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O que são QE e QT e para que servem?
Publicado 08/05/2025 • 17:30 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 08/05/2025 • 17:30 | Atualizado há 2 meses
Desde a penúltima reunião do FOMC, em 19 de março, o Federal Reserve (Fed) anunciou uma nova redução no ritmo do aperto quantitativo (QT), diminuindo o limite mensal para o resgate de títulos do Tesouro dos EUA de US$ 25 bilhões para apenas US$ 5 bilhões.
Mas o que isso significa? O que são, afinal, QE e QT? E como essas ferramentas se articulam com a política monetária, ao lado da taxa básica de juros?
Crises financeiras profundas, que costumavam ocorrer uma vez por século, aconteceram duas vezes nos últimos vinte anos: a crise financeira de 2008-2009 e a pandemia de COVID-19. Em ambas, o Fed reduziu os juros para níveis próximos de zero. Como essa medida não foi suficiente para conter a queda dos mercados e da atividade econômica, o banco central adotou uma política adicional de estímulo: o afrouxamento quantitativo, ou QE (Quantitative Easing).
O QE é uma política monetária não convencional em que o Fed compra grandes volumes de ativos financeiros, principalmente títulos públicos e hipotecários. Essa compra injeta liquidez no sistema financeiro, já que o banco central entrega dólares ao mercado em troca dos ativos. O objetivo é estimular os investidores a reequilibrar suas carteiras, reduzindo os rendimentos em várias classes de ativos, o que tende a impulsionar os mercados e a atividade econômica, aliviando a pressão sobre os juros. Em suma, trata-se de uma política expansionista.
Estudo de Julia Selgrad, da Chicago Booth, mostrou como o QE afeta a economia real via os mercados financeiros. Quando o Fed compra títulos do governo, investidores tendem a migrar para papéis corporativos, reduzindo os juros cobrados pelas empresas e incentivando o investimento produtivo.
QT (Quantitative Tightening) é o processo inverso. Em vez de comprar ativos, o Fed reduz seu balanço patrimonial deixando vencer os títulos que possui sem renová-los, ou vendendo-os de volta ao mercado. Isso retira dólares da economia, reduzindo a liquidez e funcionando, na prática, como uma elevação dos juros. Trata-se, portanto, de uma política contracionista.
As políticas de QE fazem com que o balanço patrimonial do Fed – seu “estoque” de ativos – aumente. Na crise de 2008, por exemplo, o banco central detinha cerca de US$ 0,9 trilhão em títulos. Após a aplicação do QE, esse número saltou para US$ 2 trilhões.
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Na crise da COVID-19, o salto foi ainda maior: de US$ 4 trilhões para US$ 9 trilhões, ou seja, um aumento de US$ 5 trilhões.
A partir de 11 de abril de 2022, o Fed começou a reverter esse processo, iniciando o QT. Ao deixar de renovar títulos vencidos ou vendê-los de volta ao mercado, a liquidez foi gradualmente reduzida. O balanço atual do Fed está em US$ 6,7 trilhões — uma queda de US$ 2,3 trilhões desde o pico.
Inicialmente, esse aperto ocorria a uma taxa de US$ 60 bilhões por mês. Depois foi reduzido para US$ 25 bilhões, e desde 19 de março, para apenas US$ 5 bilhões mensais. Ou seja, o Fed está desacelerando seu programa de QT.
Diante da elevada incerteza atual, o FOMC tem evitado anunciar cortes adicionais na taxa básica de juros. Como o QT produz efeitos semelhantes a um aumento de juros, a redução no ritmo do aperto quantitativo representa uma tentativa do Fed de equilibrar sua política monetária, sem causar uma contração excessiva da economia.
É esse o significado da decisão anunciada em março — e o pano de fundo do primeiro parágrafo deste texto.
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