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COP30: Facções criminosas na Amazônia crescem 32% em um ano
Publicado 19/11/2025 • 19:41 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 19/11/2025 • 19:41 | Atualizado há 4 horas
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom
Floresta Amazônica
Um estudo divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), durante evento oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, revelou um avanço acelerado das facções criminosas na Amazônia Legal.
Segundo a 4ª edição do Cartografias da Violência na Amazônia, grupos organizados ligados majoritariamente ao narcotráfico já estão presentes em 344 dos 772 municípios da região, um salto de 32% em relação a 2024.
“O estudo mostra que essas facções, majoritariamente ligadas ao narcotráfico, veem na Amazônia e nos crimes ambientais novas formas de ganhar dinheiro e lavar dinheiro”, explica Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP.
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Segundo ela, qualquer estratégia climática ou ambiental no Brasil exigirá enfrentar essa intersecção entre crime organizado, territórios vulneráveis e disputas por controle local. “Se isso já era um problema apenas do crime ambiental, quando chega o narcotráfico, ganha outro contorno. Estamos em um espaço de justiça climática e transição energética, mas nenhuma dessas soluções pode ser bem pensada no Brasil sem cidadania e segurança nos territórios”, afirma.
A reportagem da Agência Brasil teve acesso a mensagens de WhatsApp que mostram que o Comando Vermelho (CV) instituiu um “informativo” para trabalhadores do garimpo ilegal em Alta Floresta, no Mato Grosso. Desde meados de outubro, garimpeiros que operam balsas e escariantes passaram a ser obrigados a pagar mensalidades à facção.
Os criminosos afirmam que “todos os trabalhos ilegais no estado de Mato Grosso são prioridade e voltados à organização”. A cobrança deve ocorrer entre os dias 1º e 8 de cada mês, com valores definidos conforme o tipo de equipamento utilizado.
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O grupo também estabelece punições severas para quem não aderir às regras impostas.
“Lembrando que aqueles que não estiverem fechando conosco serão liberados o mesmo será roubado e também será brecado de trabalhar. Se por acaso insistir será queimado sua máquina e poderá perder até mesmo a própria vida por estar batendo de frente”, diz um dos trechos.
O levantamento do FBSP identificou 17 facções ativas na região, incluindo CV, Primeiro Comando da Capital (PCC), Bonde dos 40, Bonde dos 13, Bonde dos 777 (dissidência do CV), Tropa do Castelar, Família Terror do Amapá e grupos estrangeiros como a venezuelana Tren de Aragua e a colombiana EMC.
O CV domina ou disputa território em 286 municípios da Amazônia brasileira, com forte controle das rotas fluviais conectadas à produção peruana e a cartéis colombianos. Já o PCC atua de forma direta em 90 cidades, com foco na internacionalização do tráfico via rotas aéreas clandestinas e rotas oceânicas pelo Suriname.
A região registrou 8.047 mortes violentas intencionais em 2024 — taxa 31% superior à média nacional. O Amapá foi o estado mais violento, com 45,1 mortes por 100 mil habitantes. O Maranhão teve o único aumento de homicídios entre 2023 e 2024, impulsionado por disputas entre facções.
Cidades pequenas também registram explosões de violência. Em Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), por exemplo, os assassinatos saltaram de 12 em 2022 para 42 em 2024. A cidade é estratégica por sua proximidade com a Bolívia e pelo avanço do garimpo na Terra Indígena Sararé. “A situação em Sararé é muito impressionante. O Comando Vermelho chegou e passou a controlar toda a cadeia da extração de minério”, relata Samira.
A Amazônia Legal registrou 586 mulheres assassinadas em 2024, com taxa 21,8% acima da média nacional. Mato Grosso foi o estado mais letal para mulheres (5,3 por 100 mil), e o Maranhão foi o único a registrar crescimento nos indicadores (19,8%).
“Olhando para essa mulher na Amazônia, que vive em territórios mais afastados dos centros urbanos e fica mais vulnerável, a gente precisa ser capaz de oferecer políticas de acolhimento, de empoderamento econômico e de enfrentamento à violência que dialoguem com a realidade dela”, afirma Samira.
Ela reforça a necessidade de estratégias específicas para cada território: “O que a gente tem hoje no Brasil em modelos de tratamento de violência doméstica? Como você lida com violência doméstica em uma aldeia indígena? Como lida com violência doméstica em um município de fronteira, em que você não tem nenhum equipamento estatal especializado? Temos esse desafio de olhar para as especificidades”.
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