BREAKING NEWS:

Trump cria reserva estratégica de bitcoins nos EUA

CNBC Os obstáculos no plano de US$ 53 bilhões do Egito para reconstruir Gaza e instalar o controle da Autoridade Palestina

Economia Brasileira

Ibovespa B3 engata segundo ganho consecutivo com setor metálico

Publicado 06/03/2025 • 19:22 | Atualizado há 3 horas

Estadão Conteúdo

KEY POINTS

  • Com a Petrobras ainda em queda apesar da estabilização do petróleo na sessão, o Ibovespa B3 teve leve avanço pelo segundo dia consecutivo.
  • O Congresso articula a votação de projeto de lei em resposta às ameaças de taxação de produtos brasileiros pelo governo americano.
  • Após trocas de sinal e oscilações contidas ao longo do dia, o dólar encerrou o pregão desta quinta-feira (6) em alta de 0,06%, a R$ 5,7597.

Com a Petrobras (ON -0,75%, PN -1,04%) ainda em queda apesar da estabilização do petróleo na sessão, o Ibovespa B3 teve leve avanço pelo segundo dia consecutivo, e chegou a hesitar em direção ao fechamento, acima da estabilidade (+0,25%), aos 123.357,55 pontos, com giro a R$ 21,7 bilhões. O dia foi misto para os grandes bancos, e de ganho firme para Vale ON (+1,10%), a principal ação do índice, assim como para outros nomes do setor metálico, como Gerdau (PN +1,20%). Entre a mínima e a máxima, o Ibovespa B3 oscilou dos 122.680,93 pontos aos 124.111,92 pontos, saindo de abertura aos 123.047,53. Na semana e no mês, sobe 0,45% e, no ano, avança 2,56%.

Vindo de quatro sessões de correção, os preços do petróleo obtiveram leve alta nesta quinta-feira em Nova York e Londres, após a China prometer mais estímulos à economia – o que favoreceu as cotações do minério de ferro em Cingapura, mas não em Dalian, no fechamento do dia. A recuperação de preços das commodities, no plano mais amplo, é restringida pelo protecionismo comercial ensaiado pelos EUA.

No exterior, especialmente em Nova York, prevaleceu nesta quinta-feira a preocupação com a desaceleração da atividade econômica dos EUA, refletida nos dados divulgados ao longo da semana, observa Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. “Houve uma reversão na previsão do PIB americano pelo Fed de Atlanta: a nova estimativa aponta contração de 1,5%, contrastando com alta de 2,3% projetada há poucas semanas”, diz.

Ele acrescenta que as fracas leituras nas pesquisas de confiança do consumidor nos EUA, somadas à baixa criação de vagas no setor privado (relatório ADP) divulgada ontem, contribuem para fomentar temores quanto a um possível cenário de recessão na maior economia do mundo – uma questão que o mercado já havia considerado “superada”, ressalta Shahini.

“Apesar das incertezas domésticas e globais, o Ibovespa B3 conseguiu se descolar do contexto externo, hoje bastante tenso nos Estados Unidos com os receios em torno de guerra comercial e, também, de recessão – uma combinação que afeta o humor dos investidores”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. Em Nova York, as perdas ficaram entre 0,99% (Dow Jones) e 2,61% (Nasdaq). Na ponta ganhadora do Ibovespa B3 na sessão, Natura (+5,83%), CPFL (+5,03%), Automob (+4,17%) e CSN Mineração (+3,59%). No lado oposto, Marcopolo (-8,60%), Pão de Açúcar (-2,80%), Marfrig (-2,74%) e Brava (-2,66%).

“Pregão sem grandes novidades, meio no zero a zero no Brasil, apesar do receio que se viu lá fora. Mercado já digeriu a modificação na coordenação política do governo, mas a questão fiscal permanece no foco doméstico. Momento é de alguma cautela no mundo, com busca por ações de valor, pagadoras de dividendos, em detrimento das chamadas ações de crescimento”, resume Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, referindo-se ao ajuste maior observado em NY no Nasdaq em relação ao tradicional Dow Jones, que concentra ações da economia tradicional.

