A economia da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre, superando as expectativas e mantendo um forte ritmo. Mesmo diante das ameaças de tarifas dos EUA que levam os grandes bancos de investimento a reduzir a perspectiva de crescimento anual do país.
O PIB do primeiro trimestre superou as expectativas da pesquisa da Reuters de um crescimento de 5,1% ano a ano, dando continuidade a uma recuperação iniciada no final de 2024, graças a um amplo impulso de estímulo político.
As vendas no varejo em março aumentaram 5,9% ano a ano, superando acentuadamente as estimativas dos analistas de um crescimento de 4,2%. A produção industrial expandiu 7,7% em relação ao ano anterior, contra as estimativas medianas de 5,8%.
O investimento em ativos fixos cresceu 4,2% no primeiro trimestre, contra as estimativas de um aumento de 4,1% em uma pesquisa da Reuters.
A liderança chinesa estabeleceu uma ambiciosa meta de crescimento anual de “cerca de 5%” este ano, um objetivo considerado mais difícil de alcançar, dadas as perspectivas de uma escalada na guerra comercial e um consumo doméstico persistentemente fraco.
A guerra de tarifas retaliatórias com os EUA elevou o total de impostos pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos chineses para 145%, provocando uma retaliação de Pequim, que elevou as tarifas sobre produtos americanos para 125%.
Espera-se que esses níveis de impostos de importação prejudiquem as exportações da China e reduzam vários pontos percentuais da expansão da economia este ano.
“O crescimento provavelmente se deteriorará rapidamente a partir do segundo trimestre, dada a baixa probabilidade de negociações bilaterais de curto prazo para estabelecer uma saída para o aumento de 125% das tarifas”, disse uma equipe de economistas do Morgan Stanley, em uma nota no início desta semana.
Vários bancos de investimento reduziram as previsões de crescimento da China este ano, com a maioria dos economistas duvidando que Pequim alcance sua meta oficial.
Na terça-feira, o UBS Group se juntou a uma série de rebaixamentos de crescimento com a previsão mais pessimista entre os principais bancos, projetando que a economia da China crescerá apenas 3,4% este ano, à medida que as tarifas dos EUA sufocam as exportações.
O banco de investimento projeta que as exportações da China para os EUA cairão em dois terços nos próximos trimestres, com as exportações totais diminuindo 10% em termos de dólares este ano.
A pressão tem aumentado sobre as autoridades chinesas para liberarem medidas de estímulo mais contundentes para sustentar o consumo doméstico e o mercado imobiliário, ao mesmo tempo, em que reduzem a dependência da economia em relação às exportações e investimentos.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
