O que são QE e QT e para que servem?
Publicado 08/05/2025 • 17:30 | Atualizado há 19 horas
Como a Amazon planeja alcançar Google e Microsoft na corrida pela computação quântica
Alumínio trava nos EUA: tarifas impostas por Trump não conquistam a indústria; entenda
Bill Gates pretende doar quase toda sua fortuna e encerrar a Fundação Gates até 2045
Livros autografados por Warren Buffett alcançam até US$ 100 mil em leilão durante encontro da Berkshire
Nova chefe da economia da Alemanha tem um plano — e ele começa com risco, velocidade e grandes apostas
Publicado 08/05/2025 • 17:30 | Atualizado há 19 horas
Desde a penúltima reunião do FOMC, em 19 de março, o Federal Reserve (Fed) anunciou uma nova redução no ritmo do aperto quantitativo (QT), diminuindo o limite mensal para o resgate de títulos do Tesouro dos EUA de US$ 25 bilhões para apenas US$ 5 bilhões.
Mas o que isso significa? O que são, afinal, QE e QT? E como essas ferramentas se articulam com a política monetária, ao lado da taxa básica de juros?
Crises financeiras profundas, que costumavam ocorrer uma vez por século, aconteceram duas vezes nos últimos vinte anos: a crise financeira de 2008-2009 e a pandemia de COVID-19. Em ambas, o Fed reduziu os juros para níveis próximos de zero. Como essa medida não foi suficiente para conter a queda dos mercados e da atividade econômica, o banco central adotou uma política adicional de estímulo: o afrouxamento quantitativo, ou QE (Quantitative Easing).
O QE é uma política monetária não convencional em que o Fed compra grandes volumes de ativos financeiros, principalmente títulos públicos e hipotecários. Essa compra injeta liquidez no sistema financeiro, já que o banco central entrega dólares ao mercado em troca dos ativos. O objetivo é estimular os investidores a reequilibrar suas carteiras, reduzindo os rendimentos em várias classes de ativos, o que tende a impulsionar os mercados e a atividade econômica, aliviando a pressão sobre os juros. Em suma, trata-se de uma política expansionista.
Estudo de Julia Selgrad, da Chicago Booth, mostrou como o QE afeta a economia real via os mercados financeiros. Quando o Fed compra títulos do governo, investidores tendem a migrar para papéis corporativos, reduzindo os juros cobrados pelas empresas e incentivando o investimento produtivo.
QT (Quantitative Tightening) é o processo inverso. Em vez de comprar ativos, o Fed reduz seu balanço patrimonial deixando vencer os títulos que possui sem renová-los, ou vendendo-os de volta ao mercado. Isso retira dólares da economia, reduzindo a liquidez e funcionando, na prática, como uma elevação dos juros. Trata-se, portanto, de uma política contracionista.
As políticas de QE fazem com que o balanço patrimonial do Fed – seu “estoque” de ativos – aumente. Na crise de 2008, por exemplo, o banco central detinha cerca de US$ 0,9 trilhão em títulos. Após a aplicação do QE, esse número saltou para US$ 2 trilhões.
Leia mais
Fed mantém taxas de juros estáveis, mas tarifas são um ‘obstáculo significativo ao crescimento econômico’, diz analista
Trump chama presidente do Fed, Jerome Powell, de “idiota” após banco central manter juros inalterados
Criptomoedas: bitcoin sobe após decisão sem surpresa do Fed
Na crise da COVID-19, o salto foi ainda maior: de US$ 4 trilhões para US$ 9 trilhões, ou seja, um aumento de US$ 5 trilhões.
A partir de 11 de abril de 2022, o Fed começou a reverter esse processo, iniciando o QT. Ao deixar de renovar títulos vencidos ou vendê-los de volta ao mercado, a liquidez foi gradualmente reduzida. O balanço atual do Fed está em US$ 6,7 trilhões — uma queda de US$ 2,3 trilhões desde o pico.
Inicialmente, esse aperto ocorria a uma taxa de US$ 60 bilhões por mês. Depois foi reduzido para US$ 25 bilhões, e desde 19 de março, para apenas US$ 5 bilhões mensais. Ou seja, o Fed está desacelerando seu programa de QT.
Diante da elevada incerteza atual, o FOMC tem evitado anunciar cortes adicionais na taxa básica de juros. Como o QT produz efeitos semelhantes a um aumento de juros, a redução no ritmo do aperto quantitativo representa uma tentativa do Fed de equilibrar sua política monetária, sem causar uma contração excessiva da economia.
É esse o significado da decisão anunciada em março — e o pano de fundo do primeiro parágrafo deste texto.
--
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Acordo de Trump com o Reino Unido envia uma mensagem clara: tarifas de 10% vieram para ficar
Trump sugere reduzir tarifa sobre produtos chineses para 80% antes de negociações entre EUA e China
'Brazilian Week é a oportunidade de gerar novos investimentos e empregos', diz diretor da Gerdau
Ricardo Gondo, presidente da Renault no Brasil: "País precisa de estabilidade"
Alumínio trava nos EUA: tarifas impostas por Trump não conquistam a indústria; entenda