Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Proposta de taxar remessas de dividendos ao exterior pode causar perdas de R$ 6,8 bi no PIB em dez anos, aponta estudo
Publicado 27/08/2025 • 08:00 | Atualizado há 2 meses
EXCLUSIVO CNBC: CEOs da Oracle falam sobre responsabilidade da IA no mercado bilionário de serviços de nuvem
Montadoras são acusadas de fraudar testes de emissões de diesel em processos no Reino Unido
Pesquisa aponta que maioria dos americanos deixaria o emprego se voltasse ao presencial
Salesforce adiciona chamada de voz a software de atendimento ao cliente Agentforce AI
Citi prepara serviço de custódia de criptoativos em 2026, enquanto Wall Street mergulha mais fundo em ativos digitais
Publicado 27/08/2025 • 08:00 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Monitor do PIB aponta alta de 1,3% em março ante fevereiro, revela FGV.
Unsplash.
O Projeto de Lei 1087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), caminha para ser aprovado pela Câmara dos Deputados. O texto isenta totalmente quem ganha até R$ 5 mil por mês e, no parecer aprovado pela Comissão Especial, estende a faixa para R$ 7.350.
A proposta também cria um imposto mínimo para altas rendas, com alíquota de até 10% sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais ou R$ 600 mil anuais, além de prever a mesma tributação para valores remetidos ao exterior. O objetivo, segundo o governo, é aliviar a carga sobre trabalhadores de baixa renda e aumentar a contribuição dos mais ricos.
Em estudo elaborado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) e pela Câmara de Comércio Brasil-Reino Unido (Britcham), o professor Edson Paulo Domingues, da UFMG, projeta efeitos negativos de longo prazo na economia brasileira caso avance a proposta de taxaçãor em 10% os lucros e dividendos remetidos ao exterior.
Segundo o levantamento, a medida, associada às mudanças no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), pode causar perdas de longo prazo na economia brasileira. De acordo com o modelo, o impacto acumulado em dez anos representaria uma perda de R$ 6,8 bilhões no PIB até 2035.
Para efeito comparativo, o valor acumulado que seria perdido até 2035 representa 0,06% do PIB brasileiro de 2024.
Segundo o governo, a estimativa de arrecadação com a cobrança seria de R$ 8,9 bilhões por ano.
Em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Fábio Caldas, presidente da Câmara Britânica, afirmou que os dados indicam que o Brasil perderá “muita competitividade” e “investimento”. Ele ressaltou que as entidades não criticam o projeto de lei em si, mas a cláusula terceira.
O estudo calcula ainda uma queda de R$ 4,3 bilhões nos investimentos, R$ 2,8 bilhões nas exportações e R$ 2 bilhões no consumo das famílias. O saldo no mercado de trabalho seria de 34,5 mil empregos a menos. “Os resultados estimaram que, para cada R$ 1 milhão de oneração dos dividendos, cerca de quatro postos de trabalho deixam de ser gerados.”
As justificativas para essas perdas estão diretamente ligadas à redução da atratividade do Brasil ao capital estrangeiro.
Segundo o pesquisador, a tributação encarece o custo de capital, desestimula novos aportes e impacta cadeias exportadoras, principalmente na indústria de transformação, construção civil e indústria extrativa.
“Os resultados demonstram que a nova tributação reduziria a competitividade do Brasil na atração de investimento produtivo estrangeiro, afetaria setores estratégicos e teria impactos adversos sobre o crescimento econômico, o emprego e o comércio exterior, sem garantir ganhos proporcionais à arrecadação prevista”, diz o documento.
O estudo também aponta que, com menos investimentos, há queda na competitividade externa e retração nas exportações. Essa perda de dinamismo se reflete no consumo das famílias, já que menor renda disponível resulta em redução de gastos e menos empregos criados.
Outro fator é o desalinhamento com a política internacional: países emergentes que disputam investimentos com o Brasil têm adotado medidas de incentivo, enquanto a tributação proposta aumenta a carga tributária no país. Isso, segundo o levantamento, diminui a capacidade brasileira de atrair projetos de longo prazo em áreas como infraestrutura, inovação e transição energética.
Além disso, o relatório destacou a baixa eficiência arrecadatória da medida: para cada R$ 1 arrecadado, a economia perde R$ 0,70 em PIB. “O ganho fiscal esperado pode vir acompanhado de custos altos para crescimento, competitividade e emprego”, resume o documento.
Para a Amcham e a Britcham, os efeitos negativos superam o ganho imediato em arrecadação, comprometendo a atratividade do Brasil como destino de investimentos.
O estudo utilizou um Modelo de Equilíbrio Geral Computável (EGC), ferramenta considerada mais adequada para avaliar mudanças tributárias complexas. Trata-se de um modelo dinâmico que representa a economia brasileira com base em equações linearizadas e dados de insumo-produto.
A versão aplicada, desenvolvida pelo professor Edson Paulo Domingues (UFMG), foi calibrada com informações de 2021, contemplando 125 produtos e 66 setores, além de fatores como consumo das famílias, exportações, investimentos e atuação do governo. A partir desse retrato, o modelo projetou a trajetória econômica até 2035 e simulou um cenário alternativo com a tributação de 10% sobre lucros e dividendos remetidos ao exterior.
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
XP avalia criação de fundo para investidores afetados por COE da Ambipar
Maior fábrica de celulose do mundo é erguida no Brasil com investimento de US$ 4,6 bilhões
Arauco: Maior fábrica de celulose do mundo criará vagas de emprego que superam o número de habitantes da cidade sede em MS
Cinco lições deixadas pela crise dos COEs da Ambipar e da Braskem
Aluguel de apartamento de 1 quarto em São Paulo ultrapassa R$ 85 por metro quadrado