Como a inteligência artificial está transformando a Fórmula 1: o exemplo da McLaren

CNBC Saiba como a inteligência artificial está transformando a Fórmula 1

Empresas & Negócios

Análise: pode faltar dinheiro para Arábia Saudita construir megacidade no deserto

Publicado 25/11/2024 • 18:45

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, lidera um plano ambicioso para diversificar a economia do país, que inclui a construção de Neom, uma cidade futurista planejada para abrigar 9 milhões de pessoas e marcada por arranha-céus de mais de 500 metros de altura.
  • O custo é estimado em centenas de bilhões de dólares, há dúvidas sobre a capacidade financeira do país para sustentar o projeto.
  • O fundo público de investimento saudita, antes voltado a projetos internacionais, agora prioriza investimentos domésticos, mas especialistas apontam que os retornos financeiros desses megaprojetos ainda são incertos.

Projeção do projeto Neom, da Arábia Saudita

The Line, NEOM

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, tem um plano grandioso para diversificar a economia do país que inclui a construção da Neom, uma cidade no deserto para abrigar 9 milhões de pessoas e arranha-céus com mais de 500 metros de altura.

O custo é estimado em centenas de bilhões de dólares, mas não está claro ainda se a Arábia Saudita tem dinheiro suficiente para arcar com todas as despesas.

O governo da Arábia Saudita tem um fundo público de investimento que, tradicionalmente, fazia aportes em projetos pelo mundo. Agora, a diretriz mudou, e a prioridade passou a ser investir “dentro de casa”.

Um financista baseado no Golfo, com anos de experiência no reino, disse à CNBC: “A mudança do fundo público para fazer investimentos domésticos sugere que ainda há muito gastos. A Arábia Saudita investiu dezenas de bilhões em projetos que ainda não deram nenhum retorno financeiro”.

Mudanças nos gastos

  • O custo de Neom foi estimado em até US$ 1,5 trilhão (aproximadamente R$ 8,71 trilhões, pela cotação atual).
  • O Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita administra US$ 925 bilhões (cerca de R$ 5,4 trilhões) em ativos.

O déficit do governo saudita cresceu, e a perspectiva para a demanda de petróleo é de queda.

Perspectiva econômica

Andrew Leber, pesquisador da Universidade de Tulane que se estuda a economia política do Oriente Médio, afirma que acredita que o ritmo atual de gastos não vai durar.

Segundo ele, há muitos megaprojetos que foram pagos de forma adiantada e cujos retornos são esperado para anos no futuro.

“Dito isso, a monarquia saudita mostrou-se flexível sempre que as realidades econômicas se impõem. Eu acho que, eventualmente, vários projetos serão discretamente arquivados para trazer seus gastos fiscais de volta a uma maior sustentabilidade.”

Em outubro, a Arábia Saudita cortou suas previsões de crescimento e aumentou suas estimativas de déficit orçamentário para os anos fiscais de 2024 a 2026, pois espera um período de gastos mais altos e receitas de petróleo projetadas mais baixas.

As autoridades sauditas esperam que o orçamento permaneça em déficit nos próximos anos.

A Arábia Saudita tem uma classificação de crédito A/A-1 com uma perspectiva positiva da S&P Global Ratings e uma classificação A+ com uma perspectiva estável da Fitch. Isso, combinado com altas reservas de moeda estrangeira — US$ 456,97 bilhões (aproximadamente R$ 2,65 trilhões) — coloca o reino em uma posição confortável para gerenciar um déficit, disseram economistas à CNBC.

Desafios à frente

Riad emitiu títulos de dívida e reduziu os riscos de investimento estrangeiro para diversificar as fontes de receita. Em setembro, a S&P Global disse em setembro “continuará a melhorar a resiliência econômica e a riqueza da Arábia Saudita”.

Ainda assim, muitos analistas são céticos quanto à viabilidade dos megaprojetos. Há relatos de que alguns projetos foram drasticamente reduzidos — no caso da cidade no meio do deserto, por exemplo, a expectativa inicial era de abrigar 1,5 milhão de pessoas até 2030, e agora, esse número foi reduzido para menos de 300 mil

MAIS EM Empresas & Negócios