O foco nas tarifas nos últimos meses — quais países, quanto, quais produtos — abalou as cadeias de suprimentos e agitou os mercados. Os CEOs estão criando “salas de guerra” para lidar com a turbulência, e os funcionários estão se preparando para uma recessão e possíveis demissões devido ao impacto nos negócios.
Compreender toda a cadeia de suprimentos onde os produtos são fabricados — os fornecedores de um fornecedor e os fornecedores deles — é agora extremamente importante para empresas que fabricam de tudo, de máquinas de lavar a brinquedos infantis.
O desafio é encontrar uma maneira de reunir as informações necessárias sobre fornecedores de nível dois, três e até mesmo de nível quatro. A inteligência artificial está ajudando as empresas a obter essa visibilidade, mas mesmo a tecnologia mais sofisticada não consegue prever se as tarifas do presidente Trump estão ativadas ou desativadas.
Ainda assim, Evan Smith, cofundador e CEO da empresa global de gestão da cadeia de suprimentos Altana, afirma que a IA está proporcionando às empresas percepções e informações que historicamente eram difíceis de obter. Em uma reunião virtual com membros do Conselho Executivo de Tecnologia da CNBC no início desta semana, Smith afirmou que as tarifas assumiram uma nova urgência em suas conversas com os líderes das empresas.
Na verdade, ele disse que está tendo mais conversas com líderes sêniores — CEOs, CFOs e conselhos de administração — do que jamais teve nos sete anos de história da Altana, com um tema em cada discussão. “A conversa é geopolítica, em primeiro plano”, disse Smith, “expressa por meio dessas guerras comerciais e da volatilidade tarifária”.
Antes de usar a IA, Smith disse que as empresas normalmente contratavam auditores ou pesquisavam seus fornecedores para obter uma visão completa de sua cadeia de suprimentos.
Ambos os métodos se mostraram problemáticos. A obtenção de resultados de auditores pode levar até dois anos para construir um panorama global, diz Smith, e a taxa de resposta às pesquisas é de cerca de 8%. E mesmo que as empresas pudessem ter uma noção de toda a sua cadeia de suprimentos, o relacionamento com os diferentes fornecedores está sempre mudando, então manter-se atualizado se torna uma tarefa impossível.
A IA está ajudando a mudar isso. Por exemplo, quando a Altana foi lançada, começou a construir o que Smith descreve como “o maior conjunto organizado de dados de cadeia de suprimentos do planeta”.
“A internet e os dados públicos só podem levar você até certo ponto”, diz Smith.
‘A era da terceirização às cegas acabou’
Para construir sua visão de mundo, a Altana precisou aprender com dados privados de empresas globais de logística, seguradoras, varejistas e bancos, para citar alguns. A Altana aplica IA a esses dados para estabelecer conexões e produzir um mapa dinâmico da cadeia de suprimentos global. Ele afirma que as entidades com as quais a Altana trabalha estão “dando um pouco para receber muito. Elas contribuem para o mapa do mundo e para os sistemas de IA que estão aprendendo com os dados, mas seus dados permanecem privados, seguros e soberanos”.
Para empresas que lutam para descobrir tarifas, a IA pode permitir que elas enxerguem além de seus fornecedores diretos.
Smith usa uma máquina de lavar como exemplo. O fabricante fornece a Altana o que chamamos de lista de materiais — basicamente todos os componentes da lavadora — juntamente com os fornecedores com os quais a empresa trabalha. Todas essas informações são carregadas na Altana e, usando IA, ela consegue mostrar a rede multicamadas daquela lavadora, incluindo os fornecedores dos quais o fabricante não tinha visibilidade.
Além disso, a IA da Altana pode fornecer às empresas visões sobre como suas tarifas mudariam se elas alterassem sua cadeia de suprimentos, produzissem em diferentes partes do mundo, ou como os custos mudariam se elas realocassem parte da produção.
“Quando começamos a fazer isso, talvez quatro anos atrás, com algumas ferramentas rudimentares de aprendizado de máquina, levava cerca de seis meses para mapear uma grande empresa e cada um dos seus produtos”, disse Smith. “Hoje, conseguimos fazer tudo no mesmo dia.”
Smith afirma que os comitês de auditoria estão se perguntando: “Qual é a nossa exposição à China? O que acontece nesses cenários tarifários? Onde estamos em um único segmento com dependência da China?”. Eles precisam conhecer sua cadeia de suprimentos multicamadas para responder a essas perguntas.
“As empresas precisam ter visibilidade, e ela precisa ser dinâmica para responder ao que está por vir”, diz Smith. “Existimos em rede, e você precisa conhecer a rede. A era da terceirização às cegas acabou.”
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
