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FISESP critica saída do Brasil de aliança internacional sobre memória do Holocausto
Publicado 28/07/2025 • 12:57 | Atualizado há 5 dias
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Publicado 28/07/2025 • 12:57 | Atualizado há 5 dias
KEY POINTS
Photo by FOCKE STRANGMANN / AFP).
A medida ainda não foi confirmada oficialmente pelo governo brasileiro, e ocorre em um contexto de crescente tensão diplomática com Israel.
A decisão do governo brasileiro de deixar a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), onde o país atuava como membro observador desde 2021, foi vista com crítica pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP).
A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel na quinta-feira (24), e confirmada por fontes do Itamaraty. O entendimento do governo é que a adesão à IHRA, durante o governo de Jair Bolsonaro, foi feito de modo displicente.
Fontes do Itamaraty informaram que entre os motivos da saída, que ainda não foi formalizada (o Brasil ainda aparece no site da IHRA como membro observador), estão obrigações que o País deveria ter com a aliança, que envolveria recursos financeiros.
Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP), considera a decisão como um retrocesso no combate ao antissemitismo no país.
“A Federação Israelita do Estado de São Paulo recebeu com tristeza a decisão do Brasil de se retirar como observador da IHRA. Mesmo sem ter direito a voto, a presença brasileira era um alento para a comunidade judaica e para a sociedade como um todo. A participação do Brasil ajudava a garantir a defesa contra o antissemitismo e contra a banalização do Holocausto”, declarou em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
A medida ocorre em um contexto de crescente tensão diplomática com Israel. A IHRA foi criada na década de 1990 com o objetivo de promover educação, memória e pesquisa sobre o Holocausto, além de combater o antissemitismo.
Knobel afirmou que a retirada do país da aliança pode deixar a comunidade judaica mais vulnerável. Ele também apontou que a decisão tem relação com uma visão ideológica do governo federal sobre o conflito entre Israel e Palestina.
“Mesmo que o governo diga que continuará combatendo o antissemitismo, entendemos que essa decisão representa um abalo moral. Não vemos justificativa plausível para a saída, e isso afeta diretamente os judeus no Brasil”, acrescentou.
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Em uma postagem no X, Fernando Lottenberg, comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA), afirmou que fazer parte da IHRA “é uma forma de demonstrar compromisso com uma cultura de paz, a promoção da educação sobre o Holocausto e a luta contra o antissemitismo”. Ele considera a decisão do governo brasileiro “um erro”.
A Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) se define como uma união de governos e especialistas para “fortalecer, avançar e promover a educação, a memória e a pesquisa sobre o Holocausto”.
Criada na década de 90, o grupo tem 35 membros e 8 observadores. A IHRA é criticada por setores do judaísmo e grupos em defesa dos direitos humanos, que acusam a organização de instrumentalizar a memória do Holocausto para blindar o Estado de Israel em casos de violência.
A definição de antissemitismo da organização, adotada por países europeus e pelos Estados Unidos, dizem os críticos, avalia que posições contrárias à Israel podem ser consideradas antissemita.
Na quarta-feira (23), o governo brasileiro formalizou a entrada na ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça que acusa Israel de cometer genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza. O Itamaraty nega que a saída da aliança tenha uma relação direta com a adesão à ação.
Em nota, o Itamaraty criticou Israel pela campanha militar na Faixa de Gaza. As ações na Cisjordânia, território palestino onde Israel também atua militarmente com frequência e que tem ocupação de colonos judeus, também foram criticadas.
“O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política. A impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral”, diz o Itamaraty.
À reportagem, o presidente da FISESP, Marcos Knobel, classificou a decisão como lamentável. Ele afirmou que a ação sul-africana teria sido impulsionada pelo Irã, que, segundo ele, não poderia ingressar diretamente na Corte por ser uma teocracia, mas teria patrocinado politicamente o processo por meio da África do Sul.
O presidente da FISESP também considerou a acusação de genocídio como ‘absurda’. “Israel não pratica genocídio. Se quisesse, Gaza não existiria mais. O que ocorre é que Israel ataca única e exclusivamente alvos do Hamas, que por sua vez, utilizam os palestinos como escudo humano”, afirmou.
Ele disse ainda que a decisão brasileira está relacionada a uma visão ideológica do governo federal sobre o conflito no Oriente Médio. “Também pode ser justamente para tentar confrontar os Estados Unidos neste momento turbulento”, acrescentou.
As ações do governo brasileiro foram chamadas por Israel de “uma demonstração de profunda falha moral”. Desde o início da guerra em Gaza em 2023, a relação entre o Estado judaico e o País tem se deteriorado. Em fevereiro do ano passado, Lula afirmou que as ações do Exército israelense em Gaza era comparado ao Holocausto de judeus e foi considerado persona non grata em Israel.
O episódio provocou a retirada de Frederico Meyer, embaixador do Brasil em Israel, em maio. O cargo segue vago, e as relações diplomáticas entre os dois países correm o risco de ficarem ainda menores nos próximos meses, já que o Itamaraty segue sem consentir que o diplomata Gali Dagan assuma o cargo de embaixador de Israel em Brasília. Daniel Zonshine ocupa o cargo interinamente.
A saída da IHRA e a adesão à ação da África do Sul esta semana, no entanto, coincidem com o aumento da pressão da comunidade internacional sobre Israel, que contou com o anúncio do presidente francês Emmanuel Macron sobre o reconhecimento do Estado da Palestina e com a denúncia de organizações humanitárias sobre fome generalizada entre os palestinos.
O Itamaraty saudou na quinta-feira (24), a decisão de Macron de reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro – ato que também foi criticado por Israel.
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