Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
É possível ser um “Value Investor” sem copiar Warren Buffett?
Publicado 23/06/2025 • 13:14 | Atualizado há 2 meses
Inflação nos EUA cresce 2,7% em julho, menos que o esperado diante das tarifas
Trump abre brecha para Nvidia negociar versão reduzida de chip para China
Exclusivo CNBC: CEO da Beast Industries diz como empresa se tornou gigante e revela estratégias de Mr. Beast, o maior youtuber no mundo
Musk ameaça processar Apple por supostas violações antitruste ao aplicativo de IA Grok
Trump estende prazo de tarifas sobre a China em 90 dias
Publicado 23/06/2025 • 13:14 | Atualizado há 2 meses
Warren Buffett fez críticas as políticas tarifárias de Trump.
CNBC
O value investing tradicional vem passando por momentos bastante difíceis - e não é de hoje. Desde antes da pandemia, executar a receita idealizada por Benjamin Graham e David Dodd tem produzido resultados bastante inferiores à média do mercado. Após a pandemia, o foco e a concentração de investimentos nas grandes empresas de tecnologia aprofundaram ainda mais essa situação.
A fórmula Graham-Dodd, que é seguida, com algumas variações, por Buffett e pelos value investors consagrados, é simples: após selecionar os ativos que podem ser alvo da estratégia, o investidor estima o seu valor fundamental (ou intrínseco), o que envolve uma análise minuciosa e detalhada de cada linha do balanço e do demonstrativo de resultados. Em geral, o value investor deve conhecer a empresa tanto quanto a própria liderança da companhia - se possível, até melhor.
Depois de determinar o valor intrínseco, a regra determina que o investidor somente invista caso a margem de segurança seja adequada, ou seja, se o preço de mercado do ativo for suficientemente inferior ao valor intrínseco estimado.
Simples e efetiva, esta receita funcionou por muito tempo. Hoje em dia, executá-la da mesma maneira é uma tarefa inglória. Em 2021, Charles de Vaulx, um value investor conhecido e renomado em Wall Street, se jogou do 10o. andar de seu escritório na Quinta Avenida após a liquidação de seu fundo. David Einhorn, da Greenlight Capital, uma das grandes vozes do value investing, declarou no ano passado que “os mercados estão estruturalmente disfuncionais, quebrados, e vejo a erosão perpétua de value como uma estratégia”.
Leia mais
Aprenda a ser um Superforecaster
Especial Warren Buffett: o Megainvestidor
ESPECIAL Warren Buffett: investimentos de longo prazo em empresas sólidas e duradouras
O mercado tem recompensado a busca por crescimento em detrimento da análise fundamentalista de valor. A dinâmica, que Einhorn crê estar quebrada, tem privilegiado o investidor passivo e os ETFs: quanto mais dinheiro se coloca nas empresas mais atrativas, mais seu preço de mercado se aprecia e mais capital é atraído em direção a elas, aumentando ainda mais seu preço. Qualquer análise fundamentalista de valor perde sentido, e qualquer múltiplo de lucro acaba sendo justificado pelo crescimento potencial que essas empresas apresentam.
O que torna essa dinâmica ainda mais forte é que o valor de mercado das companhias não sobe apenas no vácuo: as grandes empresas de tecnologia vêm entregando resultados cada vez melhores, e o investidor passa a ser bastante bem remunerado por seguir essa tendência.
Nesse contexto, o value investing tradicional está, de fato, em risco de extinção. Seguir Buffett literalmente, nos dias de hoje, é pedir para sofrer. Algumas vezes, nem a Berkshire Hathaway segue Buffett literalmente: em 2021, causou surpresa quando a empresa investiu US$ 500 milhões no Nubank. Há quatro anos o banco digital estava longe de ser o que é hoje e, apesar de apresentar características atraentes do ponto de vista de value investing, estava longe de se enquadrar no perfil tradicional. É muito estranho quando um ativo está, ao mesmo tempo, na carteira de Buffett e no portfólio de empresas disruptivas de Cathy Wood - a famosa gestora dos fundos ARK, conhecida por privilegiar investimentos inovadores e, muitas vezes, pouco lucrativos.
Os value investors dos tempos de hoje adaptaram a receita de bolo de Graham e Dodd. Os ativos intangíveis, que na avaliação tradicional não têm valor, são importantes. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento, antigamente considerados despesas, precisam ser avaliados como investimentos e, de certa maneira, capitalizados no ativo das companhias. Afinal, todo esse gasto em IA é despesa ou CAPEX?
Certos ativos, que não pagam dividendos e em que há enorme dificuldade de se calcular valor intrínseco, como as criptomoedas, compõem atualmente a carteira de uma série de value investors.
Apesar de haver abordagens diferentes e variações sobre o tema, qualquer estratégia que se qualifique como value investing não pode perder de vista dois pontos centrais: a busca do valor fundamental dos ativos e o foco no longo prazo. Estes dois fatores precisam andar juntos, dado que o valor intrínseco não é reconhecido pelo mercado de um dia para o outro, mas com o tempo.
Muitas vezes o value investor vai parecer estar errado no curto prazo - e é bastante difícil estar e se manter “errado” na gestão ativa de value investing, especialmente quando é tão fácil estar “certo” comprando, passivamente, um ETF que segue as grandes empresas de tecnologia.
Buffett é reverenciado, e merece ser. O próximo Buffett, no entanto, não vai surgir se decidir somente copiá-lo.
--
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Dono da Ultrafarma é preso em operação do MP contra corrupção de auditores fiscais
Conheça a trajetória de Sidney Oliveira, empresário preso em esquema de corrupção
INSS suspende Banco Agibank como pagador da folha de benefícios por irregularidades
Esquema de corrupção bilionário que prendeu Sidney Oliveira foi descoberto por quebra de sigilo de e-mail, revela MP
Entenda como funcionava operação de propina que envolveu quantia bilionária