O Washington Post assinou nesta terça-feira (22) um acordo com a OpenAI, permitindo que a startup de inteligência artificial, apoiada pela Microsoft, exiba, resuma e cite o conteúdo do jornal dentro do ChatGPT.
Quando usuários fizerem perguntas ao chatbot viral, o ChatGPT exibirá “resumos, trechos e links” para as reportagens do Post, “sempre com atribuição clara e links diretos para os artigos completos, para que as pessoas possam explorar os temas com mais profundidade e contexto”, segundo um comunicado divulgado pelas duas empresas.
O Washington Post, que pertence ao fundador da Amazon, Jeff Bezos, tem apostado no uso de IA no último ano, lançando ferramentas de IA generativa como o “Ask The Post AI” e o “Climate Answers”, além de resumos e áudios gerados por inteligência artificial, segundo o comunicado.
O acordo é o mais recente em uma série de parcerias da OpenAI com veículos de mídia, já são mais de 20 grupos editoriais e mais de 160 publicações envolvidas, segundo o comunicado. Em outubro, a OpenAI iniciou uma parceria com o conglomerado de mídia Hearst, responsável por veículos como Houston Chronicle, San Francisco Chronicle, Esquire, Cosmopolitan, Elle, entre outros. Com essa parceria, produtos como o ChatGPT e o SearchGPT podem usar conteúdos de mais de 20 marcas de revistas e mais de 40 jornais.
A OpenAI anunciou parceria semelhante em agosto com a Condé Nast, dona de marcas como Vogue, The New Yorker, GQ, Vanity Fair e Wired.
Em junho, a OpenAI e a Time anunciaram um “acordo de conteúdo de vários anos”, permitindo à OpenAI acesso a artigos atuais e de arquivo dos mais de 100 anos de história da revista.
A OpenAI pode usar o conteúdo da Time “para aprimorar seus produtos”, segundo a revista, provavelmente também para treinar seus modelos de IA.
Em maio passado, a OpenAI anunciou uma parceria com a News Corp., dando à empresa acesso a conteúdos atuais e arquivados de veículos como The Wall Street Journal, MarketWatch, Barron’s, New York Post e outros. O Reddit também anunciou um acordo com a OpenAI no mesmo mês, permitindo que a criadora do ChatGPT treinasse seus modelos de IA com o conteúdo da plataforma.
Outros veículos e organizações jornalísticas vêm reagindo de forma mais agressiva para proteger seus negócios diante da crescente presença de conteúdo gerado por IA.
O Center for Investigative Reporting, a mais antiga redação jornalística sem fins lucrativos dos EUA, processou a OpenAI e sua principal financiadora, a Microsoft, em um tribunal federal em junho passado, por suposta violação de direitos autorais — seguindo o exemplo de veículos como The New York Times, Chicago Tribune e New York Daily News.
O New York Times também entrou com uma ação contra a Microsoft e a OpenAI, alegando violações de propriedade intelectual pelo uso de seu conteúdo jornalístico no treinamento do ChatGPT. O jornal declarou, à época, que buscava responsabilizar as empresas por “bilhões de dólares em danos legais e reais” relacionados à “cópia e uso ilegal das obras exclusivas e valiosas do Times”, segundo um documento apresentado ao Tribunal Distrital dos EUA no Distrito Sul de Nova York. A OpenAI contestou como o jornal caracterizou os fatos.
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