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Economia Brasileira

Black Friday 2024: empresas de delivery e fast food ficam entre líderes de reclamações

Publicado 02/12/2024 • 09:27

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A Black Friday 2024 teve as empresas de delivery e fast food entre as líderes de reclamações de atrasos e cancelamentos, segundo a Reclame AQUI.
  • Durante o fim de semana de Black Friday, o e-commerce brasileiro movimentou R$ 8 bilhões, um crescimento de 11% em relação a 2023.
  • Apesar da redução de 14,5% nas tentativas de fraude (23 mil casos), o ticket médio dos golpes subiu 15%, alcançando R$ 1.592,89.

Considerada uma das datas mais importantes do varejo brasileiro, a Black Friday 2024, ocorrida na última sexta-feira (29), teve as empresas de delivery e fast food entre as líderes de reclamações de atrasos e cancelamentos, segundo a Reclame AQUI, plataforma de pesquisa onde são registradas queixas dos consumidores e funciona como uma referência de confiabilidade das marcas e lojas.

“Tiveram atrasos de entrega, entregas canceladas, não conseguiram cumprir o combinado, e aí o consumidor começou a reclamar”, disse Felipe Paniago, cofundador e CMO da companhia, que também recomendou atenção por parte dos consumidores para os dias que sucedem a data.

“Segue a dica agora, desse pós-Black Friday para você que comprou durante a data. Você que fez aquela compra, seja online, seja loja física: aconteceu algum problema, não deixe de reclamar, não deixe de exigir seus direitos. Se você fez uma boa pesquisa antes, escolheu uma empresa boa para comprar, você vai conseguir resolver seu problema numa maneira fácil e rápida e vai ficar satisfeito depois com seu produto em casa ou pelo menos com seu problema resolvido”, acrescentou.

Black Friday 2024: e-commerce cresce 11% em um ano

Durante o fim de semana da Black Friday, o e-commerce brasileiro movimentou R$ 8 bilhões, um crescimento de 11% em relação a 2023, com um ticket médio de R$ 555,17. Segundo dados da plataforma Hora a Hora, da Confi.Neotrust, foram realizados mais de 14,4 milhões de pedidos, um aumento de 12% comparado ao ano anterior.

Apesar da redução de 14,5% nas tentativas de fraude (23 mil casos), o ticket médio dos golpes subiu 15%, alcançando R$ 1.592,89. Entre os produtos mais vendidos estão:

  • Eletrodomésticos (16,6%);
  • Eletrônicos (11,6%);
  • Telefonia (9,9%);
  • Moda e acessórios (7,2%);
  • Ar e ventilação (6,5%).

“As categorias de eletro geralmente tem representatividade maior em virtude do próprio ticket médio desses produtos, e o consumidor está mais acostumado a comprar itens de eletro. Uma das coisas que é destaque esse ano é que há a participação de outras categorias que não têm um ticket médio tão elevado, como beleza e perfumaria”, disse Juliana Lorenzetti, diretora de Growth na Confi, em entrevista ao Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

No e-commerce, os meios de pagamento mais utilizados foram o cartão de crédito (62,5%), seguido por PIX (25,5%), boleto bancário (7,9%) e outros (4,1%), que incluem e-wallets, cashback, débito e vales.

Especialistas apontam que a Black Friday deste ano reflete um varejo digital mais amadurecido, com melhorias logísticas e estratégias de marketing, mas ainda com grande potencial de crescimento no Brasil, onde o e-commerce representa apenas 10% do varejo total.

Black Friday e Natal: como fica o perfil de consumo?

Léo Bicalho, Gerente de Soluções e Indústria na Confi, classificou a Black Friday deste ano como ‘exclusivamente desafiadora’, e que ela pode ter levado os consumidores a anteciparem as compras de Natal.

“No ano passado, a Black tinha sido no dia 24 de novembro. Esse ano foi dia 29, cinco dias a menos próximo ao Natal. Para o varejo em si, foi mais desafiador, porque o Natal é um período de compras mais por impulso, não é só aquela compra planejada. Um período menor pode desafiar um pouco e a gente ter visto talvez um movimento de antecipação de compras de Natal”.

Perfil do consumidor na Black Friday 2024

Em relação ao perfil do consumidor, o público feminino foi responsável pela maioria das transações no período (50,8%), seguido por homens (49,2%).

Quanto à faixa etária, a plataforma indica que a maior parte das compras teve o seguinte perfil:

  • Pessoas entre 36 e 50 anos (41,2%);
  • Consumidores de 26 a 35 anos (31,3%);
  • Acima de 51 anos (18,1%);
  • Até 25 anos (9,4%).

“Após uma Black Friday 2023 marcada por retração, o cenário do varejo digital brasileiro passou por uma transformação significativa. Os grandes players se consolidaram e profissionalizaram, elevando o nível da experiência de compra, com melhorias na eficiência logística e estratégias de marketing mais agressivas”, diz Lorenzetti.

Juliana lembra que atualmente, o e-commerce representa cerca de 10% do varejo nacional, um percentual ainda distante dos 16% observados no mercado norte-americano, evidenciando um vasto potencial de crescimento para os próximos anos.

“A gente percebe que o consumidor fica mais aberto em comprar no período da Black Friday. Se eu quero trocar um item, eu não faço isso em outubro. Eu espero a promoção da Black Friday para avaliar o máximo de desconto que eu consigo”, diz a diretora de Growth na Confi.

Reclamações durante a Black Friday

“Por incrível que pareça, a maioria das reclamações que começaram a aparecer logo na sexta-feira foram de atraso na entrega”, diz Paniago. Ele ressalta que no Brasil as promoções começam antes, durante todo o mês de novembro.

Ainda são grandes as reclamações de preços alterados antes do período de promoção, o famoso “metade do dobro”, como ficaram conhecidas as falsas ofertas.

Lojas físicas

Segundo levantamento da Linx, vendas nas lojas físicas crescem 20% em faturamento. Já na semana da Black Friday, entre os dias 25 a 29 de novembro, as vendas subiram 23%.

Black Friday 2025: o que esperar?

Léo explica que o e-commerce veio de um ano de 2023 muito desafiador. Segundo ele, a Black Friday do ano passado teve uma estabilidade comparada a 2022, e 2024 se mostra um ano de recuperação.

“No acumulado do ano, a gente já vê um crescimento na casa de 13%, 14%. Para 2025, a base de 2024 vai ser desafiadora, para continuar mantendo crescimentos desse nível, mas é um ano de continuar tendo essa consolidação do e-commerce como um dos canais mais relevantes de venda para o consumidor”, afirma.

“O espaço de crescimento dos canais online é gigante, sem falar que nós temos cada vez mais uma geração nativa do digital se tornando mais economicamente ativa. O consumidor não quer mais saber se ele vai comprar no mundo físico ou online, ele quer acessar seu produto, ter isso com preço justo com a melhor condição e de uma forma rápida em mãos”, diz Juliana.

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