagens, o fundo americano Elliott Management adquiriu uma participação de quase 5% na BP, tornando-se um dos principais acionistas da companhia. Já o investidor ativista Follow This recentemente incentivou os acionistas a votarem contra a recondução de Helge Lund à presidência do conselho da BP, em protesto contra a mudança de rumo na estratégia da empresa. A BP, desde então, anunciou que Lund deixará o cargo, provavelmente em 2026, dando início a um processo de sucessão.
“Eu vejo três grandes ativos dentro do portfólio da BP que qualquer investidor ativista adoraria ver monetizados. O primeiro não depende totalmente da BP: é a venda da participação na Rosneft”, disse Della Vigna à CNBC por videochamada.
A BP anunciou que abandonaria sua participação de 19,75% na estatal russa Rosneft logo após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022. A decisão marcou um fim abrupto e custoso para mais de três décadas de atuação no país.
O segundo ativo estratégico, segundo Della Vigna, é o negócio de marketing e lojas de conveniência da BP.
“Estamos falando de uma empresa que negocia a três vezes o EBITDA, mas que tem uma divisão que pode ser avaliada em dez vezes o EBITDA. Incrível. O mesmo vale para outras grandes do setor”, afirmou.
(EBITDA é uma métrica padrão que se refere ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.)
“O terceiro ponto é que a BP é, na prática, uma empresa de energia centrada nos EUA e isso é evidente. A BP é a mais exposta ao mercado americano entre todas as grandes do setor, até mais do que Exxon e Chevron”, acrescentou Della Vigna, observando que 40% do fluxo de caixa da BP vem dos EUA.
“Portanto, estar listada no Reino Unido, onde as empresas de petróleo recebem o maior desconto de avaliação do mundo, não parece fazer sentido. Acho que algum tipo de realocação ou fusão transatlântica pode valer a pena ser considerada”, concluiu.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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