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Economia Brasileira

Copom critica política de crédito do governo e alerta para impacto sobre inflação

Publicado 16/05/2025 • 11:13 | Atualizado há 15 horas

Redação DCNews

KEY POINTS

  • Dados do IBGE mostram que o rendimento mensal real per capita atingiu R$ 2.020 em 2024, maior valor da série histórica, com alta de 4,7% em relação a 2023.
  • Já o rendimento médio de todas as fontes subiu 2,9%, para R$ 3.057, também recorde.
  • A ata do Copom ainda menciona sinais de moderação no crescimento, considerados essenciais para que a inflação retorne à meta.

Para o comitê, esses fatores podem elevar a taxa de juros neutra da economia

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Além de reforçar uma política monetária “significativamente contracionista por período prolongado”, o Comitê de Política Monetária (Copom) direcionou críticas, na ata de sua 270ª reunião, às recentes medidas do governo federal de estímulo ao crédito.

Segundo o Banco Central (BC), essas iniciativas enfraquecem os esforços de contenção da atividade econômica e dificultam o controle da inflação.

O texto da ata destaca que o Copom vê com preocupação “o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal”, aliado ao aumento do crédito direcionado e às incertezas sobre a estabilização da dívida pública. Para o comitê, esses fatores podem elevar a taxa de juros neutra da economia.

Na semana passada, o Copom elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano — maior patamar desde meados de 2006.

Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, afirma que os estímulos ao crédito promovidos pelo governo atrapalham o trabalho do BC.

“A ata deixa isso claro. Ao ampliar programas que aumentam a renda disponível e o crédito direcionado, o governo impulsiona o consumo justamente quando o BC busca conter a demanda para controlar a inflação”, avalia. “O estímulo fiscal reduz a eficácia dos juros altos e obriga o BC a manter a Selic elevada por mais tempo. O processo de desinflação fica mais lento, mais caro e com maior risco de travar a economia.”

O professor Maurício Godoi, da Saint Paul Escola de Negócios, concorda com a avaliação. Ele destaca que o governo continua incentivando o crédito, tanto nas modalidades direcionadas quanto consignadas, e que isso se soma a uma gestão fiscal que considera indisciplinada.

Segundo ele, a combinação prejudica o combate à inflação. “Além disso, tivemos recentemente a divulgação da maior renda do trabalhador, impulsionando o consumo e pressionando ainda mais a política monetária”, afirma.

Dados do IBGE mostram que o rendimento mensal real per capita atingiu R$ 2.020 em 2024, maior valor da série histórica, com alta de 4,7% em relação a 2023. Já o rendimento médio de todas as fontes subiu 2,9%, para R$ 3.057, também recorde.

Leia também: Brasil parece menos afetado pelas tarifas do que outros países, avalia BC na ata do Copom

A ata do Copom ainda menciona sinais de moderação no crescimento, considerados essenciais para que a inflação retorne à meta. Em abril, o IPCA foi de 0,43%, acumulando alta de 5,53% em 12 meses.

Para o comitê, “o arrefecimento da demanda agregada é elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e da convergência da inflação à meta”.

O CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, ressalta que o Copom já incorpora em suas projeções o impacto do crédito consignado privado. Ele afirma que o comitê reforça seu compromisso com a meta de inflação ao citar a política fiscal. “É necessário mais responsabilidade fiscal do governo para acelerar a convergência da inflação à meta. O risco está em ações populistas com aumento de gastos”, diz.

A expectativa do mercado é que o Copom mantenha a Selic em 14,75% na próxima reunião, marcada para 17 e 18 de junho. O boletim Focus projeta inflação de 5,51% em 12 meses.

Já a XP prevê uma alta adicional de 0,25 ponto, para 15%, e manutenção dessa taxa por um período prolongado.

Segundo a corretora, o comitê evitou sinalizações explícitas e reforçou a necessidade de “cautela adicional e flexibilidade” diante da persistência de pressões inflacionárias internas, intensificadas pelas recentes medidas fiscais.

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