Funcionários da Microsoft dizem que e-mails com ‘Gaza’, ‘Palestina’ ou ‘genocídio’ não são enviados
Publicado 22/05/2025 • 20:13 | Atualizado há 13 horas
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Publicado 22/05/2025 • 20:13 | Atualizado há 13 horas
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Escritório da empresa de tecnologia norte-americana Microsoft
Unsplash
Funcionários da Microsoft estão questionando se a empresa esteja bloqueando e-mails do Outlook qe contenham as palavras “Palestina”, “Gaza”, “genocídio”, “apartheid” e “IOF fora do Azure”, mesmo quando estão incluindo esses termos em uma reclamação ao RH, de acordo com capturas de tela, gravações e documentos vistos pela CNBC.
Os funcionários disseram que começaram a notar a mudança na quarta-feira (21) pouco antes do meio-dia, testando em lote e-mails com os termos em questão e e-mails sem eles. Apenas os e-mails sem esses termos apareciam em suas caixas de saída, sugerindo que os que continham os termos não foram recebidos, segundo materiais vistos pela CNBC e três fontes familiarizadas com o assunto.
As pessoas pediram para não serem identificadas para poderem falar livremente.
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Um funcionário com a palavra “apartheid” em sua assinatura de e-mail, que falou sob condição de anonimato por medo de retaliação, disse que enviou um e-mail típico relacionado ao trabalho por volta das 11h30 na última quarta-feira, sem nenhuma dificuldade. A pessoa disse que pouco antes do meio-dia do mesmo dia, seus e-mails não foram enviados — aparentemente devido à assinatura de e-mail.
Em fóruns internos, mensagens vistas pela CNBC mostraram funcionários perguntando por que seus e-mails com a palavra “Israel” passam, mas mensagens com “Palestina”, “Gaza” e outros termos não. Modificações como “P4lestine” passaram, de acordo com seus testes.
Um funcionário perguntou em um fórum interno: “a empresa está abandonando a iniciativa de inclusão ou isso é apenas direcionado aos palestinos e seus aliados?”
O site The Verge foi o primeiro a relatar o possível bloqueio de e-mails.
Em uma mensagem vista pela CNBC, Frank Shaw, chefe de comunicações da Microsoft, respondeu a uma postagem de funcionário, escrevendo: “para esclarecer, os e-mails não estão sendo bloqueados ou censurados, a menos que estejam sendo enviados para um grande número de grupos de distribuição aleatórios. Pode haver um pequeno atraso e a equipe está trabalhando para torná-lo o mais curto possível.”
“Nos últimos dias, vários e-mails foram enviados para dezenas de milhares de funcionários em toda a empresa e tomamos medidas para tentar reduzir esses e-mails para aqueles que não optaram por recebê-los”, disse outro porta-voz da Microsoft em um comunicado.
Ainda assim, funcionários disseram à CNBC que, mesmo quando tentaram enviar e-mails relativamente comuns, apenas relacionados ao trabalho, para pequenos grupos de colegas, os e-mails ainda não foram enviados se contivessem esses termos.
Outro funcionário que falou sob condição de anonimato disse que quando tentou enviar um relatório ao RH contendo um dos termos em questão, não recebeu a resposta automática normalmente confirmando o recebimento até mais de 24 horas depois. A mensagem também não apareceu no portal online do RH ao longo do mesmo período.
Alguns e-mails foram entregues após serem atrasados por sete horas ou mais, de acordo com o grupo No Azure for Apartheid. O grupo sugeriu que revisões manuais de tais e-mails estavam ocorrendo antes de serem entregues.
A Microsoft tem visto um número crescente de protestos em eventos recentes devido ao uso dos produtos de IA da empresa pelo exército israelense. Manifestantes também enviaram e-mails para executivos da empresa expondo suas preocupações.
No evento Microsoft Build para desenvolvedores em Seattle, esta semana, manifestantes interromperam executivos durante discursos de abertura e sessões.
Na última terça-feira (20), diversas pessoas interromperam uma sessão do evento sobre melhores práticas de segurança em IA, destacando Sarah Bird, chefe de IA responsável da Microsoft, que co-apresentava a sessão com Neta Haiby, chefe de segurança de IA da empresa.
Haiby foi membro das Forças de Defesa de Israel, de acordo com uma página no Tumblr vista pela CNBC.
“Sarah Bird, você está mascarando os crimes da Microsoft na Palestina”, disse Hossam Nasr, organizador do grupo No Azure for Apartheid.
Nasr foi um dos funcionários da Microsoft demitidos no ano passado após planejar uma vigília para palestinos mortos em Gaza.
Mais cedo na terça-feira, durante outra sessão do Microsoft Build, um trabalhador palestino da área de tecnologia interrompeu um discurso de Jay Parikh, chefe de CoreAI da Microsoft.
“Jay, você é cúmplice do genocídio em Gaza”, disse o trabalhador de tecnologia, que não quis divulgar seu nome por medo de retaliação. “Meu povo está sofrendo por sua causa. Como você se atreve a falar sobre IA enquanto meu povo sofre. Corte os laços com Israel.”
O trabalhador então clamou para “libertar a Palestina” e disse: “Não ao Azure para o apartheid”, uma referência ao grupo e sua petição.
Na segunda-feira (19), o engenheiro de software da Microsoft Joe Lopez interrompeu o discurso de abertura do CEO Satya Nadella no palco, dizendo: “Satya, que tal você mostrar como a Microsoft está matando palestinos? Que tal mostrar como os crimes de guerra israelenses são alimentados pelo Azure?”
Lopez foi posteriormente demitido, de acordo com um documento visto pela CNBC que afirmou o motivo como “má conduta resultando na violação tanto da política da empresa quanto de nossas expectativas de um ambiente de trabalho respeitoso.”
O documento afirmava que Lopez seria inelegível para retornar à Microsoft como funcionário, contratado ou em qualquer outra capacidade, incluindo como funcionário de um parceiro, cliente ou outro terceiro da Microsoft.
No evento de 50 anos da Microsoft no mês passado, dois engenheiros de software da Microsoft protestaram publicamente contra o uso da IA da empresa pelo exército israelense durante apresentações de executivos. Os cargos de ambos os funcionários, Ibtihal Aboussad e Vaniya Agrawal, foram encerrados pouco depois, de acordo com documentos vistos pela CNBC.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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