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Brasil

Bradesco BBI e ex-Camargo Corrêa entram em disputa por ações da CCR

Publicado 14/01/2025 • 16:49

Henrique Almeida, do Times Brasil

KEY POINTS

  • O banco reivindica ações da CCR como pagamento de uma dívida não quitada pelo Grupo Mover, ex-Camargo Corrêa.
  • Diante do não pagamento da dívida, o Bradesco BBI busca agora consolidar a propriedade fiduciária dessas ações, ou seja, quer tomar posse delas para saldar a dívida.
  • O banco notificou a CCR e também os demais acionistas da empresa, informando que, caso seja necessário, venderá as ações para eles.
Disputa entre Bradesco BBI e Grupo Mover envolve ações da CCR no valor de R$ 3 bilhões

A CCR S.A. é uma empresa de infraestrutura

Foto: Divulgação/Grupo CCR

O Bradesco BBI está envolvido em uma disputa judicial com o Grupo Mover (ex-Camargo Corrêa) por ações da CCR, uma das maiores operadoras de infraestrutura do Brasil –é a empresa que tem as concessões do RodoAnel e da Anhanguera-Bandeirantes, por exemplo.

O banco reivindica cerca de R$ 3 bilhões em ações da CCR como pagamento de uma dívida não quitada pelo Grupo Mover.

As informações foram publicadas pelo UOL e depois confirmadas pelo Times Brasil –Licenciado Exclusivo CNBC.

O que está acontecendo?

O Bradesco BBI, braço de investimentos do Bradesco, afirma que o Grupo Mover, que está em recuperação judicial desde dezembro de 2024, não fez os pagamentos de um empréstimo.

Como garantia para esse empréstimo, o Grupo Mover havia oferecido 282 milhões de ações da CCR, que, no valor atual de mercado, equivalem a cerca de R$ 3 bilhões.

Diante do não pagamento da dívida, o Bradesco BBI busca agora consolidar a propriedade fiduciária dessas ações, ou seja, quer tomar posse delas para saldar a dívida. O banco já notificou a CCR e também os demais acionistas da empresa, informando que, caso seja necessário, venderá as ações para eles.

Ao Brazil Journal, um executivo do banco que pediu para não ser identificado disse que o Grupo Mover “só está procurando briga”.

O que diz Grupo Mover

O Grupo Mover respondeu dizendo que o Bradesco BBI não tem autoridade para transferir as ações e que a dívida deve ser tratada dentro do processo de recuperação judicial do grupo.

Os argumentos que o Mover apresentou contra o Bradesco BBI são os seguintes:

  • Falta de procuração válida: o Grupo Mover alegou que o Bradesco BBI não teria procuração válida para agir em nome do grupo e consolidar a posse das ações da CCR.
  • Autorização dos órgãos reguladores: o grupo afirmou que o Bradesco BBI não obteve as permissões regulatórias necessárias para realizar a transferência dessas ações.
  • Quebra do acordo de acionistas: o acordo de acionistas da CCR estabelece regras sobre de que forma as ações podem ser transferidas. O Grupo Mover argumenta que o Bradesco BBI não seguiu esses procedimentos, e isso impediria a transferência das ações.
  • Crédito em recuperação judicial: a maior questão é relativa ao fato de que o Grupo Mover está em recuperação judicial, ou seja, está buscando uma forma de pagar suas dívidas de forma organizada e dentro dos termos legais. O grupo argumenta que a dívida com o Bradesco BBI não pode ser cobrada fora desse processo.

E a CCR?

A CCR divulgou um fato relevante sobre uma notificação recebida do Bradesco BBI, que está buscando assumir o controle de ações da empresa.

No texto do fato relevante, a CCR descreve os argumentos do Grupo Mover –as mesmas listadas acima.

A CCR informou que continuará atualizando o mercado sobre novos desdobramentos do caso.


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