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Trump diz que Harvard deveria perder verbas federais por ser uma ‘piada’

Publicado 16/04/2025 • 20:36 | Atualizado há 3 dias

AFP

KEY POINTS

  • O presidente americano Donald Trump chamou a universidade Harvard de "piada" e ordenou o congelamento de US$ 2,2 bilhões em fundos federais após a instituição se recusar a aceitar supervisão política externa.
  • A administração Trump exige que Harvard altere políticas de admissão e contratação, proíba estudantes estrangeiros "hostis aos valores americanos" e permita auditorias sobre diversidade de opiniões.
  • Harvard rejeitou as pressões, defendendo sua independência e liberdade acadêmica. A ação de Trump foi criticada publicamente, incluindo por figuras como o técnico Steve Kerr, que classificou as exigências como absurdas.
Universidade Harvard

Universidade Harvard, nos EUA

Foto de Grace DuVal / Divulgação

O presidente dos EUA, Donald Trump, chamou Harvard de “piada” nesta quarta-feira (16) e disse que a universidade deveria perder seus contratos de pesquisa com o governo depois que se recusou a aceitar exigências de supervisão política externa.

A administração de Trump também solicitou formalmente ao Serviço de Receita Federal (IRS, na sigla em inglês) que revogasse o status de isenção fiscal da renomada instituição de ensino, segundo informou a mídia americana, apenas um dia após o presidente ter feito essa ameaça pela primeira vez.

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“Harvard não pode mais ser considerada nem mesmo um lugar decente de ensino e não deve ser incluída em nenhuma lista das Grandes Universidades ou Faculdades do Mundo”, disse Trump em sua plataforma Truth Social.

“Harvard é uma PIADA, ensina Ódio e Estupidez, e não deve mais receber Fundos Federais.”

Trump está furioso com a histórica universidade — que já produziu 162 vencedores do Prêmio Nobel — por ter rejeitado sua exigência de se submeter à supervisão governamental sobre admissões, contratações e inclinação política.

Outras instituições, incluindo a Universidade Columbia, cederam a exigências menos abrangentes da administração Trump, que afirma que a elite educacional é esquerdista demais.

Harvard rejeitou categoricamente a pressão, com seu presidente, Alan Garber, dizendo nesta semana que a universidade se recusa a “negociar sua independência ou seus direitos constitucionais”.

Trump ordenou nesta semana o congelamento de US$ 2,2 bilhões em financiamento federal para Harvard, um centro de pesquisa de alcance global.

Ele também afirmou na terça-feira (15) que Harvard “deveria perder seu Status de Isenção Fiscal” como instituição educacional sem fins lucrativos se não recuasse.

A CNN e o Washington Post informaram nesta quarta-feira que o departamento fiscal do IRS agora está elaborando planos para isso, após solicitação de Trump.

A guerra do republicano contra a elite intelectual se reflete em campanhas de pressão semelhantes e sem precedentes contra grandes escritórios de advocacia e grandes grupos de mídia, incluindo a Associated Press.

Demonstrando o alcance crescente da controvérsia, o técnico do Golden State Warriors, Steve Kerr, se manifestou em apoio a Harvard depois que seu time derrotou o Memphis Grizzlies.

Kerr, vestindo uma camiseta de Harvard, chamou as exigências à universidade de “a coisa mais idiota que já ouvi”.

“Eu acredito na liberdade acadêmica e acho que é crucial para todas as nossas instituições poderem cuidar de seus próprios assuntos como quiserem, e não devem ser coagidas ou instruídas sobre o que ensinar e o que dizer pelo nosso governo”, disse Kerr.

Governo busca controle

Os pagamentos congelados a Harvard referem-se a contratos do governo com seus principais programas de pesquisa, principalmente nas áreas médicas, onde os laboratórios da universidade são peças-chave no desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos.

Trump e sua equipe da Casa Branca justificaram publicamente sua campanha contra as universidades como uma reação ao que dizem ser um antissemitismo descontrolado e à necessidade de reverter programas de diversidade destinados a incentivar minorias.

As alegações de antissemitismo se baseiam na controvérsia sobre protestos contra a guerra de Israel em Gaza que varreram os campi universitários dos EUA no ano passado.

A Universidade Columbia, em Nova York — epicentro dos protestos — recuou no mês passado e concordou com a supervisão de seu departamento de estudos do Oriente Médio após ser ameaçada com a perda de US$ 400 milhões em fundos federais.

As alegações sobre diversidade tocam em reclamações conservadoras de longa data de que os campi universitários dos EUA são liberais demais, excluindo vozes de direita e favorecendo grupos negros e outras minorias em detrimento de brancos.

No caso de Harvard, a Casa Branca busca níveis sem precedentes de controle governamental sobre o funcionamento interno da universidade mais antiga e rica do país — e uma das instituições educacionais e de pesquisa mais respeitadas do mundo.

Em uma carta enviada a Harvard, as exigências da administração incluíam:

  • Encerrar admissões que considerem a raça ou origem nacional do estudante
  • Impedir a admissão de estudantes estrangeiros “hostis aos valores e instituições americanas”
  • Encerrar contratações de funcionários com base em raça, religião, sexo ou origem nacional
  • Reduzir o poder dos estudantes na governança do campus
  • Auditar estudantes e funcionários quanto à “diversidade de pontos de vista”
  • Reformar programas inteiros por “registros gritantes de antissemitismo ou outro viés”
  • Reprimir protestos no campus


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