Copom encerra 2024 com expectativa de alta nos juros e mercado em alerta
Publicado 09/12/2024 • 21:02 | Atualizado há 5 meses
Disney anuncia parque temático e resort em Abu Dhabi
Disney supera estimativas com avanço inesperado no streaming
Divisão de TV cabo e digital da Comcast será chamada de Versant
Ações da Novo Nordisk sobem após empresa prever queda nas vendas de versões genéricas do Wegovy
Por que os mercados indianos não se intimidam com os ataques contra o Paquistão
Publicado 09/12/2024 • 21:02 | Atualizado há 5 meses
KEY POINTS
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (10) sua última reunião de 2024, com a expectativa de aumentar a taxa Selic.
Projeções do mercado refletidas no Boletim Focus indicam que deve haver um aumento de 0,75 ponto percentual, o que levaria a taxa básica de juros a 12% ao ano.
O encontro acontece em meio à escalada do dólar, preocupações com a inflação e incertezas fiscais, que têm pressionado o mercado financeiro.
Após dois meses de estabilidade na Selic, as expectativas de alta se intensificaram com a deterioração das expectativas inflacionárias e a percepção de que a economia está aquecida. Dados apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu mais do que o esperado, enquanto a taxa de desemprego atingiu mínimas históricas.
Esses fatores, somados à fragilidade percebida na política fiscal, criaram um cenário em que o Banco Central deve agir para ancorar expectativas.
O economista Gesner Oliveira, da FGV e sócio da GO Associados, reforçou, em entrevista ao Times Brasil, que a combinação de inflação em alta, crescimento econômico e descontrole fiscal pressiona o Banco Central a uma postura mais rígida. Para ele, a elevação de 0,75 ponto é razoável, mas o avanço para 13% dependerá de medidas concretas do governo para conter gastos públicos e reequilibrar as contas.
O câmbio também segue no centro das preocupações. O dólar atingiu R$ 6,08 nesta segunda-feira (9), maior valor nominal já registrado. Essa desvalorização do real amplia os custos de importação e pressiona os preços domésticos, impactando diretamente o IPCA. A inflação oficial deve fechar o ano em 4,84%, segundo o Boletim Focus.
O professor Aldamir Marquetti, da PUC-RS, afirma que “a volatilidade cambial adiciona um componente crítico ao cenário inflacionário, especialmente em um período de alta demanda sazonal, como o fim do ano”. Ele sugere que o Banco Central pode ter que recorrer a medidas adicionais para conter as pressões sobre os preços.
Apesar da urgência no Congresso para a tramitação de medidas fiscais, como a revisão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o mercado ainda questiona a eficácia do pacote apresentado pelo Executivo.
Os gastos com o BPC somaram R$ 110 bilhões nos últimos 12 meses, um crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior, reforçando as preocupações sobre a trajetória da dívida pública.
Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management, avaliou que o Banco Central foi forçado a endurecer a política monetária diante da percepção de expansão fiscal contínua. “O mercado espera que o Congresso ofereça um mínimo de previsibilidade, mas, sem cortes efetivos, o cenário fiscal continuará pressionando as expectativas econômicas”, afirmou.
Instituições financeiras revisaram suas projeções para a Selic, prevendo um aperto monetário prolongado. O Deutsche Bank projeta uma elevação de 100 pontos-base nesta reunião, enquanto o C6 Bank estima uma taxa terminal de 13,75% em 2025. Outras instituições, como o Itaú Asset, projetam a Selic em 15% ao ano, caso a inflação não seja controlada.
Para Gesner Oliveira, uma reforma administrativa poderia melhorar significativamente as expectativas de longo prazo. “Sem cortes estruturais nos gastos, o país terá dificuldade em reverter o quadro fiscal, o que prolongará o ciclo de juros altos”, afirmou.
Mais lidas
Por que os mercados indianos não se intimidam com os ataques contra o Paquistão
Valores de exportações e importações foram recorde para abril na série histórica, diz MDIC
Disney anuncia parque temático e resort em Abu Dhabi
Maioria dos brasileiros considera redes sociais inseguras para adolescentes, aponta pesquisa Ipsos-Ipec
Vibra tem lucro líquido de R$ 601 milhões no primeiro trimestre de 2025, queda anual de 23,8%