Empresas recorrem à inteligência artificial para lidar com turbulência causada pelas tarifas de Trump
Publicado 24/05/2025 • 08:49 | Atualizado há 9 horas
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Publicado 24/05/2025 • 08:49 | Atualizado há 9 horas
KEY POINTS
Inteligência artificial
Reprodução Freepik
Empresas estão recorrendo a ferramentas de inteligência artificial para enfrentar a turbulência real no comércio global.
Diversas empresas de tecnologia disseram à CNBC que estão utilizando essa tecnologia emergente para mapear visualmente as cadeias globais de suprimentos — desde os materiais usados na fabricação dos produtos até a origem do envio dessas mercadorias — e compreender como são impactadas pelas tarifas recíprocas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na semana passada, a Salesforce anunciou o desenvolvimento de um novo agente de IA especializado em importações, capaz de “processar instantaneamente mudanças nas 20 mil categorias de produtos do sistema aduaneiro dos EUA e agir conforme necessário”, auxiliando na adaptação a alterações no sistema tarifário.
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Engenheiros da gigante americana de software usaram a Harmonized Tariff Schedule — documento com 4.400 páginas de tarifas sobre produtos importados pelos EUA — para embasar as respostas geradas pelo agente.
“A velocidade e a complexidade das mudanças tarifárias globais tornam praticamente impossível para a maioria das empresas acompanhar tudo manualmente”, afirmou Eric Loeb, vice-presidente executivo de assuntos governamentais da Salesforce, à CNBC. “No passado, as companhias contavam com pequenas equipes internas de especialistas para se manterem atualizadas.”
As empresas afirmam que os sistemas de IA estão permitindo decisões muito mais rápidas sobre ajustes nas cadeias globais de suprimentos.
Andrew Bell, diretor de produto da empresa de software de gestão de cadeia de suprimentos Kinaxis, disse que fabricantes e distribuidores interessados em definir suas respostas às tarifas estão usando a tecnologia de aprendizado de máquina da empresa para avaliar os produtos, os materiais utilizados e também sinais externos, como notícias e dados macroeconômicos.
“Com essas informações, conseguimos simular situações como: aqui está uma peça específica que faz parte do seu material de construção e que tem uma tarifa significativa. Se você trocasse por outra peça, qual seria o impacto geral?”, explicou Bell à CNBC.
A lista de tarifas de Trump, que abrange dezenas de países, forçou empresas a repensarem suas cadeias de suprimentos e estratégias de precificação, levando gigantes como Walmart e Nike a aumentarem os preços de alguns produtos. Segundo dados do censo, os EUA importaram cerca de US$ 3,3 trilhões em mercadorias em 2024.
A incerteza causada pelas medidas tarifárias dos EUA “provavelmente representa o momento da IA brilhar”, disse Zack Kass, futurista e ex-diretor de estratégia de mercado da OpenAI, à repórter Silvia Amaro, da CNBC, durante o Fórum Ambrosetti, na Itália, no mês passado.
“Se você se pergunta o quão difícil as coisas poderiam ficar sem IA e automação, e o que aconteceria num mundo onde não dá simplesmente para contratar um monte de gente da noite para o dia, a IA oferece uma proposta alternativa”, acrescentou.
Nagendra Bandaru, sócio-diretor e chefe global de serviços de tecnologia da gigante indiana de TI Wipro, afirmou que clientes estão usando as soluções de IA autônoma da empresa “para ajustar estratégias de fornecimento, modificar rotas comerciais e gerenciar exposições tarifárias de forma dinâmica, à medida que o cenário regulatório evolui”.
A Wipro afirma utilizar uma variedade de sistemas de IA, tanto próprios quanto de terceiros, que vão desde modelos de linguagem de larga escala até técnicas tradicionais de aprendizado de máquina e visão computacional, inclusive para inspecionar ativos físicos em trânsito internacional.
Embora prefira manter os nomes das empresas em sigilo, a Wipro informou que as companhias que usam seus produtos de IA para lidar com as tarifas de Trump incluem desde um fabricante de eletrônicos listado na Fortune 500 com fábricas na Ásia até um fornecedor de peças automotivas que exporta para a Europa e a América do Norte.
“A IA é uma poderosa facilitadora, mas não é uma solução milagrosa”, afirmou Bandaru à CNBC. “Ela não substitui a estratégia de política comercial; ela a potencializa, transformando o comércio global de um desafio reativo em uma vantagem proativa baseada em dados.”
A IA já era prioridade de investimento para empresas globais antes dos amplos anúncios tarifários de Trump em abril. Segundo relatório da Capgemini publicado em janeiro, quase três quartos dos líderes empresariais classificaram a IA e a IA generativa entre as três principais tecnologias para investimento em 2025.
“Há várias formas de a IA ajudar empresas a lidar com as tarifas e a incerteza decorrente delas. Mas o sucesso de qualquer solução de IA depende da qualidade dos dados disponíveis”, disse Ajay Agarwal, sócio da Bain Capital Ventures, à CNBC.
O investidor de risco contou que uma de suas investidas, a FourKites, utiliza dados da rede de cadeia de suprimentos com IA para ajudar empresas a entender os impactos logísticos de ajustes nos fornecedores devido às tarifas.
“Eles estão trabalhando com várias empresas da Fortune 500, usando agentes voltados para frete e transporte marítimo a fim de oferecer esse nível de visibilidade e inteligência”, explicou Agarwal.
“Trocar de fornecedor pode reduzir os custos com tarifas, mas também pode aumentar os prazos de entrega e os custos de transporte”, completou. “Além disso, a volatilidade das tarifas impactou fortemente as tarifas de frete e a capacidade disponível tanto no transporte marítimo quanto nas redes domésticas de carga.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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