O que é a zona do euro e qual é o papel do BCE diante dos desafios futuros?
Publicado 23/05/2025 • 13:52 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 23/05/2025 • 13:52 | Atualizado há 2 dias
Zona do Euro.
Pixabay.
A Zona do Euro representa um bloco econômico e monetário fundamental dentro da União Europeia, composto por países que adotaram o euro como moeda oficial. A política monetária comum é conduzida pelo Banco Central Europeu (BCE), que atua com o objetivo principal de manter a estabilidade de preços, especialmente por meio do controle da inflação.
Nos últimos anos, a região enfrentou desafios relevantes relacionados à inflação e à definição de uma política de juros adequada. A seguir, apresentamos um panorama atual da situação da inflação e das taxas de juros na Zona do Euro, com base em dados recentes e declarações do BCE.
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A Zona do Euro é composta por 20 Estados-Membros da União Europeia que adotaram o euro como moeda oficial. São eles: Áustria, Bélgica, Croácia, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.
O Banco Central Europeu (BCE), sob a liderança de Christine Lagarde, vem adotando uma postura firme no combate à inflação. Em 1º de junho de 2023, Lagarde declarou:
“Hoje, a inflação está elevada e deve permanecer assim por tempo demais. Estamos determinados a trazê-la de volta à nossa meta de 2% no médio prazo, de forma oportuna. Por isso, elevamos as taxas de juros no ritmo mais rápido da nossa história — e deixamos claro que ainda temos caminho a percorrer para alcançar níveis suficientemente restritivos.”
Naquela ocasião, a taxa de juros estava em 3,8%, enquanto a inflação era de 3,1%.
Mais recentemente, os dados indicam que a taxa básica de juros, referente às principais operações de refinanciamento, é de 2,40%, com uma inflação anual de 2,2%. Isso implica uma taxa de juros real ligeiramente positiva, de aproximadamente 0,2%.
O Banco Central Europeu reduziu sua taxa básica de juros pela sétima vez consecutiva desde junho de 2024, quando a taxa passou de 4,5% para 4,3%. O corte mais recente foi anunciado no mês passado, refletindo a percepção de que a inflação na Zona do Euro está próxima de ser controlada.
No entanto, o BCE também alertou que o crescimento econômico pode sofrer pressões significativas devido ao impacto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Segundo a ata da reunião de política monetária realizada em 16 e 17 de abril, os membros do BCE reconheceram que, no curto prazo, as tensões comerciais podem exercer pressão baixista sobre os preços — ainda que, a longo prazo, os efeitos possam ser inflacionários.
O gráfico abaixo ilustra a atuação do BCE no que tange às taxas de juros.
A próxima reunião do BCE está marcada para os dias 5 e 6 de junho de 2025, com a decisão sobre a taxa de juros sendo divulgada no dia 6. O mercado financeiro projeta com alta probabilidade (cerca de 90%) que o BCE promoverá um novo corte nos juros nessa ocasião. A expectativa é de pelo menos mais um corte adicional até o final do ano, com a taxa de depósito podendo atingir 1,75%.
O gráfico abaixo ilustra a atuação do BCE no que tange às taxas de juros, juntamente com a queda da inflação.
Este cronograma será fundamental para o acompanhamento da estratégia de política monetária do BCE, especialmente em um cenário de reacomodação das pressões inflacionárias e incertezas externas.
Resta saber se a atuação do BCE na gestão da taxa de juros foi preponderante para a queda da inflação e se trouxe efeitos negativos, dado que a condução da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) entre 2022 e 2024 vem sendo alvo de críticas fundamentadas.
Embora a autoridade monetária tenha promovido sucessivos aumentos nas taxas de juros com o objetivo declarado de conter a inflação, estudos recentes indicam que tais medidas tiveram efeitos limitados sobre os preços, ao mesmo tempo, em que geraram custos financeiros expressivos para os bancos centrais do Eurosistema — e, por consequência, para os contribuintes.
O diagnóstico aponta uma má calibragem dos instrumentos de política monetária, favorecendo de forma desproporcional o setor bancário. A seguir, analisamos os principais achados deste estudo e suas implicações.
De acordo com estudo publicado pelo Centre for Economic Policy Research (CEPR), as políticas de aumento das taxas de juros implementadas pelo BCE entre 2022 e 2024 pouco contribuíram para a contenção da inflação, cujas raízes estavam majoritariamente associadas ao choque de custos — especialmente o aumento dos preços da energia e dos combustíveis — e não ao excesso de demanda que poderia ser combatido com aperto monetário.
Apesar de sua ineficácia para controlar os preços, a elevação dos juros teve consequências fiscais relevantes. Isso se deve ao atual modelo operacional do BCE, que prevê a remuneração do elevado volume de reservas bancárias em circulação. A cada aumento de juros, os bancos centrais nacionais do Eurosistema foram obrigados a transferir bilhões de euros aos bancos comerciais sob a forma de pagamento de juros sobre essas reservas.
O estudo estima que, no total, entre 2022 e 2024, cerca de € 270 bilhões foram transferidos dos bancos centrais para os bancos, gerando lucros extraordinários para o sistema financeiro privado e perdas substanciais para os próprios bancos centrais. Como consequência, os bancos centrais deixaram de repassar lucros (a chamada senhoriagem) aos respectivos Tesouros nacionais e precisarão de anos para recompor seus balanços.
Os autores argumentam que esse desfecho não era inevitável. O BCE poderia ter adotado um sistema escalonado de remuneração das reservas — como já é feito em alguns países — limitando os pagamentos de juros apenas ao excedente de reservas ou dentro de uma faixa remunerada. Essa abordagem manteria a eficácia operacional do banco central e evitaria transferências tão elevadas de recursos para os bancos. No entanto, o BCE optou por não adotar tal mecanismo, assumindo, assim, a responsabilidade por uma política de juros com impacto limitado sobre a inflação, mas com efeitos fiscais significativos e concentradores de renda.
Esse episódio evidencia a necessidade de uma revisão crítica das ferramentas e dos objetivos da política monetária em tempos de choques de oferta. O caso do BCE mostra como escolhas técnicas podem ter implicações distributivas profundas e suscitar questionamentos quanto à legitimidade e à eficiência das instituições que as promovem.
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