Dólar fecha abaixo de R$ 5,65, em queda pelo sétimo pregão consecutivo
Publicado 28/04/2025 • 18:41 | Atualizado há 10 horas
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Publicado 28/04/2025 • 18:41 | Atualizado há 10 horas
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Foto: J.SOUZA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O dólar se firmou em baixa ao longo da tarde, furou o piso de R$ 5,65 e emendou nesta segunda-feira (28) o sétimo pregão consecutivo de queda. O real se apreciou apesar do dia negativo para seus principais pares latino-americanos, os pesos mexicano e chileno, e o ambiente externo marcado por pouco apetite ao risco, diante da ausência de sinais concretos de negociações comerciais entre EUA e China.
Operadores afirmam que a moeda brasileira pode ter se beneficiado de fluxo pontual de recursos externos para a bolsa e a renda fixa domésticas. Um ponto que chamou a atenção foi a fala do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterando nesta segunda-feira o desconforto com as expectativas de inflação.
A perspectiva de pelo menos mais uma elevação da taxa Selic e de manutenção da política monetária em campo restritivo por período prolongado não apenas aumenta a atratividade das operações de carry trade como desestimula a manutenção de posições compradas na moeda americana contra o real.
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Com mínima a R$ 5,6470, o dólar à vista encerrou o pregão em baixa de 0,70%, a R$ 5,6480 – menor valor de fechamento desde 3 de abril (R$ 5,6281), dia seguinte ao tarifaço anunciado por Donald Trump.
A divisa acumula desvalorização de 4,11% nos últimos sete pregões, o que leva as perdas no ano a 8,1%.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY recuou e voltou a furar o piso dos 99,900 pontos. A moeda americana caiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Em abril, o Dollar Index desce mais de 5%.
O diretor de Investimentos da Azimut Wealth Management, Leonardo Monoli, observa que o dólar perde força globalmente tanto no mês quanto no ano em meio às incertezas em torno da política econômica americana com o comportamento errático de Donald Trump.
“Houve em abril a adoção da política protecionista e os ataques do Trump ao Federal Reserve, que foram corrigidos, mas podem retornar. Os investidores, que estavam com excesso de alocação nos EUA, procuraram outras geografias”, afirma Monoli. “Esse movimento beneficiou moedas desenvolvidas, como iene e o euro, mas também emergentes.”
Em tal quadro, o real pode ter sido impulsionado por fluxo cambial melhor na margem, com investidores em busca de ativos descontados, e também pelo desmonte de posições de estrangeiros compradas em dólar por meio de derivativos cambiais, observa Monoli. Ele destaca que, apesar da apreciação recente, as moedas emergentes como real continuam vulneráveis a episódios de aversão ao risco no exterior, em um ambiente marcado por incertezas.
No episódio desta segunda-feira da guerra comercial, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, demonstrou otimismo com as negociações comerciais com asiáticos, citando Japão e Coreia do Sul, mas ponderou que as tratativas com a China são mais complicadas e terão de ser “conduzidas à parte”. Bessent voltou a dizer que cabe aos chineses diminuir as tensões comerciais, dado que o nível atual das tarifas “é insustentável”.
Do lado chinês, o ministério das Relações Exteriores afirmou que não houve diálogo recente entre o presidente Xi Jinping e Trump – e que os dois governos não estão tentando neste momento fechar um acordo. “Se os EUA realmente querem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, precisam parar de ameaçar e chantagear “, disse o porta-voz do ministério, Guo Jiakun. Na sexta-feira, em entrevista publicada pela Time, Trump disse que Xi havia ligado para ele.
Monoli, da Azimut, afirma que a conjuntura tende a continuar dominada pelas tensões comerciais e pelas tentativas de estimar a desaceleração da atividade provocada pela guerra tarifária, em especial nos Estados Unidos. Ele pondera que os sinais vindos da China são de que as autoridades estão preparadas sustentar o embate comercial pelo tempo que for necessário e não devem se pautar por recuos táticos da administração Trump.
“A postura da China é de combate contínuo no longo prazo. As moedas emergentes e o real experimentaram uma melhora, mas é preciso saber como vai ser o impacto no crescimento econômico e como fica o novo palco global de comércio para ver se isso se sustenta”, diz o diretor da Azimut.
Por aqui, depois das falas vistas como dovish dos diretores do BC Nilton David (Política Monetária) e Diogo Guillen (Política Econômica), o tom do presidente do BC nesta segunda em um evento do J. Safra soou um pouco mais duro aos investidores e pode ter contribuído para o recuo da taxa de câmbio.
Galípolo afirmou que o BC tem uma certeza razoável de que a taxa Selic está em nível contracionista, mas ainda tenta entender se o juro já é restritivo o bastante. “Estamos aqui tateando para entender se o nível que a gente está caminhando – importante o gerúndio aqui -, se o nível que nós estamos caminhando está chegando no patamar contracionista o suficiente para a convergência da inflação”, disse.
“Galipolo adotou um tom bem adequado e não desautorizou os outros diretores. Reiterou o incômodo com a desancoragem das expectativas, mas disse que é preciso dar tempo para ver os efeitos desasados da política monetária”, afirma Monoli, para quem provavelmente o BC promova uma elevação da taxa Selic em maio, mas não se comprometa com a continuidade do aperto.
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