CNBC

CNBC Mark Zuckerberg anuncia criação de laboratórios de superinteligência da Meta

Brasil

Brasil sedia Cúpula do Brics no Rio de Janeiro e assume protagonismo em debates globais

Publicado 30/06/2025 • 13:28 | Atualizado há 5 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, o grupo cresceu e agora reúne 11 países-membros e 10 parceiros, representando quase metade da população mundial e 39% da economia global.
  • Temas como transição energética, regulação da IA e atuação das big techs também fazem parte da agenda da cúpula. Embora o Brics não tenha poder de decisão, suas declarações servem como base para influenciar políticas internas dos países-membros.
  • Ao sediar a Cúpula do Brics, além do G20 em 2024 e da COP30 em novembro, o Brasil busca retomar o protagonismo internacional perdido nos últimos anos.

A repórteres na China

Isabela Castilho | BRICS Brasil

Dentro de uma semana, o Rio de Janeiro será o centro das atenções internacionais ao sediar a Cúpula de Líderes do Brics, grupo que reúne grandes economias emergentes. O encontro, marcado para os dias 6 e 7 de julho no Museu de Arte Moderna (MAM), marca o ponto alto da presidência rotativa do Brics em 2025, atualmente exercida pelo Brasil.

Inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, o grupo cresceu e agora reúne 11 países-membros e 10 parceiros, representando quase metade da população mundial e 39% da economia global.

Segundo o professor Feliciano de Sá Guimarães, especialista em relações internacionais da USP e diretor do CEBRI, o Brasil deve aproveitar a liderança temporária no Brics para reforçar seu protagonismo diplomático, mas sem se afastar do Ocidente.

“O Brasil jamais permitirá que o Brics se torne um bloco antiocidental. Nosso objetivo é a cooperação, não o confronto com Estados Unidos ou Europa”, afirma o especialista.

Ampliação do grupo: mais força, menos protagonismo brasileiro?

Com a entrada recente de países como Irã, Etiópia, Indonésia, Emirados Árabes e Egito, o Brics ganhou peso global, mas, na avaliação de Guimarães, isso dilui o destaque de países como o Brasil no curto prazo. No longo prazo, no entanto, o fortalecimento do grupo pode ser benéfico para todos.

Nova ordem mundial?

O Brics busca reformar – e não substituir – a atual ordem internacional, criando alternativas ao sistema dominado por instituições como o FMI, Banco Mundial e ONU. Um dos principais instrumentos desse esforço é o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), liderado pela ex-presidente Dilma Rousseff. A instituição financia projetos sustentáveis de infraestrutura entre os países do grupo.

“O NDB é o projeto mais bem-sucedido do Brics até agora”, destaca Guimarães.

Moedas nacionais em vez do dólar?

O grupo discute ampliar o uso de moedas locais no comércio bilateral — como o real, rublo, rupia, renminbi e rand — mas o Brasil adota cautela. Com 75% das reservas internacionais brasileiras lastreadas em dólar, uma “desdolarização agressiva” poderia trazer riscos econômicos.

“A ideia é aumentar gradualmente o uso de moedas nacionais, sem comprometer as reservas brasileiras”, explica.

Paz e geopolítica: desafios à vista

Com a entrada de Rússia e Irã, países envolvidos em conflitos, o Brics começa a sentir os efeitos da geopolítica. Embora o Brasil prefira focar temas como cooperação Sul-Sul, saúde, clima e desenvolvimento, questões como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e conflitos regionais inevitavelmente surgem nas discussões.

“O Brics não é o espaço ideal para tratar segurança internacional, mas esses temas acabam sendo trazidos pelos próprios membros”, alerta o especialista.

Inteligência artificial, clima e big techs

Temas como transição energética, regulação da IA e atuação das big techs também fazem parte da agenda da cúpula. Embora o Brics não tenha poder de decisão, suas declarações servem como base para influenciar políticas internas dos países-membros.

Reconstrução do prestígio internacional

Ao sediar a Cúpula do Brics, além do G20 em 2024 e da COP30 em novembro, o Brasil busca retomar o protagonismo internacional perdido nos últimos anos.

“Esses eventos recolocam o Brasil no centro das decisões globais e reforçam sua imagem como liderança confiável no Sul Global”, resume Guimarães.

Entenda o Brics

  • Membros permanentes (11): África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Índia, Indonésia, Irã e Rússia.
  • Países parceiros (10): Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
  • O grupo não é uma organização formal: não possui orçamento nem secretariado permanente.
  • Fundado em 2006, o Brics é presidido rotativamente. O Brasil será sucedido pela Índia em 2026.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Brasil