Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
O que é a zona do euro e qual é o papel do BCE diante dos desafios futuros?
Publicado 23/05/2025 • 13:52 | Atualizado há 2 meses
Exclusivo CNBC: Trump “provavelmente” demitirá presidente do Fed “em breve”, diz autoridade da Casa Branca
França quer cortar dois feriados e eliminar cargos públicos para economizar dinheiro
Ações da ASML caem após gigante dos chips dizer que não pode confirmar crescimento em 2026
CEO da Nvidia quer vender chips mais avançados para a China após fim da proibição do H20
Ações da Renault despencam 17% após montadora revisar projeções e nomear novo CEO interino
Publicado 23/05/2025 • 13:52 | Atualizado há 2 meses
Zona do Euro.
Pixabay.
A Zona do Euro representa um bloco econômico e monetário fundamental dentro da União Europeia, composto por países que adotaram o euro como moeda oficial. A política monetária comum é conduzida pelo Banco Central Europeu (BCE), que atua com o objetivo principal de manter a estabilidade de preços, especialmente por meio do controle da inflação.
Nos últimos anos, a região enfrentou desafios relevantes relacionados à inflação e à definição de uma política de juros adequada. A seguir, apresentamos um panorama atual da situação da inflação e das taxas de juros na Zona do Euro, com base em dados recentes e declarações do BCE.
Leia também:
Atividade empresarial na zona do euro recua em maio
A Zona do Euro é composta por 20 Estados-Membros da União Europeia que adotaram o euro como moeda oficial. São eles: Áustria, Bélgica, Croácia, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.
O Banco Central Europeu (BCE), sob a liderança de Christine Lagarde, vem adotando uma postura firme no combate à inflação. Em 1º de junho de 2023, Lagarde declarou:
“Hoje, a inflação está elevada e deve permanecer assim por tempo demais. Estamos determinados a trazê-la de volta à nossa meta de 2% no médio prazo, de forma oportuna. Por isso, elevamos as taxas de juros no ritmo mais rápido da nossa história — e deixamos claro que ainda temos caminho a percorrer para alcançar níveis suficientemente restritivos.”
Naquela ocasião, a taxa de juros estava em 3,8%, enquanto a inflação era de 3,1%.
Mais recentemente, os dados indicam que a taxa básica de juros, referente às principais operações de refinanciamento, é de 2,40%, com uma inflação anual de 2,2%. Isso implica uma taxa de juros real ligeiramente positiva, de aproximadamente 0,2%.
O Banco Central Europeu reduziu sua taxa básica de juros pela sétima vez consecutiva desde junho de 2024, quando a taxa passou de 4,5% para 4,3%. O corte mais recente foi anunciado no mês passado, refletindo a percepção de que a inflação na Zona do Euro está próxima de ser controlada.
No entanto, o BCE também alertou que o crescimento econômico pode sofrer pressões significativas devido ao impacto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Segundo a ata da reunião de política monetária realizada em 16 e 17 de abril, os membros do BCE reconheceram que, no curto prazo, as tensões comerciais podem exercer pressão baixista sobre os preços — ainda que, a longo prazo, os efeitos possam ser inflacionários.
O gráfico abaixo ilustra a atuação do BCE no que tange às taxas de juros.
A próxima reunião do BCE está marcada para os dias 5 e 6 de junho de 2025, com a decisão sobre a taxa de juros sendo divulgada no dia 6. O mercado financeiro projeta com alta probabilidade (cerca de 90%) que o BCE promoverá um novo corte nos juros nessa ocasião. A expectativa é de pelo menos mais um corte adicional até o final do ano, com a taxa de depósito podendo atingir 1,75%.
O gráfico abaixo ilustra a atuação do BCE no que tange às taxas de juros, juntamente com a queda da inflação.
Este cronograma será fundamental para o acompanhamento da estratégia de política monetária do BCE, especialmente em um cenário de reacomodação das pressões inflacionárias e incertezas externas.
Resta saber se a atuação do BCE na gestão da taxa de juros foi preponderante para a queda da inflação e se trouxe efeitos negativos, dado que a condução da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) entre 2022 e 2024 vem sendo alvo de críticas fundamentadas.
Embora a autoridade monetária tenha promovido sucessivos aumentos nas taxas de juros com o objetivo declarado de conter a inflação, estudos recentes indicam que tais medidas tiveram efeitos limitados sobre os preços, ao mesmo tempo, em que geraram custos financeiros expressivos para os bancos centrais do Eurosistema — e, por consequência, para os contribuintes.
O diagnóstico aponta uma má calibragem dos instrumentos de política monetária, favorecendo de forma desproporcional o setor bancário. A seguir, analisamos os principais achados deste estudo e suas implicações.
De acordo com estudo publicado pelo Centre for Economic Policy Research (CEPR), as políticas de aumento das taxas de juros implementadas pelo BCE entre 2022 e 2024 pouco contribuíram para a contenção da inflação, cujas raízes estavam majoritariamente associadas ao choque de custos — especialmente o aumento dos preços da energia e dos combustíveis — e não ao excesso de demanda que poderia ser combatido com aperto monetário.
Apesar de sua ineficácia para controlar os preços, a elevação dos juros teve consequências fiscais relevantes. Isso se deve ao atual modelo operacional do BCE, que prevê a remuneração do elevado volume de reservas bancárias em circulação. A cada aumento de juros, os bancos centrais nacionais do Eurosistema foram obrigados a transferir bilhões de euros aos bancos comerciais sob a forma de pagamento de juros sobre essas reservas.
O estudo estima que, no total, entre 2022 e 2024, cerca de € 270 bilhões foram transferidos dos bancos centrais para os bancos, gerando lucros extraordinários para o sistema financeiro privado e perdas substanciais para os próprios bancos centrais. Como consequência, os bancos centrais deixaram de repassar lucros (a chamada senhoriagem) aos respectivos Tesouros nacionais e precisarão de anos para recompor seus balanços.
Os autores argumentam que esse desfecho não era inevitável. O BCE poderia ter adotado um sistema escalonado de remuneração das reservas — como já é feito em alguns países — limitando os pagamentos de juros apenas ao excedente de reservas ou dentro de uma faixa remunerada. Essa abordagem manteria a eficácia operacional do banco central e evitaria transferências tão elevadas de recursos para os bancos. No entanto, o BCE optou por não adotar tal mecanismo, assumindo, assim, a responsabilidade por uma política de juros com impacto limitado sobre a inflação, mas com efeitos fiscais significativos e concentradores de renda.
Esse episódio evidencia a necessidade de uma revisão crítica das ferramentas e dos objetivos da política monetária em tempos de choques de oferta. O caso do BCE mostra como escolhas técnicas podem ter implicações distributivas profundas e suscitar questionamentos quanto à legitimidade e à eficiência das instituições que as promovem.
---
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Raízen fecha a histórica Usina Santa Elisa e levanta R$ 1 bi com venda de cana-de-açúcar
Fechamento de usina da Raízen em SP resulta em 1,2 mil demissões, afirma prefeitura
EUA citam uso do PIX e falta de combate à corrupção em investigação contra o Brasil
Governo reage e envia carta aos EUA cobrando diálogo sobre as tarifas
Ações da Renault despencam 17% após montadora revisar projeções e nomear novo CEO interino