O governo brasileiro prepara a publicação de um decreto para aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica, em resposta à tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. O decreto deve ser divulgado entre esta segunda-feira (14) e terça-feira (15).
Além das medidas comerciais, o governo brasileiro vai acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC).
No domingo (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ministros e lideranças políticas no Palácio da Alvorada para tratar do tema. Além de Alckmin, participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Sidnei Palmeira (Comunicação Social), Carlos Fávaro (Agricultura), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e o líder do governo no Senado, Jacques Wagner.
Durante a reunião, o governo definiu os próximos passos para responder à medida norte-americana, que atinge setores estratégicos da economia brasileira. Entre os mais afetados estão as exportações de pescado, café, laranja e aviões da Embraer.
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Setores impactados e ações emergenciais
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou que cerca de 70% das exportações brasileiras de pescado têm os Estados Unidos como destino. Ele alertou que “mais de 50 contêineres com pescado estão paralisados neste momento”, aguardando definição sobre o desdobramento da tarifa.
O ministro relatou que manteve conversas com representantes dos setores de pesca, café, aviação e agricultura ao longo do fim de semana. Segundo ele, o transporte marítimo dessas mercadorias leva de 20 a 25 dias para chegar aos EUA. Caso a tarifa entre em vigor no dia 1º de agosto, parte dessas cargas seria impactada antes da chegada.
Ainda de acordo com Costa Filho, o governo pretende intensificar reuniões nesta semana para discutir alternativas para essas exportações já em trânsito e medidas para evitar prejuízos aos produtores.
Comitê de crise e negociações
Um comitê de crise será comandado por Geraldo Alckmin e contará com empresários e integrantes do governo. A proposta é articular estratégias de negociação com os Estados Unidos e buscar novos mercados para as mercadorias afetadas pela tarifa de 50%.
Horas antes da reunião de domingo, o presidente Lula publicou um vídeo em suas redes sociais, no qual defendeu a necessidade de união nacional e relações diplomáticas. Na gravação, Lula afirmou que “quem come jabuticaba não briga por tarifas” e destacou a importância de manter o diálogo.
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