Novas regras de Trump para exportação de chips de IA da China é mais um obstáculo para a Nvidia
Publicado 14/05/2025 • 20:45 | Atualizado há 10 horas
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Publicado 14/05/2025 • 20:45 | Atualizado há 10 horas
KEY POINTS
Imagem de chip da Nvidia
Pexels
A Nvidia anunciou um acordo com a Arábia Saudita na última terça-feira (13) para desenvolver os recursos de inteligência artificial do país, um sinal de sua estratégia global em expansão. Mas o cenário da exportação de chips ficou um pouco mais nebuloso.
Enquanto o CEO da Nvidia, Jensen Huang, estava na Arábia Saudita anunciando o acordo com a Blackwell, o governo Trump lançou uma nova rodada de restrições a chips de IA visando a China.
O Departamento de Comércio emitiu um alerta contra o uso de chips de IA dos EUA em modelos chineses e destacou “táticas de desvio” e a proteção das cadeias de suprimentos para combater o contrabando.
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O comunicado também destacou a gigante chinesa de tecnologia Huawei, classificando o uso dos chips Ascend da empresa “em qualquer lugar do mundo” como uma violação dos controles de exportação.
As novas restrições à exportação surgiram dias depois de os EUA e a China concordarem em suspender a maioria das tarifas entre si e adicionar outra camada de controles para a Nvidia navegar, com a Casa Branca também eliminando a “Regra de Difusão de IA”.
A Nvidia não quis comentar sobre os novos controles de exportação na quarta-feira (14). As regras de difusão de IA, introduzidas no início deste ano pelo governo Biden, visavam controlar como o software de IA e a tecnologia de chips poderiam ser compartilhados entre fronteiras, com limitações rígidas às exportações para a China e outros países considerados de alto risco.
Os requisitos de licença separados do governo Trump, que exigem que a Nvidia e a AMD
obtenham aprovação governamental antes de exportar chips avançados para a China, permanecem em vigor.
O Departamento do Comércio afirmou que anunciará uma substituição completa para a regra de difusão no futuro.
A parceria entre Nvidia e Arábia Saudita vai além das colaborações ocidentais convencionais da líder em chips de IA e pode servir como um teste decisivo para futuras políticas de exportação dos EUA com países que mantêm laços estreitos com Washington e a China.
O presidente Donald Trump continuou a expressar seu desejo de que os EUA permaneçam líderes em IA, enquanto tenta manter a tecnologia de ponta fora do alcance da China.
Isso tornou o papel da Nvidia na corrida global pela IA mais precário, potencialmente tornando a empresa uma moeda de troca fundamental em futuras negociações comerciais para Trump.
Em vez de amplas restrições globais, o governo Trump estaria considerando um modelo de negociação bilateral, no qual chips avançados de IA poderiam se tornar uma ferramenta em acordos comerciais entre países.
Essa mudança poderia gerar ainda mais incerteza para a Nvidia, alertou Stacy Rasgon, analista da Bernstein.
“Assinar múltiplos acordos bilaterais provavelmente levaria muito tempo”, observou Rasgon, acrescentando que a nova abordagem poderia ser “potencialmente pior do que a atual estrutura de difusão”.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, estima que a China seja um mercado de chips de IA de US$ 50 bilhões e, embora a empresa ainda encontre maneiras de vender chips em conformidade com a lei para o país, os EUA estão simultaneamente reforçando as restrições a países que possam reexportar tecnologia avançada para Pequim.
Analistas do Citi alertaram contra a possibilidade de assumir acordos semelhantes em outros lugares, observando: “Continuamos prudentes quanto à duplicação desse sucesso com outros países, portanto, o risco de acesso mais restrito a chips de IA dos EUA para outros países importantes permanece”.
Para a Nvidia, navegar pelos controles de exportação dos EUA tornou-se um jogo de adaptação de alto risco.
Cada vez que novas restrições são impostas, a empresa responde projetando versões mais simples de seus chips, como o H20 e o L40. Esses chips continuam potentes o suficiente para atrair as gigantes da tecnologia chinesas, mantendo-se apenas um pouco abaixo dos limites regulatórios.
A questão-chave para os investidores da Nvidia não é mais se a empresa conseguirá vender chips globalmente, mas sim se a futura série de acordos comerciais bilaterais criará um ambiente de negócios previsível.
Se os EUA adotarem uma abordagem mais transacional para as exportações de chips de IA, a Nvidia poderá se ver negociando regras diferentes para diferentes países, dificultando o planejamento estratégico de longo prazo.
Ao mesmo tempo, o rápido progresso da China no desenvolvimento de alternativas domésticas – especialmente da Huawei e da SMIC – sugere que quaisquer lacunas deixadas pela Nvidia poderão ser rapidamente preenchidas.
Em visita a Washington em abril, Huang chamou a Huawei de “uma das empresas de tecnologia mais formidáveis do mundo”.
Huang tem se manifestado abertamente em sua oposição às restrições rígidas a chips, alertando que controlar empresas americanas de forma muito agressiva pode ter efeitos negativos.
“Se perdermos esse ecossistema para nossos concorrentes, será quase impossível recuperá-lo”, disse Huang a parlamentares em uma recente viagem a Washington.
Huang também tem trabalhado nos bastidores para pressionar por políticas comerciais mais flexíveis.
No mês passado, ele participou de um jantar privado de um milhão de dólares em Mar-a-Lago com Trump, parte de um esforço mais amplo de lobby para garantir que a Nvidia possa continuar operando nos principais mercados internacionais.
Por enquanto, a Nvidia permanece presa no meio: uma líder tecnológica vital nos EUA, importante demais para ser totalmente eliminada, mas poderosa demais para ser deixada sem regulamentação. Se a última mudança de política ajudará ou prejudicará suas ambições globais dependerá das próximas ações de Washington e da resposta da China.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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