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COP30 tem início no Brasil — e a ausência de Trump paira sobre a cúpula climática
Publicado 10/11/2025 • 07:16 | Atualizado há 2 horas
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KEY POINTS
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Fachada da COP30
As negociações climáticas da ONU começam nesta segunda-feira no Brasil, reunindo delegações de quase todos os países nos arredores da Amazônia para discutir como enfrentar a crise climática.
A ausência mais notável será a da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Casa Branca confirmou que não pretende enviar representantes de alto escalão à cúpula, marcando uma ausência inédita de autoridades norte-americanas no encontro.
Cerca de 50 mil delegados devem participar da 30ª edição da conferência do clima da ONU, a COP30, com negociações previstas até 21 de novembro.
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Anna Aberg, pesquisadora do Environment and Society Centre do think tank britânico Chatham House, disse que a ausência do governo Trump tende a ser positiva para a comunidade internacional.
“É claro que é muito lamentável que a administração Trump tenha retirado os EUA do Acordo de Paris pela segunda vez… e que esteja promovendo uma agenda fortemente anticlimática tanto dentro do país quanto, cada vez mais, no exterior”, afirmou Aberg à CNBC por telefone.
“Diante disso, acho até melhor que não enviem autoridades seniores para a COP, para ser sincera, porque não sei o que poderiam contribuir, considerando a forma como Trump fala sobre mudanças climáticas.” As posições do presidente dos EUA sobre a crise climática são amplamente conhecidas.
Trump descreveu repetidamente o aquecimento global como uma “farsa” e, ao discursar na Assembleia Geral da ONU no fim de setembro, afirmou que as mudanças climáticas eram “o maior golpe já perpetrado contra o mundo”.
O presidente também instou outros países a se afastarem das energias renováveis. “Se vocês não fugirem da farsa da energia verde, seus países vão fracassar”, disse Trump em 23 de setembro.
O presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também devem faltar ao encontro, embora ambos os países devam enviar delegações.
A conferência anual da ONU é vista como uma oportunidade crucial para que a comunidade internacional avance da definição de metas de descarbonização para sua implementação.
Entre os principais temas em pauta estão: avanço nos compromissos climáticos nacionais (NDCs), transformação do sistema financeiro global, ampliação das medidas de adaptação e ações para proteger a natureza.
A conferência ocorre em um momento em que os impactos das mudanças climáticas se tornam cada vez mais evidentes, mesmo enquanto o tema perde espaço na agenda geopolítica imediata. Ao falar com líderes mundiais que se preparam para a COP30, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ações urgentes para reduzir o aquecimento e manter a meta de 1,5 °C ao alcance.
“Cada fração de grau significa mais fome, deslocamento e perdas — especialmente para aqueles menos responsáveis. Pode empurrar ecossistemas para pontos de não retorno, expor bilhões a condições inabitáveis e ampliar ameaças à paz e à segurança”, afirmou Guterres na quinta-feira em Belém.
Falhar em limitar o aquecimento global equivaleria a “falha moral e negligência mortal”, acrescentou.
Um dos pontos mais importantes da COP30, segundo Aberg, é que a comunidade internacional consiga dar novo impulso aos esforços globais contra a crise climática.
“Estamos em um ambiente geopolítico muito complicado, sobretudo pela retirada dos EUA, e há muitas coisas que esta COP precisa alcançar”, disse. “Mas acredito que o mais importante é enviar um sinal ao resto do mundo de que ainda existem governos, empresas e instituições que querem agir e já estão agindo contra as mudanças climáticas.”
Aberg afirmou que, embora as negociações da ONU sejam “muito importantes” para orientar o debate sobre como enfrentar a crise climática, o resultado provavelmente será aquém do esperado.
Líderes empresariais pediram que formuladores de políticas ofereçam mais incentivos para acelerar a ação climática.
Anders Danielsson, CEO da construtora sueca Skanska, disse que a empresa está confiante em cumprir suas metas climáticas, mas reconheceu que “não podemos fazer isso sozinhos”.
Em entrevista ao programa “Europe Early Edition”, da CNBC, na quinta-feira, Danielsson afirmou: “Precisamos de vontade política para levar isso adiante.”
Tobias Meyer, CEO do grupo de logística DHL, disse “acreditar firmemente” que um preço global para as emissões de carbono seria o melhor incentivo para conter o aumento dos gases de efeito estufa.
“Precisamos fazer o trabalho”, disse Meyer à CNBC. “Precisamos de um preço para as emissões de CO₂ que seja estabelecido globalmente. Essa é a melhor ferramenta. Acredito fortemente nisso. E então as empresas precisam reagir aos sinais de preço e usar as tecnologias disponíveis para reduzir as emissões.”
Já Henrik Andersen, CEO da fabricante dinamarquesa de turbinas eólicas Vestas, pediu que líderes do setor de renováveis continuem se posicionando na transição para tecnologias de baixo carbono.
“Não é só sobre a COP”, afirmou Andersen ao programa “Squawk Box Europe”, da CNBC, na quarta-feira. “Quando a COP se torna um exercício teórico para calcular o que significa manter viva a meta de 1,5 grau e isso já não é mais possível, então talvez se reinventar seja o melhor conselho que posso dar.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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