O Congresso articula a votação de projeto de lei em resposta às ameaças de taxação de produtos brasileiros pelo governo americano, de acordo com o Broadcast Político. A proposta está na Comissão de Meio Ambiente do Senado e há expectativa de que seja discutida nas próximas semanas.

O governo tem adotado estratégia de não responder diretamente às idas e vindas de Donald Trump em relação ao uso da arma tarifária para a extração de ganho bilateral. Embora tenha priorizado alvos entre os maiores parceiros em corrente comercial, como Canadá, México e China, de quando em quando o presidente americano tem feito referências ao Brasil – apesar de os EUA terem superávit com o País.

Nesta tarde, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que discute a possibilidade de adiar uma segunda onda de tarifas retaliatórias a iniciativas dos EUA. Ele frisou que o objetivo continua a ser a remoção de todas as tarifas. Ontem, Trump havia dito a Trudeau que os esforços do Canadá para interromper o fluxo de fentanil para os Estados Unidos “não eram bons o suficiente” – em referência à associação de um objetivo sanitário, de saúde pública, à agenda de comércio exterior, sinalizada como meta de governo mesmo antes da posse de Trump, em 20 de janeiro.

Leve alta do dólar

Após trocas de sinal e oscilações contidas ao longo do dia, o dólar encerrou o pregão desta quinta-feira (6) em alta de 0,06%, a R$ 5,7597, na contramão do sinal predominante de queda da moeda americana no exterior. Operadores atribuíram a falta de fôlego do real a ajustes técnicos e à recomposição de posições defensivas no segmento futuro, após o dólar ter recuado 2,71% ontem.

No início da tarde, a divisa chegou a esboçar um movimento mais forte de alta, ultrapassando pontualmente o nível de R$ 5,78, em meio à informação do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar ainda hoje medidas para conter a alta dos alimentos. Sob a coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin, ministros estão reunidos com representantes do setor de alimentos para tratar do tema.

Analistas observam que há temores de que o governo adote ações heterodoxas para tentar segurar a inflação e estimular o consumo, em uma tentativa de recuperar a popularidade. Isso tenderia a se traduzir em aumento de prêmios de risco e, por tabela, limitar o espaço para apreciação do real, mesmo em um ambiente de fraqueza externa do dólar.

O head da tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, observa que ainda há muita incerteza em relação à extensão das políticas protecionistas americanas, dado o vaivém de anúncios e adiamentos promovido pelo presidente Donald Trump.

“Ainda é preciso esperar isso tudo se assentar. Mas a perspectiva atual é de que as tarifas vão provocar uma desaceleração da atividade nos Estados Unidos. O ‘trade’ deixou de ser ficar comprado em dólar. Agora a aposta é na valorização de outras moedas”, afirma Weigt, ressaltando que algumas divisas emergentes, como o peso chileno, também se beneficiaram da expectativa de estímulos à economia chinesa.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY voltou a recuar e operou abaixo da linha dos 104,000 nas mínimas da sessão. Com valorização de quase 4% em relação ao dólar na semana, o euro hoje teve ganhos modestos.

Como esperado, o Banco Central Europeu (BCE) cortou duas taxas de juros em 25 pontos-base. Nos últimos dias, analistas afirmam que a expectativa de mais gastos em defesa na Europa tende a resultar em pressões inflacionárias e limitar o espaço para mais afrouxamento monetário.

O diretor de Pesquisa Econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, observa que a leitura dos investidores é que as medidas anunciadas por Trump, se efetivadas, podem levar os EUA a ter inflação mais alta e atividade mais fraca já neste primeiro semestre.

“Por isso, o mercado passou a atribuir maior probabilidade de o Federal cortar a taxa de juros a fim de evitar recessão, o que acarreta desvalorização do dólar”, afirma Oliveira. “O aumento da incerteza global recomenda cautela, principalmente com o crescente risco de recessão nos EUA associada ao aumento da inflação.”

Depois de suspender tarifas sobre automóveis produzidos no México e no Canadá, Trump anunciou hoje adiamento até 2 de abril das tarifas de 25% sobre outros produtos canadenses e mexicanos que se enquadram no Acordo EUA-México-Canadá. O peso mexicano foi um dos destaques entre emergentes, com ganhos acima de 0,60% em relação ao dólar.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

MAIS EM Economia Brasileira