Ações da Saab disparam após lucro acima do esperado com alta nos gastos militares da Europa
Publicado
18/07/2025 • 11:52
| Atualizado há 8 horas
Redação CNBC
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KEY POINTS
Lucro da fabricante sueca de caças cresceu 49% no 2º trimestre e superou expectativas de analistas.
Empresa elevou a projeção de crescimento orgânico de vendas para até 20% em 2025.
Gastos com defesa na Europa disparam em meio a tensões geopolíticas e pressão por mais autonomia militar
O ganho da Saab ficou acima do que era aguardado, em um contexto de crescimento do interesse europeu por aquisições no setor de defesa.
Unsplash
As ações da sueca Saab, fabricante dos caças Gripen, subiam mais de 16% nesta sexta-feira (a 10 minutos do fechamento da bolsa de Estocolmo) após a companhia divulgar resultados acima do esperado no segundo trimestre e revisar para cima sua projeção de crescimento para 2025.
O lucro operacional da empresa entre abril e junho foi de 1,98 bilhão de coroas suecas (cerca de US$ 200 milhões), um salto de 49% em relação ao mesmo período do ano passado. O número superou com folga a estimativa de analistas consultados pela London Stock Exchange Group (LSEG), que esperavam 1,71 bilhão.
A receita líquida também surpreendeu, com crescimento anual de 30% no trimestre. Com isso, a Saab revisou sua projeção de crescimento orgânico de vendas para 2025, elevando a faixa de 12%-16% para 16%-20%.
Desde o início do ano, os papéis da Saab já acumulam alta de 131%, impulsionados pelo novo ciclo de investimentos em defesa na Europa. Na manhã desta sexta, os papéis subiam mais de 14% na Bolsa de Estocolmo.
A alta acompanha o aumento expressivo dos orçamentos militares em toda a região. Nesta semana, a Comissão Europeia apresentou um plano orçamentário de 2 trilhões de euros, com destaque para o aumento nos investimentos em segurança e defesa — um movimento que autoridades chamam de “era do rearmamento” europeu.
Além disso, países membros da OTAN passaram a adotar novas metas, elevando os gastos com defesa para até 5% do PIB.
Em entrevista à CNBC, o CEO da Saab, Micael Johansson, afirmou que a atividade no setor de defesa europeu está em alta e que a empresa tem um “portfólio bem posicionado para atender à demanda crescente”. Segundo ele, “estamos acelerando de forma significativa”.
Johansson também comentou que a pressão dos Estados Unidos para que os países europeus assumam maior responsabilidade por sua segurança teve papel central nesse movimento. “A administração americana tem razão ao dizer que a Europa precisa fazer mais. Precisamos reforçar nossa base industrial de defesa para lidar com o vizinho agressivo a leste por um longo tempo”, disse, em referência à Rússia.
Apesar do otimismo com os números, o banco Citi manteve sua recomendação de venda para as ações da Saab. Em relatório divulgado nesta sexta, analistas reconheceram que o trimestre foi “muito forte”, mas alertaram para uma possível sobrevalorização dos papéis. O preço-alvo do Citi é de 374 coroas suecas, o que representa um potencial de queda de cerca de 31% em relação ao valor atual.
Para o banco, os investimentos em defesa europeus devem atingir pico de 3,5% do PIB, mas não devem continuar crescendo diante da pressão sobre os orçamentos públicos.
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