Carnes e ovos já mostram arrefecimento, o que não significa queda de preço, diz diretor do BC
Publicado 01/04/2025 • 08:28 | Atualizado há 1 dia
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Publicado 01/04/2025 • 08:28 | Atualizado há 1 dia
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Antônio Cruz/Agência Brasil
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse, na segunda-feira (31), que carne e ovos já mostraram um arrefecimento, o que não significa necessariamente uma queda de preço.
“Alimentação no domicílio com variação elevada, mas teve alguma moderação, destaque aí para café e ovos, que eu acho que estão no holofote com essa alta recente”, disse.
“Carnes, óleo de soja, leite e arroz no quarto trimestre tiveram um aumento muito grande e, agora, algum arrefecimento”, ressaltou.
“De novo, arrefecimento não necessariamente é queda de preço, é queda de inflação. Inflação é a variação de preço. Então, o preço pode se manter elevado e você não vai ver inflação”, acrescentou durante o Ciclo de Palestras, organizado pela Faculdade ESEG, para tratar de conjuntura econômica, em São Paulo.
Guillen reiterou que a moderação de crescimento é um cenário básico que começa a se delinear. Ele repetiu ainda que o Banco Central manteve a hipótese de juro real neutro em 5% no último Relatório de Política Monetária (RPM).
Ele voltou a afirmar que o hiato do produto deve se tornar negativo no horizonte de 18 meses. “Hiato do produto, no primeiro trimestre de 2025 estimado em 0,6%, ou seja, um hiato positivo (…) Então é um hiato positivo e um hiato que sai de positivo e vai para negativo em 18 meses, para -0,8%, ou seja, tem uma desaceleração de crescimento indicando que o hiato, que hoje está positivo, vai se reduzindo e fica negativo daqui a 18 meses”, afirmou.
O diretor de Política Econômica do Banco Central disse há pouco que ainda há muitas dúvidas sobre o dinamismo do mercado de trabalho no Brasil, em meio aos efeitos da pandemia e da reforma trabalhista, por exemplo.
“Ao longo de 2023, a gente via um mercado de trabalho com taxa de desemprego caindo, mas a gente não sabia onde era a Nairu. Ou seja, qual é a taxa de desemprego que não leva a um aumento da inflação? Será que é a mesma do pré-pandemia? Será que é outra por causa da reforma trabalhista? Tem muita incerteza em torno desse tema”, disse.
Ele comentou que parte do trabalho do Banco Central foi, inclusive, observar o desempenho dos salários que, segundo ele, podem ser um indicador defasado das pressões. “Porque primeiro vai no volume, depois vai no preço, depois vai no salário, mas eles refletem a pressão. Qual é o poder de barganha dos trabalhadores e, consequentemente, o aumento de salários”, disse.
Guillen também repetiu que o Banco Central revisou sua projeção de crescimento este ano de 2,1% para 1,9%, no Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado na semana passada.
O diretor de Política Econômica do Banco Central disse que a defasagem temporal da política monetária justifica a alta de menor magnitude na taxa Selic sinalizada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O ciclo de alta, no entanto, permanecerá em meio à resiliência na inflação e ao dinamismo da economia.
“Um dos grandes temas da última reunião do Copom foi a sinalização sobre o que a gente vai fazer, que a gente indicou aí um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, isso confirmando o cenário esperado”, disse.
“E aí eu acho que o ciclo deve continuar, porque você tem um cenário adverso de inflação, por tudo que eu falei, expectativa desancorada, resiliência de crescimento, projeções, mercado de trabalho, tudo isso levando a um cenário adverso e exigindo o ciclo. Por que menor magnitude? A menor magnitude tem as defasagens inerentes ao ciclo.”
Somado às defasagens ligadas à política monetária, Guillen cita ainda o cenário de incerteza como fator que leva a uma menor magnitude no ajuste. “Então são dois componentes levando a essa indicação de menor magnitude. A primeira já é a própria defasagem, já sugeriria uma menor magnitude, além disso você tem outro componente que é a incerteza. Eu vejo como dois degraus aqui para menor magnitude”, resumiu.
Ele citou ainda a incerteza em relação a quanto será essa menor magnitude. “A gente deixa em aberto justamente por causa da incerteza, não querendo dar um sinal preciso sobre a próxima reunião. Então a incerteza permeia muito do debate de política monetária sobre sinalização e sobre construção do cenário”, reforçou.
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