Brasil pode mais que dobrar exportação de carne bovina com acordo Mercosul-UE, diz Agrifatto
Publicado 07/12/2024 • 15:21 | Atualizado há 5 meses
Fabricante de ketchup Kraft Heinz investe US$ 3 bilhões para modernizar produção nos EUA
Warner Bros. Discovery anuncia que serviço de streaming voltará a se chamar HBO Max
Startup chinesa Pony.ai registra primeiro incêndio em robotáxi, sem feridos
Samsung Electronics compra fornecedora de soluções de aquecimento e resfriamento FläktGroup por 1,5 bilhão de euros
Vale do Silício prioriza produtos de IA para obter lucros, em detrimento da segurança e pesquisa da tecnologia, dizem especialistas
Publicado 07/12/2024 • 15:21 | Atualizado há 5 meses
KEY POINTS
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Declaração à imprensa dos Presidentes dos Estados Partes do MERCOSUL
Foto: Ricardo Stuckert / PR
O Brasil pode mais do que dobrar a exportação de carne bovina à União Europeia a partir da formalização do acordo de livre comércio entre o bloco econômico europeu e o Mercosul. A estimativa, ainda preliminar, é da consultoria Agrifatto. “Hoje exportamos 5% do nosso volume para a Europa, e esse número pode chegar a 12% ou 13% com o acordo”, afirmou a CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel.
Pelo acordo, o Mercosul poderá exportar 99 mil toneladas de carne bovina peso carcaça para a União Europeia, sendo 55% do volume na forma resfriada e 45% congelada, com alíquota de 7,5%. Esse volume será alcançado em seis etapas crescentes. Além disso, a Cota Hilton, que atualmente permite a exportação de 10 mil toneladas com alíquota de 20%, será isenta assim que o acordo entrar em vigor.
Grande parte dessa nova cota deve ser ocupada pelo Brasil. Segundo Pimentel, o país já atende 86% da demanda europeia e deve manter essa posição de liderança no Mercosul. “O Brasil tem plena condição de atender à nova cota, mesmo com as exigências impostas”, avaliou.
A CEO destacou que a assinatura do tratado, aguardada há mais de duas décadas, promete vantagens comerciais ao setor pecuário brasileiro e à indústria de proteínas, mas traz também desafios regulatórios. Entre os pontos sensíveis está o desmatamento legal, frequentemente mal interpretado no exterior, segundo Pimentel.
“Quando dizem que o desmatamento de 2021 para frente não será aceito, parece que o Brasil queria desmatar indiscriminadamente. Mas temos uma legislação extremamente exigente, que prevê limites claros, como manter 80% de áreas preservadas na Amazônia”, comentou, criticando o que classificou como protecionismo europeu. “Essas regras ferem a soberania, porque colocam limitações aqui que eles mesmos não seguem. Nós aceitamos, mas é um país estrangeiro legislando sobre o Brasil”, afirmou.
Apesar das críticas, Pimentel avalia que o impacto do acordo será positivo. “A Europa sempre foi um bom pagador e o acordo ajuda a diluir a dependência do mercado chinês. Mas não será algo transformador: a cota é pequena e o aumento do volume exportado será limitado”, ponderou.
Até outubro de 2024, o Brasil já havia exportado 66.439 toneladas de carne bovina para a União Europeia, de acordo com o Agrostat, sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro.
Mais lidas
Brazilian Week: confira a programação completa desta quarta-feira (14)
Trump chega ao Catar na segunda etapa de sua viagem pelo Golfo
Inflação de abril nos EUA ameniza temores sobre aumentos de preços relacionados a tarifas
Com foco em pequenos negócios, Loggi expande logística e mira 1.200 novos pontos de entrega
Mercado Livre investe na música e lança festival para se conectar com a Geração Z